segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Madona Del Granduca

Madonna del Granduca, Raphael

Cristina, Feliz Aniversário! Salve 29 de agosto! 

Querida nora, para você esta madona rogando  a Maria Santíssima que a envolva no seu manto de luz.     

E a “Ave Maria” de Schubert na voz sublime do Andrea Bocelli:

Nota: Cristina, o blog desta semana é uma singela homenagem a você. 

Profa. Lúcia Rocha

Imagem: http://cdn28.picsart.com/135171897000201.jpeg?r1024x1024

Vídeo: https://youtu.be/pwp1CH5R-w4

História da Arte 1

Introdução

Hoje começo uma série de estudos sobre a História da Arte.  Será apenas uma orientação inicial que abrangerá desde os povos primitivos até o final do século XX.  A arte (do latim, “ars”) é a expressão estética de um povo, por isso se situa  em determinados contextos históricos numa transformação contínua através dos tempos. 

Mas, como a História não ocorre em períodos de tempo separados como gavetas (a divisão da História em períodos tem apenas fins didáticos),  a expressão artística de um povo se revela numa coexistência de uma época antiga com a nova sucessivamente.            

Segundo Gombrich (2009), não se sabe como a arte começou, assim como não se sabe como a linguagem humana teve início. Os povos primitivos não consideravam obra de arte as pinturas, nem as estátuas, nem as cabanas onde moravam. Tudo tinha apenas utilidade. As pinturas primitivas e as letras tinham certas características em comum, por isso surgiram juntas nos primórdios da humanidade. 

Em época bastante remota, homens e mulheres utilizaram desenhos simplificados para representar cada objeto. Esta forma de expressão é  chamada escrita pictográfica que pode  ser vista nas inscrições astecas em cavernas. O surgimento da escrita é um marco importante, pois com a escrita termina o período chamado Pré-História e se inicia a História, que faz o registro dos fatos. 

De acordo com o linguista Cagliari (2010), depois das escritas pictográficas, surgiram as escritas ideográficas que eram desenhos especiais, os ideogramas. As escritas ideográficas mais importantes são a egípcia (também chamada hieroglífica), a mesopotâmica (suméria), a cretense e a chinesa (de onde provém a escrita japonesa).

Segundo o autor, a escrita é uma maneira de preservar a memória coletiva religiosa, mágica, científica, política, artística e cultural.

A arte primitiva
Arte primitiva em caverna

As primeiras representações de animais foram feitas em cavernas na Era Glacial. Eram bisões, mamutes e renas que os homens caçavam e por isso os conheciam muito bem. Essas representações  foram descobertas pelos arqueólogos em paredes de cavernas na Espanha e sul da França, no século XIX. 

Na Antiguidade, os maoris da Nova Zelândia e os povos da Nova Guiné aprenderam a criar belas obras de talha. E assim também as máscaras de Honduras, do Alasca e os vasos do México do período asteca na América Antiga.  Não é a capacidade desses artistas que é diferente dos nossos dias, mas as suas ideias.

O Egito Antigo  
As pirâmides Queops, Quefren e Miquerinos

Na Antiguidade,  as pirâmides do Egito representavam relíquias da sua arquitetura. As pirâmides eram os túmulos dos faraós e sua construção elevada era para aproximar a alma do faraó do céu, depois de morto. A arte egípcia é uma combinação da regularidade geométrica com a reprodução da natureza. Nas paredes internas das pirâmides, os egípcios faziam relevos e pinturas para “manter vivo” o faraó. O “chefão” era desenhado de tamanho maior que sua esposa e servos. A figura humana era desenhada sempre de perfil,  como fazem hoje as crianças, mas com os olhos de frente.  A arquitetura dos egípcios da  Antiguidade também inclui templos e palácios.

A família do faraó

Os primórdios da arte grega

A Grécia foi o grande despertar. Foi na Grécia mais remota e sob o domínio de déspotas orientais, no oásis dos grandes desertos, que surgiram os estilos mais antigos de arte que permaneceram inalterados por milhares de anos. O principal centro inicialmente foi Creta cujos reis ricos e poderosos enviavam embaixadas ao Egito com sua arte que impressionou até a civilização faraônica.  
Com o passar do tempo, dentre as cidades-estados  gregas, Atenas (a capital da Grécia) tornou-se a mais importante na história da arte. Foi nessa época que houve a maior e mais importante revolução na história da arte. Apenas não se pode precisar quando ela começou. Talvez quando os primeiros templos de pedra estavam sendo construídos, no século VI a.C. Os artistas gregos começaram a fazer estátuas de pedra do ponto em que  os egípcios  e os assírios haviam parado. 

