segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

O Intermezzo de Volta


Oi, gente! Estamos de volta.

O Intermezzo é uma revista eletrônica destinada à moçada. Paz e amor!

Profª Lúcia Rocha

 *

Imagem: http://i2.ytimg.com/vi/_6Tbcm3ds3o/0.jpg

Volta às Aulas - Manifesto pela Gramática Normativa Brasileira


A língua é a criação social mais importante de um povo. Ela é o valor cultural mais alto de um ethos (do grego, “morada”; e por extensão, “nação, “país”, “pátria”). A comunicação linguística realiza-se através da expressão oral e da expressão escrita. 

Tanto a linguagem oral (a fala) quanto a linguagem escrita (a escrita) têm três níveis distintos: o culto, o popular e o coloquial (entre familiares e amigos). 

Observando-se a realidade indubitável dos fatos, podemos compreender que a norma culta da língua portuguesa é a que a educação valoriza em todos os níveis da escolaridade, desde o ensino fundamental até a universidade. A norma culta da língua também é encontrada nas conversas entre intelectuais da elite, bem como nos documentos oficiais (como a Constituição Federal e demais leis), nas pesquisas e outras produções acadêmicas, nos livros didáticos, paradidáticos, nas certidões cartoriais e outros documentos e obras importantes. 

O que é a gramática normativa? A gramática normativa é um conjunto de regras para o uso correto da norma culta da língua, o nível mais alto da língua bem escrita e bem falada. 

No Brasil, diversos autores escreveram a gramática normativa da língua portuguesa. Mas, a nossa gramática normativa é uma só com as mesmas regras para o bom uso da norma culta da nossa língua.

O ensino da gramática normativa é indispensável na escola. Sem o ensino gradativo da gramática normativa, os alunos jamais saberão que existe uma norma culta da língua e não apenas os falares (dialetos) que eles usam diariamente no convívio familiar e social, inclusive na internet.  

A escola precisa valorizar o estudo da gramática normativa até a universidade. Imagine-se os adolescentes sem o estudo da gramática normativa? Imagine-se futuros professores de português, entre pedagogos e especialistas, que não conhecem a fundo a gramática normativa?  

O pedagogo é o primeiro professor de português. É ele que ensina a alfabetização e depois, gradativamente, a redação até o final da 5ª série do ensino fundamental. Quando esse aluno chega na 6ª série, o professor de português especialista o recebe já com a redação pronta: um texto muito bom, comunicação perfeita! Ao professor especialista cabe, pois, continuar zelando pela redação que o pedagogo cuidou. Sugiro também aos professores das demais disciplinas que façam o mesmo até o final do ensino médio. 

Por outro lado, o Brasil faz parte da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), cujos fundadores, em 1996, foram:  Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, e Timor Leste. (Pasquale & Ulisses, Gramática da Língua Portuguesa; Scipione; SP, 2004).

O principal objetivo da CPLP é “a promoção e a difusão da língua portuguesa.” Portanto, o nosso país tem o dever de promover a língua portuguesa, isto é, dignificá-la, exaltá-la, honrando o legado que recebeu de Portugal, com todo o amor, no descobrimento, em 1500. 

Viva Portugal que nos legou a língua portuguesa que tanto amamos!  A pátria amada é, antes de tudo, o nosso belíssimo português.           


Fontes:

Cegalla, Domingos Paschoal; Novíssima Gramática da Língua Portuguesa; Editora Nacional; 1997. 

Pasquale & Ulisses, Gramática da Língua Portuguesa; Scipione; SP, 2004.

*
Profª Lúcia Rocha

Imagem: http://azu1.facilisimo.com/ima/i/2/6/f9/gr_265792_3742259_545362.jpg

Meditação - A Palavra , a Imagem e o Som


Lá na Antiguidade, o filósofo grego Platão afirmava que o Belo conduz ao Bem.    

