segunda-feira, 7 de setembro de 2015

História da Arte - 3

Romanos, budistas, judeus e cristãos

Dos séculos I a IV d.C., a arte permaneceu praticamente inalterada. Foi o período em que  os romanos conquistavam o mundo e fundavam seu império sobre as ruinas da civilização grega. 

A maioria dos artistas que trabalhavam em Roma era grega e a maioria dos colecionadores romanos adquiria obras dos grandes mestres gregos ou cópias dessas obras. Mas,  em certa medida a arte mudou quando Roma se tornou senhora do mundo. 

A engenharia civil foi a mais notável realização dos romanos. Estradas, aquedutos, banhos públicos. Mesmo as ruinas dessas construções conservam ainda hoje aspectos impressionantes, tornando às gerações seguintes impossível esquecer “a grandeza de Roma”. 

O mais famosos desses edifícios é a gigantesca arena conhecida como o Coliseu. No seu todo é uma estrutura utilitária com três ordens de arcos sobrepostos, destinados a sustentarem os assentos do vasto anfiteatro interior. 

Na frente desses arcos, o arquiteto romano colocou uma espécie de cortina de formas gregas. Essa combinação de estruturas romanas com formas gregas influenciou muito os arquitetos posteriores. 

O Coliseu

Citamos também os arcos triunfais que os romanos erigiram em todo o seu império na Itália, França, África do Norte e Ásia. 

Arco do Triunfo, França

A mais importante característica da arquitetura romana é o uso de arcos. Construir um arco com pedras separadas em forma de cunha é uma difícil façanha de engenharia. Esse conhecimento fez parte de projetos cada vez mais ousados como pontes, aquedutos, teto abobadado.

O mais belo edifício romano é o Panteão, um templo dedicado a todos os deuses. O busto de um imperador era visto com reverência. Assim se perpetuaram os rostos dos imperadores Pompeu, Augusto, Tito e Nero.

Os egípcios já pintavam retratos dos faraós para perpetuá-los no túmulo. A escultura florescera na Índia muito antes da influência helenística. Os retratos de Buda passaram a aparecer nos relevos sendo modelo para a arte budista posterior. 

A religião judaica representava suas histórias sagradas para a instrução dos seus crentes. A Lei judaica proibiu a realização de imagens por temor à idolatria. Mas, paredes de algumas sinagogas contam a história do Antigo Testamento. Quando os cristão pela primeira vez representaram o Salvador e seus apóstolos, a tradição grega os ajudou.  Representaram Cristo na juventude ao lado de São Pedro e São Paulo. 

Cristo na juventude com S.Pedro e S.Paulo

 No período de declínio e queda do Império Romano podemos observar que os escultores já não tinham refinamento e harmonia como os gregos. Um romano de bom gosto poderia repudiar tais obras.  Mas, essas figuras retratam pessoas que testemunharam e aceitaram a ascensão do Cristianismo o que significou o fim do mundo antigo.

A arte ocidental em fase de assimilação

A chamada Idade das Trevas durou de 500 a 1.000 anos da nossa era. Não surgiu nenhum estilo claro e uniforme, mas o conflito de um grande número de estilos que só começaram a misturar-se no final desse período. Esse período tenebroso foi caótico com grande diversidade entre vários povos e classes sociais. Nestes cinco séculos existiram homens e mulheres, em especial nos mosteiros e conventos, que amavam o saber e a arte e tinham uma grande admiração pelas obras do mundo antigo ainda preservadas em bibliotecas e tesouros. Muitos desses monges cultos e educados tentaram ressuscitar as artes que tanto admiravam. 

Mas, seu trabalho era infrutífero ante a eclosão de guerras e invasões bárbaras vindo do norte cuja opinião de arte era bem diferente. As vários tribos teutônicas, os godos, os vândalos, os saxões, os suevos e os vikings que assolavam a Europa destruindo e pilhando eram considerados bárbaros pelos que apreciavam as realizações gregas e romanas, mas eles tinham o sentido do belo e sua arte própria. Tinham artífices habilidosos em trabalhos de metal finamente lavrados e excelentes entalhadores comparados aos maoris da Nova Zelândia. Mas, suas ideias se assemelhavam às das tribos primitivas de qualquer outra parte. Um exemplo dessa arte são os dragões e os navios dos vikings .

Os monges e missionários da Irlanda céltica e da Inglaterra saxônia tentaram aplicar as tradições desses artífices nórdicos às tarefas da arte cristã. 

Construíram igrejas e campanários em pedra imitando as estruturas de madeira usadas por artífices locais (séculos VII e VIII). 

Os artistas faziam figuras humanas nos manuscritos iluminados da Inglaterra e Irlanda. 

Página dos Evangelhos Lindisfarne

Algo novo começou a crescer na Europa Ocidental. Os conhecimentos da arte clássica não se perdera inteiramente. Na corte de Carlos Magno, que se considerava o sucessor dos imperadores romanos, a tradição artesanal romana foi revivida. A nossa noção moderna de que um artista tem de ser “original” não era admitida pela maioria das pessoas do passado. Um mestre egípcio ou chinês ou bizantino teria ficado perplexo com tal exigência. Se os antigos métodos serviam tão bem para planejar uma igreja, desenhar um cálice ou representar a história sagrada, para que inventar coisas novas? Nesse período  a arte serviu principalmente às ideias religiosas. 

Mas, na idade média além de igrejas também foram construídos castelos e os barões e senhores feudais a quem os castelos pertenciam empregavam ocasionalmente artistas. Mas, os castelos acabavam sendo destruídos e as igrejas eram poupadas. A arte religiosa era mais respeitada que a simples decoração de aposentos. 

Quando as decorações de aposentos  ficavam velhas eram retiradas ou jogadas fora. A tapeçaria de Bayeux que ilustra a história da conquista normanda foi fabricada por volta de 1080. Quando não havia modelo para copiar o artista desenhava feito uma criança.

Tapeçaria de Bayeux, detalhe  

Fonte: Gombrich, E.H., A história da arte; Rio de Janeiro: LTC, 2009

Profa. Lúcia Rocha

Imagens:

http://www.dailyventure.com/media/highres/rome_coliseum.jpg

http://www.baixaki.com.br/imagens/wpapers/BXK2476_Paris_ArcodoTriunfo800.jpg

https://c1.staticflickr.com/3/2769/4421182391_912d7faf2f_b.jpg

https://yt3.ggpht.com/-mv2ov5RVe3Y/AAAAAAAAAAI/AAAAAAAAAAA/iAu6pO4DSA8/s900-c-k-no/photo.jpg

http://www.ricardocosta.com/sites/default/files/imagens/bayeux2/harold_bayeux11.jpg

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