Aquiles e Ajax jogando damas na tenda

Os pintores das cerâmicas  eram mais famosos que os escultores. Os recipientes de cerâmica pintados com diversas cenas eram conhecidos como vasos, usados mais  para conter vinho e azeite do que flores.  Essas pinturas datavam do século VI A.C. Muitos vasos mostravam Aquiles e Ajax, os dois heróis do poeta Homero,  jogando damas na tenda. São figuras mostradas de perfil, seus olhos ainda  são vistos de frente como nas pinturas egípcias.

Mas, em 500 a.C., os artistas se atreveram pela primeira vez a pintar um pé visto de frente, bem como todo o corpo. Isso não havia sido representado nas obras egípcias e assírias que os antecederam. Foi um momento fenomenal na história da  humanidade! 

Cavaleiros e cavalos, Partenon, Fídias

No século V a.C., Fídias  foi um grande escultor em mármore branco, mas a maioria de suas obras não chegaram até nós. As duas grandes obras de Fídias foram a Atena e a estátua de Zeus em Olímpia, no Partenon,  que infelizmente se  perderam.  

O Partenon, Calícrates e Ictino

O Partenon era um templo. Ele foi encomendado por Péricles, governante de Atenas,  como parte do seu programa de obras tendo sido construído na Acrópole (fortaleza) da capital Atenas. O trabalho começou em 447 a.C. quando o escultor Fídias foi incumbido de supervisionar a construção de um magnífico templo dórico para Atena, a deusa protetora da cidade. Era o Partenon. Ele foi erguido no local de templos arcaicos e destinado fundamentalmente a abrigar a Parthenos, de Fídias, uma impressionante estátua da deusa Atena de 12 m de altura, coberta de marfim e ouro. A deusa Atena era protetora da cidade de Atenas. Supõe-se que a oficina de  Fídias tenha executado todas as demais esculturas do Partenon. 

Projetado e construído em mármore pentélico pelos arquitetos Calícrates e Ictino, o Partenon tem um projeto complexo que substitui linhas retas por curvas leves. (Nota: o mármore pentélico era originário do Monte Pentélico, ao norte de Atenas; era branco com um leve tom amarelado que refletia a luz do sol. Esse mármore também era usado para esculpir estátuas.)   

Para fazer os frontões e os frisos que acompanham o perímetro do templo, foi contratado um exército de escultores e pintores. Agorácito e Alcâmenes, ambos discípulos de Fídias, são dois dos artistas que trabalharam no friso e talharam as pessoas e os cavalos da panatenéia  (festa em homenagem à deusa Atena).

Apesar dos danos e alterações sofridos através dos tempos,  o Partenon se mantém majestoso até hoje e é um poderoso símbolo das glórias da Grécia Antiga. O Partenon é também um símbolo da democracia grega e é o mais conhecido dos edifícios remanescentes da Grécia Antiga. 

O Partenon é um  dos edifícios mais famosos do mundo, sendo considerado um dos maiores monumentos culturais da história da humanidade. Atualmente,  ele está sendo restaurado. 

A deusa Atena, Fídias  

O Discóbolo, Myron

Esta estátua,  “O Discóbulo” (155 cm, 450 a.C.), feita pelo grego Myron, em bronze, mostra o atleta empunhando o disco num movimento antes de lançá-lo. Esta obra chegou até a atualidade  pela cópia romana, em mármore, que se encontra no Museo Nazionale Romano, em Roma.   Myron conquistou o movimento na escultura assim como os pintores conquistaram o espaço.

Em Atenas, os artistas passavam o dia trabalhando nas suas obras, que eram o seu sustento,  mas não eram considerados gente refinada. Contudo,  eles podiam participar de uma certa forma da democracia.  Quando a democracia atingiu seu apogeu também a arte grega atingiu o seu clímax. 

