segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Ética - Os Vícios Morais 2

Madona, Raphael

Para sua reflexão 

“Da conduta dos indivíduos depende o destino das organizações.”  (André Luiz)

A Ética é uma divisão da Filosofia que estuda a Moral, conjunto de regras para bem viver numa sociedade. A Ética analisa as virtudes e os vícios. “O Livro dos Espíritos”,  de Allan Kardec, afirma que o contrário de virtude é o vício moral ou imperfeição humana.  

O sadismo       

O sadismo é um vício moral terrível, pois pode maltratar muitas pessoas. O sadismo não se relaciona apenas com a área sexual. Ele pode chegar a consequências imprevisíveis. Sadismo é também ter prazer em  humilhar  outra pessoa na frente dos outros por pura crueldade. Sadismo também é sentir prazer em ver um parente ou colega não alcançar seus sonhos. 

Determinados programas da televisão, no horário de censura livre,  mostram vídeos de pessoas em pequenos acidentes humilhantes, envolvendo crianças e adultos. São situações “programadas” para a filmagem que depois vai ser exibida para um bando de  outros sádicos,  para que todos juntos possam rir e se deleitar com a desgraça alheia por pura crueldade mental.

Outro exemplo são as “pegadinhas” materiais e “intelectuais” na vida cotidiana com a nítida intenção de fazer a vítima de boba. Quem faz isso gosta de exibir-se como muito esperto e inteligente. O prazer sádico é justamente esse: mostrar-se superior à vitima por humilhá-la na frente de outras pessoas esperando que estas participem da diversão infeliz rindo junto. O sádico é um covarde cruel, pois não dá chance à vitima de se defender. Uma pessoa inteligente não precisa maltratar as pessoas para se divertir,  antes busca um tipo de diversão saudável.   

Pura ignorância dos séculos passados, que está arraigada em muita família brasileira. Mas, não foram os inocentes índios nem os ingênuos africanos nem os inteligentes e comportados orientais que disseminaram e perpetuaram esse vício terrível no Brasil. Basta ver os vídeos com as maldades na televisão: os protagonistas são todos bem brancos.     

Sadismo são também certos trotes cruéis, físicos e mentais,  sobre os calouros em certas universidades, com a visível intenção de humilhar e fazer sofrer física e mentalmente as vítimas com fins de diversão maldosa para poucos espectadores também sádicos. Infelizmente, a televisão tem noticiado o triste final de certos trotes sádicos com a morte de algumas  vítimas. É um sadismo que se junta  à falta de limites.  

Sadismo é também gostar de assistir filmes sangrentos e de grande violência física e mental. Isso destrói a sensibilidade, pois deixa a pessoa dura,  ríspida, amarga e injusta. Sadismo é também se interessar por ouvir e ver na televisão ou no cinema ou na conversa ou no telefone ou na internet notícias de desgraças, tragédias, dificuldades, doenças, acidentes, tudo o que envolve a dor e o sofrimento físico ou moral dos outros e ainda passar adiante as informações numa bola de neve com todas as vibrações inferiores. 

Quem se diverte com o sadismo se liga no mal.  E por isso atrai espíritos inferiores e ignorantes. Alguém pode imaginar um anjo cometendo sadismo? Ou um sádico se ligar num anjo? A Divina Providência anota todos esses comportamentos, assim como anota os esforços para abandonar esse vício moral terrível de pessoas no mínimo emocionalmente imaturas, tenham a idade que tiverem. 

Segundo Donoso (2011), psicóloga,  o sadismo é um tipo de maldade. Deleitar-se com a infelicidade do outro é a maior prova de desamor. No contexto social, o sadismo se manifesta nas guerras, a destruição  do outro em massa. Em sua dissertação de mestrado, Donoso estudou o sadismo das guerras.

A autora explica que a Guernica”, o famoso quadro de Pablo Picasso, retrata o sadismo de Hitler que, em 1937, mandou destruir a pequena cidade de Guernica com um bombardeio de aviões. Foi a primeira vez na História que uma população urbana foi conscientemente dizimada. 

Durante a Segunda Guerra Mundial, Picasso, que pintou  “Guernica”,  residia na Paris ocupada pelos alemães. Ele sofria assédio constante da Gestapo. Certa vez,  um oficial nazista entrou no seu apartamento e viu fotos do já famoso quadro sobre a mesa. Então, com uma foto da “Guernica” na mão, o oficial alemão perguntou: “C’est vous que avait fait ca?“ “Non, c’est vous.” Tradução: “Foi o senhor que fez isso?”, perguntou a Picasso. “Não, foram vocês.”, ele respondeu. (http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-19072011-160217/pt-br.php)

Guernica, Picasso

O sadismo de Hitler

A Alemanha tinha sido derrotada na Primeira Guerra Mundial (1914-1919). No final dos anos de 1930, Hitler era o seu ditador que se intitulava o “Führer” (chefe máximo); seu regime político era o nazismo. Ele considerava a raça ariana, da qual descendem os alemães, a mais pura,  bela e perfeita. A ideia de superioridade racial estava atrelada à superioridade militar, científica e econômica. Segundo Hitler, essa era a superioridade germânica, “o resto” deveria ser eliminado. 

