segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

O Nome de Jesus

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Os cristãos chamam Jesus também como Cristo. Cristo vem do grego “kristós”, que significa “ungido” (com óleos), “sagrado”, “santo”.

Há mais de dois mil anos, o apóstolo Paulo foi o primeiro a referir-se ao Nosso Senhor Jesus Cristo, em suas epístolas, deixando claro que Jesus é o Nosso Senhor.  

No livro Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho, pelo Espírito Humberto de Campos, o autor refere-se ao “Senhor” (p. 12), ao “Divino Mestre” (p.13), ao “Único Pastor” (p. 31), a “Aquele que será sempre caminho, verdade e vida” (p.34). Nessa mesma obra, Jesus fala com o seu emissário Ismael, Guia do Brasil, referindo-se ao Nosso Pai (Deus). 

Quando esteve no mundo, Jesus orava ao seu Pai, no horto florestal, e ensinou aos seus discípulos a Oração Dominical (do latim, “dominus”, Senhor), uma oração a Deus, que ficou conhecida como Pai Nosso. 

Então, Jesus deixou claro que ele tinha um “Nosso Pai”, que não era ele. Nosso Pai é Deus, o Criador incriado, aquele que fez e continua fazendo a criação, ou seja, o universo com os planetas, astros, espíritos, seres animados e inanimados. 

Portanto, o Espiritismo acredita que existe Deus (Nosso Pai) e Jesus, nosso Divino Mestre e Senhor, como entidades independentes. 

Em vida, Jesus pregou o Evangelho (a moral, as virtudes) ao povo nos montes e nas praças públicas. Ele chamou doze homens para sua companhia, que passaram a ser seus discípulos. A maioria era de pescadores, mais um cobrador de impostos (Levi, depois chamado Mateus).  Depois de um tempo de aprendizado com o Divino Mestre, Jesus enviou seus discípulos a pregar também ao povo. O cristianismo só foi fundado como religião pelo discípulo Pedro (o mais velho) e outros, algum tempo depois da subida de Jesus ao céu.

Jesus não deixou nada escrito. Mas, depois da sua subida ao céu, quatro dos seus discípulos escreveram cada um sua versão do Evangelho de Jesus. Foram Mateus (o Evangelho mais completo, pois ele era um cobrador de impostos, culto), Marcos, Lucas (que era um médico) e João (o discípulo  adolescente). Os quatro Evangelhos são quatro versões da biografia de Jesus que se completam. 

O nascimento de Jesus foi tão importante que marcou o início de uma nova era na história da humanidade, que ficou dividida em a.C. (antes de Cristo) e d.C. (depois de Cristo). 

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Fonte:

Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho; Espírito Humberto de Campos; Xavier, F.C., FEB

Profª Maria Lucia

Imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ2mGH8TewKz2JOzWhVadg7rf5FhE800IYKAGvxKV3QBNB0wB8zJTEqQnIzDEsexEO7LOIIqwqFveYP2W_BN2JcfP6xdq3Xvt7GP_hJJ3Fs2pYqoHoRjnHVQSrlWZy1MsHI30QdoU0ZLXt/s1600/rosto+de+jesus+%25284%2529.jpg

Para os Meus Queridos Filhos

Rosas perfumosas para os meus queridos filhos

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Marcus Vinicius, Izabel Cristina, Raquel Helena e Ismael Augusto.

Neste final de ano, eu canto para vocês:

“Eu tenho tanto pra lhes falar,
mas com palavras não sei dizer,
como é grande o meu amor por vocês”.

(...)

“Nunca se esqueçam nem um segundo
que eu tenho o amor maior do mundo,
como é grande o meu amor por vocês.”

(Erasmo Carlos e Roberto Carlos) 

Sua mãe,
Maria Lucia. 

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Imagem:
http://www.fundoswiki.com/Uploads/fundoswiki.com/ImagensGrandes/ramo-rosas-vermelhas.jpg

Mensagem de Final de Ano


Este ano de 2015 está terminando.  Graças a Deus, o Brasil, nossa pátria amada, continua em paz. 

Mas, enquanto o réveillon não chega, já podemos articular um breve planejamento com mudanças para melhor no próximo ano. Desde já podemos organizar, com esperança, o nosso tempo vindouro. E a zero hora do 31 deste mês de dezembro, que o nosso coração se entusiasme pela nova oportunidade que 2016 representa para as nossas vidas.   

Para todos, paixão pela vida, pelo trabalho, pelo estudo. Amor pelo companheiro e pela família, amizades. Um pensamento de reconhecimento e gratidão a Jesus pelo muito que ele nos ajuda, através dos seus emissários, e nem percebemos. 

 E que Ismael, o Anjo Altíssimo de Nosso Senhor Jesus Cristo, Guia do Brasil, inspire os nossos governantes, agora e sempre. Nós somos a pátria amada. 

Paz! 

Profª Maria Lucia   

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Imagem: http://www.zastavki.com/pictures/originals/2012/Animals_Birds_White_dove_in_the_sky_035948_.jpg

O Intermezzo

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Olá! O Intermezzo, entra em nova fase. Fui obrigada a reduzir o volume de trabalho, pois eu estava ficando muito cansada para preparar os estudos de O Livro dos Espíritos e a Gênese, ora interrompidos.  

Pois, não bastava obter os textos em pdf, eu precisava formatá-los para o word, fazer um breve resumo dos longos capítulos e ainda atualizar o português denso do século XIX. E depois leitura e releitura, conferir tudo antes de postar. Era praticamente reescrever cada capítulo com toda a atenção pelo seu conteúdo sério. Isso me exigia muitas horas diárias na frente do computador, o que era muita coisa para a minha idade.   

Assim, o Rasta, meu incansável editor, vai postar, daqui para a frente, de quatro a cinco postagens, apenas, no lugar das sete que vinha postando. 

Peço-lhes que me desculpem. Mas, continuamos, o Rasta e eu, enquanto Deus nos permitir, pois cuidar do Intermezzo muito me alegra. 

Profª Maria Lucia

 Imagem:

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTni2SO10yiGXqUdm4BzEvF3EjyucsWs48z5fmvoqWLL4ks5vA1-JwbayC1BSqz1xyJWxfGCMTAUqcyEdREEDcgz9aakr4VaJDtYQgnsogtArATQFjiJGZq3SXdg8yKLkplUP1wk_1km8/s1600/semear.jpg

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Para Todo Mundo em 2016

Mogli, o menino lobo

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Para 2016, desejo “o necessário” para todo mundo. Cada um com seu “necessário”.

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Somente o necessário

Necessário,
somente o necessário,
o extraordinário é demais.

Necessário,
somente o necessário,
por isso é que essa vida 
eu vivo em paz.

(...)

Por isso é que essa vida 
eu vivo em paz.

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Fonte:

http://pt.wikipedia.org/wiki/The_Jungle_Book

Profª Maria Lucia 

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Trecho do filme dublado com a música “Somente o necessário”:  

https://youtu.be/S4J70C36RGU

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Imagem:

http://cartoonsimages.com/sites/default/files/styles/1440x900/public/field/image/The-Jungle-Book-the-jungle-book-29988251-1024-768.jpg?itok=8vACwsYQ

O Engenheiro Agrônomo


Abaixo o link para o interessante vídeo sobre a carreira do Engenheiro Agrônomo, umas das mais importantes e promissoras da atualidade. O dia 12 de outubro é o Dia do Engenheiro Agrônomo. O vídeo tem a duração aproximada de 10 (dez) minutos.