Na atualidade, os intelectuais que utilizam a palavra, a imagem e o som são os formadores de opinião, os formadores de mentalidades. Tais são os jornalistas, os professores, os escritores, os roteiristas e produtores de rádio, televisão, internet e música, os produtores de cinema, games, HQs e outros. Todos esses intelectuais são educadores de modo implícito.  

Que a palavra, a imagem e o som que eles veiculem para o seu público alvo sejam sempre belos para que possam conduzir ao Bem. 

*

Profª Lúcia Rocha

*

Imagem:  

“Primavera”, do pintor italiano renascentista Sandro Boticelli (século XVI). Esse quadro é um exemplo do Belo que conduz ao Bem.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/3c/Botticelli-primavera.jpg

Poesia - Sou o Rei


Tum tum!
Tarará tum tum!
Tum tum!
Tarará tum tum!

Que é que eu sou? Que é que eu sou? Que é que eu sou?
Sou o rei!
Que é que eu sou? Que é que eu sou?
Sou o rei!
Tarará tum tum!

Sou o rei porque passo servindo,
pego fogo, mas  saio sorrindo.

É a Cultura! A Cultura! A Cultura!
Olha, que lindo!
É a Cultura! A Cultura!
Olha que lindo!
Até me arrepio.

Ás vezes sou bobo da corte,
me faço de bobo da corte.

É vero, sou bobo,
sou bobo de fato,
sou bobo, sou bobo,
real bobalhão,
além disso, o primeiro.

O rei é bobo!
Todo mundo é bobo.
O rei é bobo!
Todo mundo é bobo,
até me arrepio.

Que é que eu sou? Que é que eu sou? Que é que eu sou?
Sou o rei!
Que é que eu sou? Que é que eu sou?
Sou o rei!
Tarará tum tum!

É a Cultura! A Cultura! A Cultura!
Viva o rei!
É a Cultura! A Cultura!
Viva o rei!
Todo mundo é rei.

Profª Lucia Rocha, 2016

Imagem: http://ekladata.com/c2SNIjMUAnSHJ9MzRV5xqVX7dno@500x800.png

Meditação - O Tempo


“Para Deus, o Passado e o Futuro são o Presente.” (Allan Kardec; A Gênese¹)
Portanto, para Deus somente existe o tempo Presente.

“Pois somente no Presente,
 esse tempo tão fugaz,
 é que se faz a caminhada,
 é que acontece a vida,
 razão e sensibilidade.”

 (Final da minha poesia “Meu Dia”.)

Profª Lúcia Rocha

*

Nota¹:

Kardec Allan; A Gênese, Folha de rosto, in “Allan Kardec”, p. 799; Editor Pietro Macera, Opus Editora Ltda, São Paulo; 1982.)

*

Imagem: http://i.istockimg.com/file_thumbview_approve/62837324/5/stock-illustration-62837324-african-elephants-family-silhouettes-safari-in-hot-day.jpg

Pequeno Conto - O Novo Livro


Era uma vez um escritor de romances. Ele terminava de escrever seu primeiro livro pensando em agradar aos seus leitores. Seu melhor amigo havia feito as belas ilustrações, inclusive a capa. Além disso, seu português era excelente, por isso tinha tudo para logo tornar-se um sucesso de vendas. 

Manhã de sol. Terminado o romance, o escritor levou os originais imediatamente para a editora imprimi-lo. Ele não via a hora de ter um exemplar impresso nas mãos, o resultado de tanto trabalho e dedicação.  

O escritor foi embora, cheio de esperança.  O prestativo editor logo imprimiu milhares de exemplares do referido livro cuja capa tinha um colorido belíssimo: manchas em tons de vermelho, amarelo, azul e preto.   

Na manhã seguinte, os distribuidores chegaram na editora, pegaram os milhares de exemplares impressos do referido livro e encheram suas vans.  

Rodaram o dia todo e distribuíram os exemplares pelas centenas de livrarias do Brasil afora, no incansável trabalho de fazer chegar rapidamente o novo título às mãos dos fieis leitores. 