Os artistas gregos usaram a roupagem, tanto em mármore quanto em bronze, para marcar as principais divisões da anatomia humana, por isso a arte grega é admirada até hoje. Ainda em nossos dias,  os artistas buscam inspiração nas obras-primas da arte grega. (continua)

Nota 1: “A história da arte” , de E.H. Gombrich,   é uma obra fundamental para o estudo  da História da Arte internacional. Ela analisa inclusive o contexto histórico em que se deu a transformação da arte nos diversos períodos da História. Essa obra contém 688 páginas, num só volume. O exemplar que analisei pertence à Raquel, que estudou História da Arte por alguns anos quando fez Filosofia na Unicamp no início dos anos  2000. 

Nota 2: A Escola de Comunicação e Arte da Universidade de São Paulo (ECA-USP) tem um curso de Artes Plásticas.  É uma unidade de ensino, pesquisa e extensão das mais tradicionais do país.

A Universidade Estadual de Campinas-Unicamp tem um curso de Artes Visuais no Instituto de Artes, voltado para as artes visuais no mundo contemporâneo. É uma unidade de ensino, pesquisa e extensão, das melhores do país. 

Nota: esse excelente autor austríaco no entanto não estudou o Brasil. Mas, a Raquel  tem  duas enciclopédias  de arte brasileiras que estudam a História da Arte internacional e também do Brasil. Postagens futuras.  

Fontes: 
Gombrich, E.H. (Ernest Hans),1909-2001,  A história da arte; tradução Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: LTC,  2009 Cagliari, Luís Carlos, Alfabetização e Linguística, Scipione, 2010

http://estudantesdearquitetura.com.br/

http://www2.eca.usp.br/cap/geral.html

https://www.comvest.unicamp.br/cursos/artes_visuais.html

Profa, Lúcia Rocha

Imagens:    
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Estrelinhas

Milhões de estrelinhas,
coisinhas brilhantes
no céu distantes.

Milhões de estrelinhas...
Terão sorrisos?
Terão carinhas?
Serão meninas?
Serão mocinhas?

E tem a estrelinha
na ponta da varinha
da Fada Fadinha
sorrindo  que voa,
é só pensar numa coisa boa
que a mágica acontece,
acontece à toa.

E a  Fada Fadinha
que voa, que voa
que bate as asinhas,
bate de novo,
bate a varinha,
na ponta a estrelinha
e a mágica novinha
logo acontece
e ninguém fecha os olhos
e ninguém  mais esquece.

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Nossos corpos

Espírito André Luiz

Introdução

“O Livro dos Espíritos”, publicado por Allan Kardec em Paris, em meados do século XIX, estudou apenas três partes do ser humano encarnado: a alma ou espírito, o corpo físico e o períspirito. Portanto, essa obra estudou apenas dois corpos do homem encarnado, pois não estudou o duplo etéreo.  Mas, no Brasil, a partir dos anos de 1930,  o duplo etéreo  foi analisado detalhadamente  pelo espírito André Luiz, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, a partir da obra “Nosso Lar”.

Assim, atualmente  temos, nas obras de André Luiz, o estudo das quatro partes do homem encarnado: o espírito ou alma, o perispírito, o duplo etéreo e o corpo físico. Dessa forma, o ser humano encarnado é constituído de um espírito e três corpos.   

O Espírito encarnado ou  alma

Pergunta 141  de “O Livro dos Espíritos”: “ Há qualquer coisa de certo na opinião dos que pensam que a alma é externa e envolve o corpo?

 “A alma não está encerrada no corpo como o pássaro numa gaiola. Ela irradia e se manifesta no exterior como a luz através de um globo de vidro ou como o som em redor de um centro sonoro. É por isso que se pode dizer que ela é externa, mas não como um envoltório do corpo. A alma tem dois envoltórios: um, sutil e leve, o primeiro, que chamas perispírito; o outro, grosseiro, material e pesado, que é o corpo. “(“O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec).

O Perispírito 

“O fluido universal (ou fluido cósmico universal) é o fluido primitivo ou elementar, sendo o agente de que o espírito se utiliza; sem esse fluido, a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá.” (O Livro dos Espíritos, pergunta 27)

O períspirito  é tirado do fluido cósmico universal de cada globo, razão por que não é idêntico em todos os mundos. O períspirito é a quintessência do fluido cósmico universal, uma substância assaz vaporosa que serve de envoltório para o espírito. Passando de um mundo a outro mundo, o espírito muda de envoltório como mudamos de roupa. Foram os espíritos superiores encarregados da revelação do Espiritismo que trouxeram para nós a palavra “períspirito”, registrando-a primeiramente em “O Livro dos Espíritos”, em 1857. 