Nota: colaboração enviada por Mario Nakano Neto, Engenheiro Agrônomo, meu dileto genro.

Profª Maria Lucia 

Veja:
https://www.youtube.com/watch?v=bXSe48nmNV0

Imagem: http://www.assin.org.br/wp-content/uploads/2015/10/alfaceleg4.jpg

Mensagem para Marcus Vinícius

Adorado Filho Número Um!

Um Novo Ano de sonhos realizados ao lado da sua querida esposa e companheira Cristina, minha querida nora.

Sucesso e Paz!

Com amor, 

sua mãe Maria Lucia.

Mensagem para Izabel Cristina

Essa rainha do bem. Um Novo Ano repleto de felicidade e sonhos realizados, ao lado do Rasta, meu dileto genro e extraordinário editor.

Com meu amor de mãe,

 Maria Lucia

Mensagem para Raquel Helena

Rosa e azul, Renoir

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Querida Raquel Helena.

Você tem sido a filha querida, companheira dos meus dias, com muita “razão e sensibilidade.” Agradeço-lhe pelo ano que está terminando, pelos dias, pelas horas da sua carinhosa atenção, sempre antecipando o que eu quero ou preciso. Que Deus a abençoe por tanta dedicação a mim.

Agradeço-lhe também pelas alegrias que tem me dado pelo seu excelente desempenho profissional e estudantil, demonstrando que tem aproveitado o tempo e as oportunidades para desenvolver sua mente brilhante e virtudes ao longo dos séculos.  Você só me enche de orgulho. 

Como filha e ser humano, minha nota para você é 10 (dez), com louvor! Que Deus a abençoe nessa caminhada vitoriosa. Que Jesus ilumine sempre essa “helena” guerreira, vencedora. Seja muito feliz, pois grande é o seu merecimento. Sucesso, alegria e paz no Novo Ano ao lado do Neto, meu dileto genro.    

Com todo o meu amor de mãe, 
Maria Lucia 

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Nota de Maria Lucia: A primeira vez que vi esse quadro com as duas irmãzinhas de mãos dadas, pensei que elas bem poderiam ser você, Raquel Helena (a de rosa) e sua irmã, Izabel Cristina (a de azul). É só escurecer um pouco os cabelos, cortá-los como o Príncipe Valente (curto, com franja) e emagrecer um pouco as meninas. Toda vez que vejo essa obra me lembro da infância de vocês duas, sempre amigas, como até hoje, o que me deixa feliz.

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Imagem: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/originals/99/49/0a/99490a63b3685c458a3092a819ed1754.jpg

Mensagem para Ismael Augusto

Esse Príncipe da Paz!

Um Novo Ano com toda a felicidade do mundo ao lado da Mariana, minha querida nora.

Com meu amor de mãe,

Maria Lucia.

Perante o Tempo - André Luiz

Bonsai Cerejeira lilás

“Ainda não é chegado o meu tempo, mas o vosso tempo sempre está pronto.” (João, 7:6)

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Mensagem do educador espiritual André Luiz:

“Em nenhuma condição, malbaratar o tempo com polêmicas e conversações estéreis, ocupações fantasistas e demasiado divertimento. Desperdiçar tempo é esbanjar patrimônio divino. Autodisciplinar-se em todos os cometimentos a que se proponha, revestindo-se do necessário discernimento. “Fazer muito” nem sempre traduz “fazer bem”. 

Fugir de chorar o passado, esforçando-se por reparar toda ação menos correta. O passado é a raiz do presente, mas o presente é a raiz do futuro. Afastar aflições descabidas com referência ao porvir, executando honestamente os deveres que o mundo lhe designa no minuto que passa. O “amanhã” germinará das sementes do “hoje”. 

Quanto possível, plasmar as resoluções do bem no momento em que surjam, de vez que, posteriormente, o campo da experiência pode modificar-se inteiramente. Ajuda menos, quem tarde serve. Ainda que assoberbado de realizações e tarefas, jamais descurar o bem que possa fazer em favor dos outros. Quando procuramos o bem, o próprio bem nos ensina a encontrar o “tempo de auxiliar”. 

Fonte: 

“Conduta Espírita”, Espírito André Luiz; Waldo Vieira, FEB

Profa. Maria Lucia

Imagem:

http://img.elo7.com.br/product/original/9D7F78/bonsai-cerejeira-branca-aromatizada-decoracao.jpg

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Izabel Cristina, Feliz Aniversário!

I Musici, Caravaggio

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Para você recordar, esta poesia minha.  

É Deus!

É Deus!
O Deus Uno! 
Magnificência Sempre Excelsa!
Luz Imensurável nos Altiplanos Celestiais
que ofusca a pequenez humana! 
Nossos olhos não o vêm,
mas o coração sente
que Ele está em toda a parte 
e também dentro de nós.   

Criador Incriado das belezas 
indizíveis do Universo, 
o vai-e-vem das ondas do mar,
o dia a céu aberto,
o plenilúnio,
milhões de estrelas cintilando
sobre as nossas cabeças. 

Pai Amantíssimo,
Suprema Justiça a distribuir 
Bondade sobre a carne humana
por vezes fraca,   
a gente segue em frente  
na esperança de errar
cada vez menos,
um dia todo mundo se aprimora
e volta para Ele,
às origens. 

Gloria! 
É Deus Eterno!
Voz Onipotente nas Alturas Infinitas! 
Pra chegar a Ele é seguir Jesus, 
o Mestre Salvador, 
é viver plenamente o Evangelho de  luz,
é ser  um anjo de paz em cada passo no caminho,  
ser as  rosas entre urzes e espinhos,
agora e sempre.
Amém.

(Poesia minha, 2013)

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Querida filha, 

Como o jovem músico da imagem acima, você está afinando o seu belo instrumento para a sua futura missão em prol da humanidade. Logo mais. Meu coração está cheio de alegria, foi uma honra trazê-la ao mundo. Tenho o maior orgulho de você, pois demonstra que tem aproveitado as oportunidades dos milênios para desenvolver sua mente brilhante e coração bondoso. Sua dedicação a tudo e a todos é sublime! Minha nota para você, como filha e ser humano, é 10 (dez), com louvor! Que o Excelso Benfeitor – Jesus - a ilumine sempre.  Sucesso e Paz! Com todo o meu amor de mãe, Maria Lucia.   

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Imagem: https://thiswritelife.files.wordpress.com/2010/06/the-musicians-15951.jpg

Nós Somos a Pátria Amada

Bandeira brasileira ao vento

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A pátria está em nosso mais profundo sentimento, desde a infância. O maior símbolo da nossa pátria é a bandeira nacional, a única no mundo que tem um lema: “Ordem e progresso”. Certamente ele foi inspirado pelo plano espiritual superior para que vibrasse intensamente pelo Brasil. Esse lema representa também o fundamento da nossa missão espiritual como povo, pois temos de evoluir individualmente para ajudar a nossa nação na sua evolução espiritual coletiva.       