Com o desenrolar da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a derrocada alemã sob a liderança de Hitler  estabeleceu uma política de extermínio da população enjaulada nos campos de concentração da cidade de Aushwitz. Nos meses finais do conflito, a crueldade por ordem de Hitler ficou conhecida como “Holocausto”. 

 O Holocausto (do grego, “queimado” em oferenda a um deus) foi um conjunto de atos de opressão, mutilação, sadismo individual e  assassinatos em massa (entre eles os crematórios) também contra vários grupos étnicos, políticos e sociais na Europa. O Holocausto foi o maior genocídio (assassinato em massa) do século XX com o extermínio étnico de 6 milhões de judeus. As vítimas não-judias eram ciganos, poloneses, comunistas, homossexuais, prisioneiros de  guerra,  deficientes físicos e mentais.  

Em 1945, sabendo que já havia perdido a Segunda Guerra, Adolf Hitler e sua esposa suicidaram-se. Com esse ato, o poderoso “Führer” mostrou-se um covarde. Era exatamente o que ele era. A ação nazista foi o mais abominável desastre de toda a história ocidental. Hitler praticou o sadismo na potência máxima.  

O premiado filme “A lista de Schindler” (1993), direção de Steven Spielberg, mostra como o empresário alemão Schindler salvou a vida de mais de mais de mil judeus durante o Holocausto ao empregá-los na sua fábrica.  

Hitler e Gandhi

Abaixo, texto de Geraldo Lemos Neto sobre sua conversa com Francisco Cândido Xavier: 

“ (...) Perguntei ao Chico sobre Hitler. Onde estaria o espírito de Hitler? Chico então me contou uma história muito interessante. Segundo ele, imediatamente após sua desencarnação, o espírito de Hitler recebeu das Altas Esferas uma sentença de ficar 1.000 anos terrestres em regime de solitária numa prisão espiritual situada no planeta Plutão. Chico explicou-me que esta providência foi necessária não somente pelo aspecto da pena que se lhe imputara aos erros clamorosos, mas também em função da Misericórdia Celeste em protegê-lo da horda de milhões de almas vingativas que não lhe haviam perdoado os deslizes lamentáveis. Durante este período de 10 séculos em absoluta solidão, ele seria chamado a meditar mais profundamente sobre os enganos cometidos e então teria nova chance de recomeçar na estrada evolutiva.

Quando Gandhi desencarnou, seu espírito ascendeu aos Planos Mais Altos da Terra pela iluminação natural da sua bondade característica. Ao saber do triste destino do algoz da humanidade na II Grande Guerra Mundial, solicitou uma audiência com Jesus Cristo, o Governador Espiritual da Terra, e pediu ao Cristo a possibilidade de guiar o espírito de Hitler para o Bem, o amor e a Verdade. Sensibilizado pelo sacrifício de Gandhi, Nosso Senhor autorizou-o na difícil tarefa e desde então temos Gandhi como dos poucos que se aproximam do espírito de Hitler com compaixão e amor.“ (Fonte: http://grupoallankardec.blogspot.com.br/2013/04/onde-estaria-o-espirito-de-hither.html)

A ingratidão  

A ingratidão é o esquecimento do benefício recebido. O filho ingrato não reconhece os sacrifícios que os pais fizeram por ele, de uma forma ou de outra. Assim temos ainda o amigo ingrato, o filho da pátria ingrato. O ingrato tem memória curta, mas ele vai colher o que plantou recebendo também ingratidão. 

Devemos enviar um pensamento de gratidão a todos os trabalhadores que participam da cadeia produtiva do alimento que comemos: os agricultores, os transportadores, os comerciantes, quem preparou o alimento no fogão, etc. 

Devemos ser agradecidos aos médicos que cuidam da nossa saúde e a todos os profissionais que participam do grande universo de tecnologias e serviços de que desfrutamos em nossa vida.

“A gratidão também expressa justiça.” (Espírito André Luiz, “Conduta Espírita”,  Waldo Vieira, FEB)  (continua)      

Cada um se acha certo no seu erro, é o orgulho. Por isso, o ser humano tem dificuldade em corrigir-se dos seus vícios morais. 

Fontes: 

“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec, FEB

“O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec. 

“Nosso Lar”  e  “Sinal Verde” (sobre boa conduta) ambos do Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, FEB.

https://artigosdepsicologia.wordpress.com/2007/09/16/sadismo/

Donoso, Marie Danielle Brülhart, Estudo psicanalítico sobre a gramática da maldade gratuita; Dissertação de Mestrado; Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, 2011 (http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-19072011-160217/pt-br.php)

https://pt.wikipedia.org/wiki/Holocausto

https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Lista_de_Schindler

http://grupoallankardec.blogspot.com.br/2013/04/onde-estaria-o-espirito-de-hither.html

Profa. Lúcia Rocha

Imagens:

http://cfs8.blog.daum.net/image/18/blog/2008/09/07/11/20/48c33a53e933a

“Guernica” (1937), óleo sobre painel (350 cm x 782 cm) de Pablo Picasso. O quadro é o símbolo do terror produzido pela guerra. Como um retrato de guerra, ele foi pintado em tons de cinza.  

http://www.artemagazine.it/wp-content/uploads/2014/04/Guernica-Picasso.jpg

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