Na obra “Nosso Lar”, André Luiz usou as palavras “períspirito” e “corpo espiritual”. No livro “Nos domínios da Mediunidade”, André Luiz  usou mais dois sinônimos para períspirito: “corpo astral” e “psicossoma” (“soma”, do grego “corpo”). 

No início da nossa era, o apóstolo Paulo já havia registrado em suas epístolas (Novo Testamento) a expressão “corpo espiritual” através do qual ele subia conscientemente ao céu para contemplar as belezas da criação divina e depois voltava para a Terra. Esse fenômeno é chamado  “desdobramento”: o espírito com seu perispírito se desprende por um curto período do corpo denso, mas a este permanece ligado pelo cordão fluídico prateado que se localiza na base da coluna no períspirito. O cordão prateado se rompe apenas por ocasião do desencarne. 

Em “O Livro dos Espíritos”, temos duas perguntas:

“150. A alma após a morte conserva a sua individualidade? “Sim; jamais a perde. Que seria ela, se não a conservasse?”

a) – Como comprova a alma a sua individualidade, uma vez que não tem mais corpo material?

“Continua a ter  um fluido que lhe é próprio, haurido na atmosfera do seu planeta e que guarda a aparência de sua última encarnação: seu perispírito.” (Nota: esse fluido é tirado do fluido cósmico universal). 

“186. Haverá mundos onde o Espírito deixando de revestir corpos materiais, só tenha por envoltório o perispírito?

“Há e mesmo esse envoltório  se torna tão etéreo que para vós é como se não existisse. Esse o estado dos Espíritos puros.”

Portanto, o espírito conserva eternamente o seu períspirito mesmo tornando-se espírito puro. 

 Os centros de força ou chacras estão localizados no períspirito. A palavra “chacra” vem do sânscrito e significa “roda de luz”. Como André Luiz nos ensina, em “’Nosso Lar” e obras seguintes, os chacras são centros de força, fulcros energéticos ou vórtices de luz (todos esses sinônimos) que ficam localizados ao longo da coluna vertebral no períspirito. 

Eles vibram incessantemente  em movimento giratório,  cada um tem uma cor do arco-iris; cada cor luminosa emite uma vibração. São 7 chacras de cima para baixo: chacra coronário (no alto da cabeça), chacra frontal (no centro da testa), chacra laríngeo (na garganta), chacra cardíaco (no coração), chacra solar (no estômago), chacra sacro (mais abaixo) e chacra genésico ou básico (na região genital). Os chacras são interdependentes, vibram em alinhamento. 

Quando uma pessoa fica gravemente doente seus chacras se desalinham. Os remédios da Terra tratam apenas do corpo físico, por isso, para realinhar os chacras, é preciso fazer um tratamento com passes de cura num centro espírita. O períspirito só está equilibrado quando os seus chacras estão alinhados. 

Enquanto não for feito o realinhamento dos chacras, uma pessoa doente sara da doença no corpo, mas continua sentindo desconfortos  físicos e mentais. O períspirito tem de estar sempre equilibrado  para que os órgãos do corpo físico  funcionem equilibradamente.   

Fontes: “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec;  “Nosso Lar”, André Luiz, Francisco Cândido Xavier.

O Corpo Físico

O corpo físico é entregue ao espírito reencarnante desde as primeiras horas da concepção no útero materno. Ele segue as leis da genética humana, mas os corpos dos espíritos mais evoluídos não seguem estritamente essa genética, que é manipulada pelos espíritos superiores antes da concepção. Por exemplo, se o espírito reencarnante não merece ter uma doença hereditária,  essa alteração é feita a seu favor antes da concepção. (André Luiz, “Nosso Lar”)

O cuidado com o corpo físico da criança e do adolescente é da responsabilidade dos pais ou de quem os cria. Na vida adulta (com a maioridade aos 18 anos), o espírito encarnado passa a ser o responsável pelos cuidados com o próprio corpo a fim de alimentá-lo (comida e sono),  higienizá-lo, não cometer excessos físicos nem mentais nem sexuais,  tratar das doenças, tudo para ter um corpo saudável para bem cumprir a missão. Quem cuida do corpo com primor vai desencarnar somente na hora certa, tornando-se por isso um “completista”, o que é raro em nossos dias em que a maioria comete suicídio inconsciente. O contrário do completista é o suicida consciente (o que se mata num  ato premeditado ou impensado)  e o suicida inconsciente (o que morre antes da hora por excessos ou falta de autocuidados). (André Luiz, em “Nosso Lar”).