Trabalhar, estudar, produzir é estar dentro da ordem social necessária à nação independente, em evolução material e espiritual. Sem ordem não há progresso, não há evolução individual nem coletiva. O trabalho e o estudo são atividades que exigem horários, planejamento, disciplina, por isso eles ordenam, dão sentido à vida dos cidadãos, o que repercute beneficamente na vida da nação, que assim evolui também, todos os dias. Todos os brasileiros juntos formamos o coletivo, a nação, nós somos a pátria amada.     

Os problemas sociais existem, mas, os cidadãos podem ajudar a nossa política interna elevando o pensamento a Deus, pedindo-lhe que inspire a nossa governante e seus assessores.  É o que a Federação Espírita Brasileira sugere que façamos nos momentos difíceis como os que estamos vivendo. Quando mais nada nos resta a fazer, ainda nos resta a prece, a ligação com Deus.       

Valorizemos o Brasil, a nossa querida pátria, terra onde todos têm a liberdade de ir e vir, em paz, e onde o povo pode estudar, trabalhar e viver em paz, enquanto em muitos lugares pelo mundo há medo, terrorismo e guerra ceifando vidas inocentes. 

Nós podemos colaborar ainda para a manutenção da paz coletiva, a partir da nossa própria paz de consciência pelos deveres retamente cumpridos com a família e com a pátria.  

Nós somos a pátria amada. E podemos dizer como o início da bela Canção do Exército Brasileiro: 

“Nós somos da Pátria a guarda,
Fieis soldados,
Por ela amados.
Nas cores da nossa farda
Rebrilha a glória,
Fulge a vitória.” (...)

(http://musica.com.br/artistas/exercito-brasileiro/m/cancao-do-exercito/letra.html)

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Nossa homenagem às “Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.”

(Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999.) 

(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp97.htm)

Nota de Maria Lucia: as Forças Armadas irradiam uma alta vibração na defesa material e espiritual da nossa pátria.  

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Profª Maria Lucia 

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Imagem: http://lutoporaracatuba.com.br/wp-content/uploads/2015/03/bandeira_0001.jpg

Espiritismo e Metafísica - 7

Estudo de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, em continuação. Para adultos e adolescentes, a partir da oitava série. “O Livro dos Espíritos é um estudo de Metafísica e de Moral.  Metafísica (“além das coisas físicas”) é o ramo da Filosofia que estuda a essência dos seres e dos mundos. As perguntas são de Allan Kardec e as respostas são dos Espíritos Superiores, autores de “O Livro dos Espíritos”. Português atualizado por mim.

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PARTE SEGUNDA (METAFÍSICA)

Capítulo II

Da encarnação dos Espíritos 

• Objetivo da encarnação • A alma • Materialismo 

OBJETIVO DA ENCARNAÇÃO

132. Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos? 

Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é castigo; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as lutas da existência corporal: nisso é que está o castigo. A encarnação visa ainda outro fim: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento (corpo físico) de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.
Imagem: http://rosangeleprado.blogspot.com.br/2011/04/imagens-de-fetos-perfeicao-da-vida-no.html


133. Em que momento a alma se une ao corpo?

A união começa na concepção, mas só se completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo, a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até ao instante em que a criança vê a luz. O grito que o recém-nascido solta anuncia que ele se conta no número dos vivos e dos servos de Deus. (O Livro dos Espíritos, questão 344)

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Encarnação

Imagem: http://3.bp.blogspot.com/-IFZtd7mD6U8/Tz_k6-RdbfI/AAAAAAAAAkw/TsJJ967Vh0k/s1600/Imagem19.jpg

133. Os Espíritos que, desde o princípio, seguiram o caminho do bem necessitam da encarnação?

Todos são criados simples e ignorantes e se instruem nas lutas e tribulações da vida corporal. Deus, que é justo, não podia fazer felizes a uns, sem fadigas e trabalhos, conseguintemente sem mérito. 

a) — Mas, então, de que serve aos Espíritos terem seguido o caminho do bem, se isso não os isenta dos sofrimentos da vida corporal?

 Chegam mais depressa ao fim. Além disso, as aflições da vida são muitas vezes a consequência da imperfeição do Espírito. Quanto menos imperfeições, tanto menos tormentos. Aquele que não é invejoso, nem ciumento, nem avaro, nem ambicioso, não sofrerá as torturas que se originam desses defeitos.

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Não sendo completa a união do Espírito ao corpo, não estando definitivamente consumada, senão depois do nascimento, poder-se-á considerar o feto como dotado de alma?

O Espírito que o vai animar existe, de certo modo, fora dele. O feto não tem, pois, propriamente falando, uma alma, visto que a encarnação está apenas em vias de operar-se. Acha-se, entretanto, ligado à alma que virá a possuir. (O Livro dos Espíritos, questão 353).

Dado o caso que o nascimento da criança pusesse em perigo a vida da mãe dela, haverá crime em sacrificar a primeira para salvar a segunda?

Preferível é sacrificar-se o ser que ainda não existe a sacrificar-se o ser que já existe. (O Livro dos Espíritos, questão 359.)

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 A ALMA

134. Que é a alma? 

Um Espírito encarnado.

a) — Que era a alma antes de se unir ao corpo? 

Espírito. 

b) — As almas e os Espíritos são, portanto, idênticos, a mesma coisa? 

Sim, as almas são os Espíritos. Antes de se unir ao corpo, a alma é um dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível, os quais temporariamente revestem um invólucro carnal para se purificarem e esclarecerem.

Alma saindo do corpo 

Imagem: http://ichef.bbci.co.uk/images/ic/1920x1080/p02nndfs.jpg

135. Há no homem alguma outra coisa além da alma e do corpo? 

Há o laço que liga a alma ao corpo.

a) — De que natureza é esse laço? 

Semimaterial, isto é, de natureza intermediária entre o Espírito e o corpo. É preciso que seja assim para que os dois se possam comunicar um com o outro. Por meio desse laço é que o Espírito atua sobre a matéria e reciprocamente.  O homem é, portanto, formado de três partes essenciais: 1º — o corpo ou ser material, análogo ao dos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2º — a alma, Espírito encarnado que tem no corpo a sua habitação; 3º — o princípio intermediário, ou perispírito, substância semimaterial que serve de primeiro envoltório ao Espírito e liga a alma ao corpo. Tal, num fruto, o germe, o perisperma e a casca. 

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Nota de Maria Lucia:

Na imagem acima, temos o seguinte:

1 - O corpo carnal

2- O perispírito, que faz a ligação do nosso Espírito com o corpo carnal.

3- O nosso Espírito propriamente dito, que apesar de mostrado assim na figura 

acima, não tem nenhuma forma definida.

Fonte e imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_FwtGZEV0V66v62a5RN2K2tPCUd_jvORhw6TLN-8FdxTfBos3A7RrXxAoXOFq0iVnctOb5ZWcgagMGAOLYt1dXe5YZsQvs9NWOpvQ1ogS9066PE_0YlqFcDnxYab6ueFuGoXYLBBeb1Zq/s320/corpos.gif)

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136. A alma independe do princípio vital?

O corpo não é mais do que envoltório, repetimo-lo constantemente. 

a) — Pode o corpo existir sem a alma? 