Na manhã seguinte, um leitor acostumado a boas leituras entrou numa livraria da Avenida Paulista. Logo viu muitos exemplares do novo livro, expostos pelas estantes e balcões da chiquérrima loja paulistana. Com um exemplar nas mãos, o leitor examina o título da obra e pensa consigo mesmo:

- “Os Estupefatos”... Que título interessante... bela capa. 

Nesse momento, o livro vira um objeto de desejo para o cliente que o quer comprá-lo. Sorridente e com o livro na mão, o cliente chama um vendedor. O cliente já estava saindo da livraria quando, de repente, lembrou-se da cunhada e também de um amigo, por isso, volta ao balcão e compra mais dois exemplares do livro.     

Depois do almoço, a livraria vai enchendo de clientes. Os ágeis vendedores preparam as embalagens coloridas, delicadas dobraduras que viram belos presentes para agradar a inúmeras pessoas. 

No alto da escadaria da loja, e na alegria de constatar o sucesso de vendas do novo romance, o atento gerente comercial arregaça as mangas e desce do seu posto de liderança para ajudar os jovens vendedores cercados de clientes. 

Logo, ele é confundido com “os meninos” das vendas, entusiasmados com os exemplares do novo livro que vão embalando e entregando agilmente aos clientes.   

No meio da tarde,  e reparando nos balcões quase vazios, o esperto gerente paulistano liga para a distribuidora para fazer um novo pedido do referido romance que já é um sucesso. Do outro lado da linha, o distribuidor responde:

- Tá um pouco atrasado... desculpe, são muitos os pedidos. Mas, fica tranquilo... hoje à noite você recebe tudo aí, sem falta.  

Eram mais de 20 horas. O movimento da livraria começa a aumentar novamente. Os clientes perguntam aos vendedores pelo novo romance que os amigos haviam comprado pela manhã e que eles também queriam. 

Um vendedor diz aos clientes:

- Temos uma entrega do livro daqui a pouco... fiquem tranquilos.  Se os senhores puderem aguardar... quem sabe um cafezinho... o pão de queijo da galeria é uma delícia.         

Em outro bairro na cidade de São Paulo, o autor do referido romance fala com o seu editor: 

- Lembra que eu te disse pra ir imprimindo a segunda edição do livro?   

-  Mas... 

- Não tem mais nem menos mais. Você não acreditou em mim...  falhou comigo... só porque sou novo no mercado editorial... 

 Aflito, o editor responde:

- Deixa eu te falar uma coisa... 

- Chega de conserva! Estou com um novo livro na cabeça e não posso perder tempo com esses detalhes. Inclusive, estou pensando em trocar de editor porque você...  

-  Deixa eu falar, cara. Você não me deixa falar!.. Tenho uma surpresa pra você! A essa hora, a segunda edição do teu romance já deve ter chegado...  nas livrarias, cara!   

-  Cê está brincando comigo? Ai, meu Deus, que emoção!

Já passava das 21 horas. Dois funcionários da livraria da Paulista receberam alegremente um novo carregamento com milhares de exemplares de “Os Estupefatos”, aquele cheiro gostoso de livro novo que entrou pela loja. 

Prestativos, diversos funcionários arrumam os livros em cima dos balcões.  

Zunindo como um enxame de abelhas,  os ávidos clientes correm para os balcões e avançam sobre os exemplares, pegando um, pegando dois. Os vendedores do primeiro período estavam fazendo hora extra para ajudar seus colegas do noturno. 

O gerente consulta seu relógio de pulso. Era hora de fechar a livraria. As portas de vidro cerram-se pontualmente, mas a loja fechada atende calmamente até o último cliente. Finalmente, o gerente pega a chave do carro e vai embora satisfeito pensando no novo best-seller.          


Profª Lúcia Rocha

Imagem: http://flores.culturamix.com/blog/wp-content/gallery/cerejeira-1/Cerejeira-6.jpg