O Duplo Etéreo  

O duplo etéreo não foi estudado pelo “Livro dos Espíritos”. Foi André Luiz que nos trouxe esse estudo a partir da obra “Nosso Lar”. O duplo etéreo (ou “duplo etérico” ou  “corpo vital” são os três nomes que  André Luiz usa em “Nosso Lar”)  é um corpo fluídico mais grosseiro que o perispírito e tem formato ovoide, amorfo; ele envolve o corpo físico.  O espírito reencarnante o recebe juntamente com o corpo físico.

Ele não tem vida própria, tanto que se desintegra em até 14 dias da morte do corpo físico.  Ele é o intermediário entre o corpo físico e o perispírito. Ele concentra energias vitais absorvidas do ambiente bem como de emanações da alimentação humana. O espírito encarnado precisa das energias do duplo etéreo para ter energia vital e assim atuar neste mundo físico. 

Cada pessoa tem maior ou menor concentração da energia vital proveniente do seu duplo etéreo. Com a idade, essa energia  vital vai diminuindo. Quando essa energia se esgota,  dá-se a morte natural do corpo físico, mesmo sem doenças. Por isso, nós temos de nos alimentar bem (em quantidade e número suficiente de refeições diárias) bem como dormir bem, a fim de não esgotar precocemente a  energia vital do duplo etéreo. Quem se alimenta mal, dorme pouco,  faz excessos físicos (inclusive sexuais), tem maus hábitos, vai desgastando precocemente o duplo etéreo, morre antes da hora, é considerado suicida inconsciente; após o desencarne, fica um determinado tempo vivendo no Umbral até reequilibrar o perispírito. (André Luiz, “Nosso Lar”).  

Segundo André Luiz , “existe uma relação muito estreita do duplo etérico e o corpo físico; uma deficiência energética de um repercute no outro com nítida queda de vitalidade.” (“Evolução em Dois Mundos”, André Luiz, Francisco Cândido Xavier, FEB)

“Fácil entender que todo desregramento de natureza física ou moral faz-se refletir, de imediato, por reações mentais consequentes, sobre as províncias celulares, determinando situações favoráveis ou desfavoráveis ao equilíbrio orgânico.  

O pensamento é a força que, devidamente orientada, no sentido de garantir o nível das entidades celulares no reino fisiológico, lhes facilita a migração ou lhes acelera a mobilidade para certos efeitos de preservação ou defensiva, seja na improvisação de elementos combativos e imunológicos ou na impugnação aos processos patogênicos, com a intervenção da consciência profunda.” (André Luiz, “Mecanismos da Mediunidade”, Francisco Cândido Xavier, FEB, p. 139)

Conclusão

“Quando o ato é de iniciativa do Espírito, pode-se dizer que o Espírito quer, o períspirito transmite e o corpo executa.” (Obras Póstumas, Allan Kardec, p.45)

Para viver na Terra, um mundo físico, o espírito encarnado precisa de três corpos: o períspirito, o duplo etéreo e o corpo físico.  André Luiz estudou esses três corpos humanos. 

“Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.” Paulo (I Coríntios, 6:20)

Fontes: 

“O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec, FEB 

“Nosso Lar”; “Evolução em dois mundos” e “Mecanismos da Mediunidade”,  por 

André Luiz, Francisco Cândido Xavier, FEB. 

www.espiritoimortal.com.br/espirito_imortal/mecanismos-da-mediunidade.pdf

http://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2013/05/Roteiro-14-Perispirito.pdf

Profa. Lúcia Rocha

Imagem:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Andr%C3%A9_Luiz_(esp%C3%ADrito)

Mensagem Bolshoi

Escola Bolshoi Brasil

“Ser estudante não é apenas ir à escola, mas sim aproveitar cada segundo em que a lição é ensinada.” (Paula Ribeiro, Escola Bolshoi Brasil)

Salve 11 de agosto! Dia do estudante!

https://www.facebook.com/BolshoiBrasil

Profa. Lúcia Rocha

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A Origem da Matemática

Os números são tão antigos quanto a história da civilização. Nos sistemas de contagem mais antigos de que se tem relato, as pessoas contavam apenas um, dois e muitos, como entre os povos indígenas mais primitivos do Brasil, Austrália, etc. Isso foi há mais de 30.000 anos. 