Pode. Mas, cessando a vida do corpo, a alma o abandona. Antes do nascimento, ainda não há uma união definitiva entre a alma e o corpo. Depois dessa união se haver estabelecido, a morte do corpo rompe os laços que o prendem à alma e esta o abandona. A vida orgânica pode animar um corpo sem alma, mas a alma não pode animar um corpo sem vida orgânica. 

b) — Que seria o nosso corpo, se não tivesse alma? 

Simples massa de carne sem inteligência, tudo o que quiserdes, exceto um homem. 

137. Um Espírito pode encarnar a um tempo em dois corpos diferentes? 

Não. O Espírito é indivisível e não pode animar simultaneamente dois seres distintos. (Nota de Kardec: ver, em O Livro dos Médiuns, o capítulo VII, “Da bicorporeidade e da transfiguração”). 

138. Que se deve pensar da opinião dos que consideram a alma o princípio da vida material? 

É só uma questão de palavras, com o que nada temos. 

139. Alguns Espíritos e, antes deles, alguns filósofos definiram a alma como sendo: “uma centelha anímica emanada do grande Todo”. Por que essa contradição? 

Não há contradição. Tudo depende do significado das palavras. Vocês não têm uma palavra para cada coisa. 

140. Que se deve pensar da teoria da alma subdividida em tantas partes quantos são os músculos e presidindo assim a cada uma das funções do corpo? 

Isto depende do sentido que se dê à palavra alma. Se se entende por alma o fluido vital, essa teoria tem razão de ser; se se entende por alma o Espírito encarnado, é errônea. Já dissemos que o Espírito é indivisível. Ele imprime movimento aos órgãos, servindo-se do fluido intermediário, sem que para isso se divida. 

a) — Entretanto, alguns Espíritos deram essa definição. 

Os Espíritos ignorantes. 

Foto: alma logo após a morte num hospital alemão.

Imagem: http://www.novaera-alvorecer.net/foto_alma_humana.bmp

141. Há alguma coisa de verdadeiro na opinião dos que pretendem que a alma é exterior ao corpo e o circunvolve? 

A alma não se acha encerrada no corpo, qual pássaro numa gaiola. Irradia e se manifesta exteriormente, como a luz através de um globo de vidro, ou como o som em torno de um centro de sonoridade. Neste sentido, pode-se dizer que ela é exterior, sem que por isso constitua o envoltório do corpo. A alma tem dois invólucros. Um, sutil e leve: é o primeiro, o perispírito; outro, grosseiro, material e pesado, o corpo. A alma é o centro de todos os envoltórios, como o germe num fruto.” 

142. O que dizer dessa outra teoria segundo a qual a alma, numa criança, se vai completando a cada período da vida? 

O Espírito é uno (uma unidade) e está todo na criança, como no adulto. Os órgãos, ou instrumentos das manifestações da alma, é que se desenvolvem a partir da infância. 

143. Por que todos os Espíritos não definem do mesmo modo a alma? 

Os Espíritos não se acham todos esclarecidos igualmente sobre estes assuntos. Há Espíritos de inteligência ainda limitada, que não compreendem as coisas abstratas, bem como há os falsos sábios.  

144. Que se deve entender por alma do mundo? 

É o conjunto dos Espíritos abnegados e bondosos que são os auxiliares de Deus com relação ao planeta de vocês. 

145. Como se explica que tantos filósofos antigos e modernos, durante tão longo tempo, hajam discutido sobre a ciência psicológica e não tenham chegado ao conhecimento da verdade? 

Esses homens eram os precursores da eterna Doutrina Espírita. Prepararam os caminhos. Como homens se enganaram, tomando suas próprias ideias como a luz da verdade. No entanto, mesmo os seus erros servem para realçar a verdade, mostrando o pró e o contra. Mas, entre esses erros encontram-se grandes verdades que um estudo comparativo torna perceptíveis.

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Nota de Maria Lucia: Nessa época (1857), ainda não existia a ciência Psicologia que foi criada por Wilhelm Wundt, em 1879, com seu laboratório na universidade de Leipzig, na Alemanha. 

(http://psicologiacienciaevida.blogspot.com.br/2012/09/o-que-significa-psicologia-como-surgiu.html)

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146. A alma tem, no corpo, uma sede determinada? 

Não. Porém, nos grandes gênios e em todos os que pensam muito, ela reside mais particularmente na cabeça. Ela ocupa principalmente o coração nas pessoas que têm muito sentimento de bondade e se dedicam à Humanidade. 

a) — Que se deve pensar da opinião dos que situam a alma num centro vital? 

O Espírito habita de preferência uma parte do organismo de algumas pessoas, por ser aí o ponto de convergência de todas as suas sensações. Pode-se, todavia, dizer que a sede da alma se encontra especialmente nos órgãos que servem para as manifestações intelectuais e morais (o cérebro e o coração).  

MATERIALISMO

147. Por que os anatomistas, os fisiologistas e, em geral, os que aprofundam as ciências da Natureza, são, com tanta frequência, levados ao materialismo? 

O fisiologista e os que se dedicam às ciências da Natureza só acreditam no que veem. Isso é orgulho dos homens, que julgam saber tudo e não admitem haja coisa alguma que lhes esteja acima do entendimento. A própria ciência que cultivam os faz pensar que entendem de tudo, pensam que a Natureza nada lhes pode conservar oculto.

148. Como o materialismo não mostra ao homem a superioridade da inteligência que governa o mundo, podemos considerar que seus estudos são perigosos? 

Os estudos do materialismo não são perigosos.  Os materialistas se dizem pessoas de espírito forte, mas quase sempre, são mais fanfarrões do que valentes. Na sua maioria, só são materialistas porque não têm com que preencher o vazio do abismo que diante deles se abre. (continua)

Fonte:

O Livro dos Espíritos (questões 132 a 147); Kardec, Allan; tradução de Guillon Ribeiro; FEB

Profª Maria Lucia

Perante o Tempo - André Luiz

Bonsai Cerejeira lilás

“Ainda não é chegado o meu tempo, mas o vosso tempo sempre está pronto.”  (João, 7:6)

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“Em nenhuma condição, malbaratar o tempo com polêmicas e conversações estéreis, ocupações fantasistas e demasiado divertimento. Desperdiçar tempo é esbanjar patrimônio divino. Autodisciplinar-se em todos os cometimentos a que se proponha, revestindo-se do necessário discernimento. “Fazer muito” nem sempre traduz “fazer bem”. 

Fugir de chorar o passado, esforçando-se por reparar toda ação menos correta. O passado é a raiz do presente, mas o presente é a raiz do futuro. Afastar aflições descabidas com referência ao porvir, executando honestamente os deveres que o mundo lhe designa no minuto que passa. O “amanhã” germinará das sementes do “hoje”. 

Quanto possível, plasmar as resoluções do bem no momento em que surjam, de vez que, posteriormente, o campo da experiência pode modificar-se inteiramente. Ajuda menos, quem tarde serve. Ainda que assoberbado de realizações e tarefas, jamais descurar o bem que possa fazer em favor dos outros. Quando procuramos o bem, o próprio bem nos ensina a encontrar o “tempo de auxiliar”. (Espírito André Luiz)

Fonte: 

“Conduta Espírita”, Espírito André Luiz; Waldo Vieira, FEB

Profa. Maria Lucia

Imagem:

http://img.elo7.com.br/product/original/9D7F78/bonsai-cerejeira-branca-aromatizada-decoracao.jpg

Música Erudita - Franz Schubert

Franz Schubert

Franz Peter Schubert (1797-1828) nasceu em Himmelpfortgrund, Áustria. Com seu estilo marcante, inovador e poético escreveu seiscentas canções bem como óperas, nove sinfonias, sonatas e outras formas musicais. Morreu aos 31 anos sem o reconhecimento público. É considerado um dos mais importantes compositores do século XIX marcando a passagem do classicismo para o romantismo.  A seu respeito Franz Liszt disse: ”O músico mais poeta que já existiu”. É considerado o maior compositor de canções que nunca existiu. O lied (canção alemã) jamais seria o mesmo depois dele.  Sua “Ave Maria” é belíssima. Sua Nona Sinfonia é linda. E pequenas peças para piano, como a “Serenade”. Essa peça era originariamente um lied (canção com letra), em alemão, pois Schubert era austríaco, sua língua era o alemão. 

Nota de Maria Lucia: Schubert era mestre escola, ou seja, professor primário. Ele ensinava tabuada com músicas que inventava. E a direção da escola não gostava, achava que causava indisciplina, mas as crianças adoravam e aprendiam rapidamente. Por causa disso, ele logo perdeu esse emprego. Então, para viver, dava aulas particulares de instrumentos como piano, violino, clarineta e canto lírico para moças da aristocracia.

Ele era pobre, morava numa pensão e precisava alugar o fraque para cada apresentação que fazia, fossem saraus da aristocracia (onde tocava piano) ou nos teatros. Vivia colocando seus instrumentos na casa de penhores para conseguir algum dinheiro emprestado para suas pequenas despesas. 

A Oitava Sinfonia ficou inacabada, pois ele a dedicou ao amor impossível da sua vida – com uma jovem condessa, aluna de canto lírico de voz belíssima -  que se casou com outro, rico, por imposição da família, logo no momento em que ele estava para escrever o movimento final da sinfonia. Com a decepção amorosa, ele ficou muito triste e então compôs a “Ave Maria”, que foi a sua consolação. Desgostoso, ele passou a ter uma vida noturna que nunca havia tido antes. Pegou sífilis e morreu pobre, aos 31 anos. Não sei se o filme abaixo indicado mostra isso. Mas, não me lembro o nome do belo filme de meados dos anos 70, em preto e branco, que vi com meu ex-marido Wilson, no cinema, em São Paulo. 

Filme

A Versátil e a Beta Film apresentam Schubert - A Casa das Três Meninas (1958), um belíssimo clássico romântico dirigido por Ernst Marischka, o criador da Trilogia Sissi. 

O astro alemão Karlheinz Böhm  brilha no papel do compositor Franz Schubert . Viena, início do século XIX. Um grupo de artistas boêmios vive todo o glamour da capital da música mundial. Entre eles, um jovem tímido se destaca pela extraordinária musicalidade e talento: Franz Schubert. 

Suas geniais composições são admiradas por todos e a bela Hannerl insiste em ter aulas de piano com ele. Schubert se apaixona pela aluna, para quem ele compõe uma terna canção de amor. Mas ele precisará enfrentar um forte rival: o cantor Schober. Além do romance, veja ainda o histórico encontro de Schubert com Beethoven.

FILME: HTTP://WWW.DVDVERSATIL.COM.BR/SCHUBERT-A-CASA-DAS-TRES-MENINAS/

Profª Maria Lucia

Imagens:

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Perante um Projeto ou Trabalho

O amor eterno de Jesus Cristo

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Antes de iniciar um projeto ou um trabalho, é importante elevar o pensamento numa pequena prece a Deus ou a Jesus, pedindo-lhe inspiração e proteção.

A prece é uma transmissão de pensamento. Basta pensar, mesmo sem articular as ideias em palavras. O pensamento chega ao seu destino na velocidade da luz. Está feita a prece, mesmo no trabalho ou na escola ou em qualquer lugar, até em circunstâncias adversas.

Depois de concluído o projeto ou o trabalho, é importante fazer novamente uma prece/pensamento, agradecendo pela ajuda recebida e desejando, de coração, que o projeto ou o trabalho beneficie muitas pessoas.  

Profª Maria Lucia 

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A Gênese e a Metafísica - 1

Introdução

A palavra “gênese” vem do grego “génesis”, que significa “origem”, “criação”.

A Gênese é o estudo sobre a criação da Terra que a Bíblia refere como criação do mundo, do nosso mundo. Moisés escreveu o livro “Gênesis”; é o primeiro do Velho Testamento da Bíblia. Mas, houve outras gêneses de alguns povos primitivos. Toda Gênese é um estudo de Metafísica, pois estuda a formação do mundo e dos seres. 

“A Gênese” de Allan Kardec tem a visão do Espiritismo e se divide em duas partes: a história da formação do mundo material e da humanidade considerada em seu duplo princípio, corporal e espiritual. O conteúdo da obra é dos Espíritos Superiores, autores da obra.  “A Gênese” de Allan Kardec é o quarto livro do pentateuco (cinco livros) da codificação espírita. Foi publicada por Kardec, o codificador do Espiritismo, em Paris, em 1868. 

Meu estudo da Gênese de Kardec está ligeiramente resumido e com o português atualizado. Para adultos e jovens a partir da oitava série completa. Vamos estudar apenas alguns capítulos da obra. Quem quiser, pode ler no original os demais capítulos: alguns se referem a Generalidades sobre o Espiritismo; outros, ao Livro dos Espíritos (Deus; O bem e o mal; Gênese orgânica; Gênese espiritual; Os fluidos); e outros, ao Evangelho (milagres e predições). Começamos pelo Capítulo IV, que estuda Metafísica, e é uma introdução ao estudo da Gênese. 

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“Para Deus, o Passado e o Futuro são o Presente. O Tempo é o Presente.” (Allan Kardec, A Gênese) 


A Gênese (Metafísica) 

CAPITULO IV

O papel da Ciência na Gênese 

A história da origem de quase todos os povos antigos se confunde com a da sua religião. É por isso que seus primeiros livros tratavam de religião. E como todas as religiões se ligam ao princípio das coisas, que é também o da humanidade, elas deram, sobre a formação e a ordem do universo, explicações em concordância com os conhecimentos da época. 

Daí resultou que os primeiros livros sagrados foram ao mesmo tempo os primeiros livros de ciência, como também foram, durante longo período, o único código das leis civis. 

 Nas eras primitivas, as primeiras teorias sobre o sistema do mundo eram originárias de meios de observação precários. Os próprios homens tinham a inteligência pouco desenvolvida. 

Assim, o homem se mostrou incapaz de resolver o problema da Criação até o momento em que a Ciência lhe forneceu a chave. Teve de esperar que a Astronomia lhe abrisse as portas do espaço infinito e lhe permitisse mergulhar aí o olhar; que, pelo cálculo, determinasse com rigorosa exatidão o movimento, a posição, o volume, a natureza e o papel dos corpos celestes; que a Física lhe revelasse as leis da gravitação, do calor, da luz e da eletricidade; que a Química lhe mostrasse as transformações da matéria e a Mineralogia os materiais que formam a superfície do globo; que a Geologia lhe ensinasse a ler, nas camadas terrestres, a formação gradual desse mesmo globo. À Botânica, à Zoologia, à Paleontologia, à Antropologia coube iniciar o homem na filiação e sucessão dos seres organizados. Com a Arqueologia pôde ele acompanhar os traços que a humanidade deixou através das idades. 

Numa palavra, completando-se umas às outras, todas as ciências contribuíram com o que era indispensável para o conhecimento da história do mundo, da Gênese do mundo.  

Tudo então mudou de aspecto. Em vez de uma Gênese imaginária, surgiu uma Gênese positiva e, de certo modo, experimental. O campo do universo se distendeu ao infinito. Acompanhou-se a formação gradual da Terra e dos astros, segundo leis eternas e imutáveis, que demonstram muito melhor a grandeza e a sabedoria de Deus, do que uma criação miraculosa, tirada repentinamente do nada, por efeito de súbita ideia da Divindade, após uma eternidade de inação. 

Um cientista importante do século XIX 

Charles Darwin 

O século XIX foi o grande período no qual a ciência se consolidou e realmente passou a definir marcas na caminhada da humanidade.

Até o século XVIII, acreditava-se que o homem e todas as espécies existentes haviam sido criados da forma como são e que não tinham sofrido nem poderiam sofrer nenhuma transformação. Contudo, em1859, o cientista inglês Charles Darwin publicou a obra “Sobre a origem das espécies”, que revolucionou a história da ciência. Para escrevê-la, ele realizou longas viagens, inclusive pela América do Sul, observando e refletindo sobre o universo dos seres vivos. 

 As ideias fundamentais da teoria de Darwin são a “luta pela sobrevivência” e a  “seleção natural”. A história dos seres vivos nada mais é do que o resultado de uma guerra entre as várias espécies animais, inclusive entre indivíduos da mesma espécie. Ao final dessa competição, sobrevivem apenas os mais fortes e os mais adaptados ao ambiente, processando-se, portanto, uma seleção natural através da qual os organismos vitoriosos evoluem de estruturas simples para outras de maior complexidade orgânica. 

A teoria darwinista escandalizou a Europa porque representou um golpe terrível nas concepções religiosas de então, centradas na ideia de que a Bíblia seria um livro rigorosamente histórico e documental. Naquela época, a maioria das pessoas acreditava que a humanidade começara com Adão e Eva, que Noé vagara numa arca pela terra inundada, que Jonas sobrevivera três dias no ventre de uma grande baleia, e que o mundo, desde a criação divina, não alcançara ainda sessenta séculos, etc. 

As ideias de Darwin abalaram profundamente as concepções religiosas e filosóficas então vigentes. De repente, Darwin declarava que o homem não era o centro da criação porque ele descendia de ancestrais primitivos e animalescos, era apenas uma estrutura orgânica tornada mais apta pelo acaso, pelo ambiente e pela luta da sobrevivência.

Fonte e imagem: erisfaculdadeshistoriadasciencias.blogspot.com.br/2010/05/seculo-xix-ciencia-se-consolida.html

Nota de Kardec: Não se pode conceber a Gênese sem os dados que a Ciência fornece. (O grifo é nosso). 

O papel da ciência na Gênese (continuação)

 De todas as Gêneses antigas, a que mais se aproxima dos modernos dados científicos, apesar dos erros que contém, é incontestavelmente a de Moisés – o “Genesis” - primeiro livro do Velho Testamento da Bíblia. 

Moisés

Alguns erros das outras gêneses antigas provêm da falsa interpretação de certas palavras, ao passarem de língua em língua pela tradução, ou o significado das palavras mudou com os costumes dos povos, ou, também, os erros decorrem da forma alegórica do estilo oriental, que foi tomada ao pé da letra, em vez de se procurar o significado mais fiel. 

Levando suas investigações às entranhas da Terra e às profundezas dos céus,  a Ciência demonstrou os erros da Gênese moisaica (de Moisés). Moisés narra a história da criação nos dois primeiros capítulos do seu livro “Gênesis” descrevendo um começo sobrenatural para a Terra e a vida.

Obviamente é impossível que as coisas tenham acontecido como são ali referidas, como se fossem milagres. Portanto, o mundo não foi criado em seis dias de 24 horas como diz a Gênese moisaica. Isso tem apenas um sentido figurado. (O grifo é nosso.)

A Criação de Adão, Michelangelo, Capela Sistina

A Gênese se divide em duas partes: a história da formação do mundo material e da humanidade no seu duplo princípio, corporal e espiritual. A Ciência se tem limitado à pesquisa das leis que regem a matéria. Do próprio homem, ela apenas estudou o envoltório carnal. Chegou a inteirar-se, com exatidão, das partes principais do mecanismo do universo e do organismo humano. Assim, sobre esses temas, a Ciência pôde completar a Gênese de Moisés e retificar-lhe as partes erradas. 

No entanto, as questões sobre o homem envolvem também o problema do seu passado e do seu futuro. A questão do mundo material apenas indiretamente o afeta. Para ele importa saber, antes de tudo, de onde veio e para onde vai, se já viveu e se ainda viverá, qual a sorte que lhe está reservada. Sobre todos esses pontos, a Ciência se conserva muda. A Filosofia apenas emite opiniões que concluem em sentido oposto, um quadro que somente a fé cega pode aceitar, visto que não suporta exame sério. 

Até o século XIX, o estudo do princípio espiritual, compreendido na Metafísica, foi puramente especulativo e teórico. No Espiritismo, esse estudo é inteiramente experimental. No século XIX, com o auxílio da mediunidade, mais desenvolvida, mais generalizada e mais bem estudada, o homem passou a ter um novo instrumento de observação.

A mediunidade foi, para o mundo espiritual, o que o telescópio foi para o mundo astral e o microscópio para os infinitamente pequenos. A mediunidade permitiu se explorassem, estudassem, de perto, as relações do mundo espiritual com o mundo corpóreo; ela permitiu que, no homem vivo, se destacasse o ser material do ser inteligente e que se observassem os dois atuando separadamente. 

Através do Espiritismo, uma vez estabelecidas as relações com os habitantes do mundo espiritual, tornou-se possível ao homem seguir a alma em sua marcha ascendente, em suas migrações, em suas transformações. Foi possível, enfim, estudar o elemento espiritual. Era disso que os anteriores comentadores da Gênese precisavam para a compreenderem e lhe retificarem os erros. 

Somente em meados do século XIX, o homem teve o auxílio da Ciência e do Espiritismo que lançam luzes sobre a Gênese, mesmo que nem um deles tenha dito a última palavra. Mas, eles representam as duas chaves para se chegar a uma solução ainda que aproximada. E com a Astronomia foi lançada uma das pedras fundamentais da Gênese, cerca de 3.300 anos depois de Moisés. (continua)

Notícia da ciência do século XXI: Astronomia

Os “Pilares da criação”, icônicas nuvens gigantes de gás e poeira localizadas na Nebulosa de Águia, a 7 mil anos-luz, vão se evaporar por completo em 3 milhões de anos, de acordo com uma pesquisa publicada na revista "Monthly Notices of the Royal Astronomical Society". Sua massa atual é 200 vezes a massa do Sol.

O trabalho se apoia na primeira imagem tridimensional feita das famosas colunas de poeira cósmica. Ela revela a “iminente” destruição da formação, segundo cientistas do Observatório Europeu Austral, o ESO.

Com a ajuda do instrumento “Muse”, instalado no telescópio VLT, localizado no Chile, os astrônomos notaram que os pilares perdem a cada milhão de anos uma quantidade de massa equivalente a 70 vezes a massa total do Sol. A partir desta nova descoberta, os astrônomos sugerem rebatizar a famosa formação como “colunas da destruição”.

(Nota: reportagem de 30.04.2015)

A imagem feita pelo telescópio Hubble mostra como são vistos os Pilares da Criação, da Nebulosa da Águia (Foto: NASA, ESA/Hubble, Hubble Heritage Team via AP)

(http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2015/04/formacao-cosmica-pilares-da-criacao-sumira-em-3-milhoes-de-anos.html)

Fonte:

A Gênese; Kardec, Allan; tradução de Guillon Ribeiro, FEB

http://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/07/A-genese_Guillon.pdf

Profa. Maria Lucia

Imagens:

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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Meditação 40 - O Perdão

"O Lago dos Cisnes”, Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro

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Jesus disse:

“Não julgueis, para que não sejais julgados.


Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.

E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?

Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro (cisco) do teu olho, estando uma trave (pedaço grande) no teu? (Mateus, 7:1-4)

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A Terra é um planeta em evolução. Por isso, somos todos imperfeitos. Todos temos qualidades, mas também defeitos. Quando alguém nos ofende ou prejudica, precisamos perdoar. Perdoar é procurar esquecer a ofensa recebida, lembrando-se apenas das coisas boas recebidas do nosso opositor.

E então, devemos dar-lhe uma nova oportunidade, um voto de confiança. Assim, devemos tratar nosso opositor como gostaríamos que ele nos tratasse: com humanidade. Que nós possamos perdoar sempre. A virtude do perdão se adquire com a prática, com o hábito de perdoar. A pessoa que perdoa sempre é bela, chique e inteligente.

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Nota sobre a imagem: Ballet “O Lago dos Cisnes”, de Tchaikowsky, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, sob a direção do Maestro Isaac Karabtschevsky. Junho de 2013. O ballet clássico é a arte que proporciona aos espectadores a beleza da imagem em equilíbrio, aliada ao encantamento da música.    

Fontes:
http://guia.uol.com.br/rio-de-janeiro/teatro/noticias/2013/05/23/theatro-municipal-do-rio-de-janeiro-apresenta-o-ballet-o-lago-dos-cisnes.htm

Aviso
A Federação Espírita Brasileira confirmou em seu site a continuação do filme “Nosso Lar”, que está sendo divulgado como “Nosso Lar 2 – Os mensageiros “, sob a direção de Wagner de Assis, que também dirigiu o primeiro filme, em 2010. Em breve teremos o novo filme espírita em todos os cinemas brasileiros.  
"O novo filme será uma adaptação do livro ‘Os Mensageiros’, segundo livro do Espírito André Luiz, psicografado por Chico Xavier. O livro fala sobre a evolução dos espíritos, o medo da morte, a importância do Culto do Evangelho no Lar, os benefícios da prática do bem. E relata experiências de Espíritos que reencarnaram com instruções específicas para atingir o aprimoramento pessoal, mas que nem sempre foram bem-sucedidos em suas tarefas."

http://180graus.com/espirita/feb-confirma-para-breve-o-filme-nosso-lar-2-os-mensageiros
Profª Maria Lucia

Imagem: http://img.uol.com.br/guia/2013/05/23/foto-de-divulgacao-do-ballet-o-lago-dos-cisnes-do-theatro-municipal-do-rio-de-janeiro-1369328325127_615x300.jpg

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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Espiritismo e Metafísica - 8


Estudo de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, em continuação. Para adultos e adolescentes, a partir da oitava série. “O Livro dos Espíritos é um estudo de Metafísica e de Moral.  Metafísica (“além das coisas físicas”) é o ramo da Filosofia que estuda a essência dos seres e dos mundos. As perguntas são de Allan Kardec e as respostas são dos Espíritos Superiores, autores de “O Livro dos Espíritos”. Português atualizado por mim.

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Parte Segunda (Metafísica)

CAPÍTULO III 

A volta do Espírito à vida espiritual, extinta a vida corpórea. • A alma após a morte • Separação da alma e do corpo • Perturbação espiritual.

A ALMA APÓS A MORTE 

149. Que sucede à alma no instante da morte?

Volta a ser Espírito, isto é, volve ao mundo dos Espíritos, donde se apartara momentaneamente. 

150. A alma, após a morte, conserva a sua individualidade?

 Sim, jamais a perde. 

a) — Como comprova a alma a sua individualidade, uma vez que não tem mais corpo material? 

Continua a ter um fluido que lhe é próprio, absorvido da atmosfera do seu planeta, e que guarda a aparência de sua última encarnação: seu períspirito.

b) — A alma nada leva consigo deste mundo? 

Nada, a não ser a lembrança e o desejo de ir para um mundo melhor, lembrança cheia de doçura ou de amargor, conforme o uso que ela fez da vida. Quanto mais pura for, melhor compreenderá a futilidade do que deixa na Terra.

A lição de anatomia do Dr. Tulp, Rembrandt

Nota: Os anatomistas e fisiologistas só acreditam no que veem. São materialistas. Morto o corpo nada mais lhes interessa. (O Livro dos Espíritos, pergunta 147) 

http://medicineisart.blogspot.com.br/2010/06/sete-curiosidades-na-licao-de-anatomia.html

151. Que pensar da opinião dos que dizem que após a morte a alma retorna ao todo universal? 

O conjunto dos Espíritos forma um todo, um mundo completo. Quando você está numa assembleia é parte integrante dela; mas, conserva a sua individualidade. 

152. Que prova podemos ter da individualidade da alma depois da morte? 

Vocês têm essa prova nas comunicações mediúnicas que recebem. 

Se, após a morte, só houvesse o que se chama o grande Todo, que absorvesse todas as individualidades, esse Todo seria uniforme e, portanto, as comunicações do mundo invisível seriam idênticas. Ninguém pode duvidar também das individualidades espirituais que se fazem visíveis nas aparições. 

153. Em que sentido se deve entender a vida eterna? 

A vida do Espírito é que é eterna; a do corpo é transitória e passageira. Quando o corpo morre, a alma retoma a vida eterna. 

a) — Não seria mais exato chamar vida eterna à dos Espíritos puros, dos que, tendo atingido a perfeição, não estão mais sujeitos a sofrer prova alguma?

 Essa é a felicidade eterna. Mas, isto é apenas uma questão de palavras.  

SEPARAÇÃO DA ALMA E DO CORPO 

154. É dolorosa a separação da alma e do corpo? 

Não; o corpo quase sempre sofre mais durante a vida do que no momento da morte; a alma nenhuma parte toma nisso. Os sofrimentos que algumas vezes se experimentam no instante da morte são um gozo para o Espírito, que vê chegar o fim do seu exílio na Terra. 

Na morte natural, a que ocorre pelo esgotamento dos órgãos, em consequência da idade avançada, o homem deixa a vida sem o perceber: é uma lâmpada que se apaga por falta de óleo. 

155. Como ocorre a separação da alma e do corpo? 

Rompidos os laços que a retinham ao corpo, a alma se desprende. 

a) — A separação se dá instantaneamente por brusca transição? Haverá alguma linha de marcação nitidamente traçada entre a vida e a morte?

Não; a alma se desprende gradualmente, não escapa como um pássaro preso a que se devolva subitamente a liberdade. O Espírito se solta pouco a pouco dos laços que o prendiam. Estes laços se desatam, não se quebram. 

Durante a vida, o Espírito se acha preso ao corpo pelo seu envoltório semimaterial ou perispírito. A morte é a destruição do corpo somente, não a desse outro envoltório, que do corpo se separa quando cessa neste a vida orgânica. Na hora da morte, o desprendimento do perispírito não se completa subitamente, mas gradualmente e com uma lentidão variável conforme os indivíduos. Mas, o Espírito pode experimentar o horror da decomposição; é o caso de alguns suicidas. 

A morte
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156. A separação definitiva da alma e do corpo pode ocorrer antes da cessação completa da vida orgânica? 

Na agonia, a alma, algumas vezes, já deixou o corpo; nada mais há senão a vida orgânica. O homem já não tem consciência de si mesmo; entretanto, ainda lhe resta um sopro de vida orgânica. O corpo é a máquina que o coração põe em movimento. Enquanto o coração está funcionando o corpo vive e para isso não precisa da alma.  

157. No momento da morte, a alma sente desejo ou encantamento que lhe faça perceber o mundo onde vai entrar novamente? 

Muitas vezes a alma sente que se desfazem os laços que a prendem ao corpo. Então se esforça para desfazer os laços inteiramente. Já em  parte desprendida da matéria, vê o futuro na sua frente e goza do estado de Espírito por antecipação.

158. O exemplo da lagarta que, primeiro, anda de rastos pela terra, depois se encerra na sua crisálida em estado de morte aparente, para enfim renascer com uma existência brilhante, pode dar-nos ideia da vida terrestre, do túmulo e, finalmente, da nossa nova existência? 

Uma ideia pálida.  

159. Que sensação experimenta a alma no momento em que reconhece estar no mundo dos Espíritos? 

Depende. Se praticou o mal, no primeiro momento a alma se sentirá envergonhada de havê-lo praticado. Os bons porem se sente como que aliviados de grande peso, pois que não temem nenhum olhar que os julgue.

Espírito suicidas inconscientes no Umbral após a morte (filme espírita “Nosso Lar”)

http://www.adorocinema.com/filmes/filme-202441/fotos/detalhe/?cmediafile=20009297 

160. O Espírito se encontra imediatamente com os que conheceu na Terra e que morreram antes dele? 

Sim, conforme a afeição que lhes votava. Muitas vezes os seus amigos o vêm receber à entrada do mundo dos Espíritos e o ajudam a desligar-se das faixas da matéria. Encontra-se também com muitos dos que conheceu e perdeu de vista durante a sua vida terrena. Vê os que estão na erraticidade (no mundo espiritual) como vê os encarnados e vai visitá-los.


Diná (Cristiane Torloni), uma boa pessoa, após a morte numa colônia espiritual

Nota: Imagem da novela espírita “A viagem”, de Ivani Ribeiro, com Cristiane Torloni e Antonio Fagundes, da Rede Globo, 1994. 

http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/novelas/a-viagem.htm

161. Em caso de morte violenta e acidental, quando os órgãos ainda não se enfraqueceram em consequência da idade ou das doenças, a separação da alma e a cessação da vida ocorrem simultaneamente? 

Geralmente sim; mas, em todos os casos é muito rápido o instante que ocorre entre a separação da alma e a morte do corpo.  

162. Após a decapitação, por exemplo, conserva o homem por alguns instantes a consciência de si mesmo?

Geralmente a conserva durante alguns minutos até a extinção completa da vida orgânica. Mas, geralmente a preocupação com a morte faz o indivíduo perder a consciência antes mesmo do momento do suplício. 

PERTURBAÇÃO ESPIRITUAL 

163. A alma tem consciência de si mesma imediatamente depois de deixar o corpo? 

A alma passa algum tempo em estado de perturbação.


Hospital espiritual curando ferida no desencarnado André Luiz (filme “Nosso Lar”)

Mapa da colônia espiritual Nosso Lar para onde vão os mortos bons 

Nota: Imagens do filme espírita “Nosso Lar”. Nosso Lar é a colônia espiritual descrita pelo Espírito André Luiz, autor do livro “Nosso Lar”, psicografia de F.C. Xavier.

Imagens: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-202441/fotos/detalhe/?cmediafile=20009283

164. A perturbação que se segue à separação da alma e do corpo é do mesmo grau e da mesma duração para todos os Espíritos?

Não; depende da elevação de cada um. Aquele que já está purificado, se reconhece quase imediatamente, pois que se libertou da matéria antes que cessasse a vida do corpo. Mas, o homem cuja consciência ainda não está pura guarda por muito mais tempo a impressão da matéria após a morte.  

165. O conhecimento do Espiritismo exerce alguma influência sobre a duração mais ou menos longa da perturbação? 

Influência muito grande, pois o Espírito já compreendia antecipadamente a sua situação. Mas, a prática do bem e a consciência pura são o que maior influência exercem.

Por ocasião da morte, tudo, a princípio, é confuso. A alma precisa de algum tempo para entrar no conhecimento de si mesma. Ela se acha no estado de uma pessoa que despertou de profundo sono e procura orientar-se sobre a sua situação. A lucidez das ideias e a memória do passado lhe voltam, à medida que se apaga a influência da matéria que ela acaba de abandonar, e à medida que se dissolve a espécie de névoa que lhe obscurece os pensamentos. Muito variável é o tempo que dura a perturbação que se segue à morte. Pode ser de algumas horas, como também de muitos meses e até de muitos anos.

Os que viviam na Terra e sabiam do estado futuro que os aguardava, são os que têm a perturbação menos longa porque esses compreendem imediatamente a posição em que se encontram no mundo espiritual após a morte.

Nos casos de morte violenta, por suicídio, suplício, acidente, apoplexia, ferimentos, etc., o Espírito fica espantado e não acredita estar morto, afirma que não está. No entanto, vê o seu próprio corpo, reconhece que esse corpo é seu, mas não compreende que se ache separado dele. 

Aproxima-se das pessoas a quem ama, no mundo material, fala-lhes e não percebe por que elas não o ouvem. Semelhante ilusão se prolonga até ao completo desprendimento do perispírito. Só então o Espírito se reconhece como tal e compreende que não pertence mais ao número dos vivos.

Observa-se então o singular espetáculo de um Espírito assistir ao seu próprio sepultamento como se fosse o de um estranho até ao momento em que ele compreende a verdade. Nos casos de morte coletiva, nem sempre todos tornam a ver-se logo. Cada um vai para seu lado ou só se preocupam com os que lhe interessam. (continua)

Fonte: O Livro dos Espíritos (questões 149 a 165); Kardec, Allan, FEB, 2009

Profa. Maria Lucia