Os homens primitivos viviam em cavernas e grutas e não tinham a ideia de número, mas tinham a necessidade de contar. Assim, quando eles iam pescar ou caçar, levavam consigo pedaços de ossos ou de madeira. Para cada animal ou fruto capturado, o homem fazia um risco no osso ou no pedaço de madeira.

Nessa época existia também a forma de contar com nós em cordas e pelos dedos dos pés e das mãos.

Com a evolução, o homem foi deixando de ser nômade, fixou-se num só lugar. Além  da caça e da coleta de frutos passou a cultivar verduras e criar  animais para comer. A partir daí surgiu a necessidade de uma nova forma de contagem, pois o homem precisava controlar o seu rebanho. Passou então a utilizar pedras: cada pedra representava um animal.  Para cada animal que ia pastar, uma pedra era colocada dentro de um saco. Ao final do dia, para cada animal que entrava de volta no cercado, uma pedra era retirada do saco. Assim, era possível manter o controle do rebanho e saber se algum animal havia sido comido por outro animal selvagem ou apenas se perdido.

Com a evolução do homem e da matemática, surgiu a palavra “cálculo”, que em latim significa “contas com pedras”. 

No antigo Egito, começaram a controlar as enchentes do rio Nilo, o principal rio do país. Havia a necessidade de se fazer barragens e medir terras, saber quanto o nível do rio havia subido ou descido, de quem eram as terras mais férteis para determinadas atividades... Havia todo um sistema de previsão para as colheitas porque elas dependiam (como dependem) do clima e das épocas do ano. Por isso era muito importante saber a época certa para se plantar e se colher, a que horas fazer cada coisa, enfim, tudo isso fez com que o sistema numérico evoluísse para dar conta dessas atividades econômicas. Assim, os egípcios foram os primeiros povos a criar um sistema de numeração.

Sistema egípcio de numeração

Os antigos romanos inventaram um sistema de numeração com 7 letras, que ficou conhecido como números romanos. Mas estes  serviam apenas para a contagem e não para cálculos aritméticos. Hoje ainda se usa essa numeração na escrita dos séculos, capítulos de livros, relógios, nomes de reis e papas, etc.



Os sistemas de numeração eram inicialmente usados apenas para se contar, mas a necessidade de se registrar números grandes usando uma quantidade de símbolos relativamente menor fez com que houvesse um avanço muito interessante, que foi a criação de bases numéricas. Isso surgiu  na Babilônia; e também se sabe de um sistema de numeração que surgiu no México entre os astecas.   

E como funcionava esse sistema de base na matemática? Na Babilônia, por exemplo, existia um sistema de contagem de base sessenta. As pessoas contavam até sessenta e depois, quando precisavam contar números maiores, usava-se um símbolo representando sessenta e outro para um, dois e daí por diante. Com isso era possível escrever números com uma certa eficiência.   

Esse sistema de numeração persiste até hoje quando a gente fala que uma hora tem 60 minutos, que um minuto tem 60 segundos. A mesma coisa acontece com as medidas de ângulo: um círculo tem 360 graus, o que são seis vezes sessenta.   

Já o sistema de numeração que usamos hoje é chamado indo-arábico e tem base dez. É chamado de indo-arábico porque foi uma combinação de um sistema de origem árabe com outro de origem hindu. Os árabes contribuíram com os algarismos de 1 a 9 e os hindus inventaram o zero, que é muito importante na evolução do sistema numérico e sua forma gráfica. Na forma gráfica o 1 tem um ângulo; o 2 tem dois ângulos, o 3 tem três ângulos, assim  até 9 ângulos; e o 0 não tem nenhum ângulo.

Como Aristóteles observou, na Antiguidade, o sistema decimal, usado até hoje, resultou simplesmente do fato de que quase todos nós nascemos com dez dedos nas mãos e nos pés. 

Um grande matemático árabe chamado Al-Khwarizmi foi quem deu aos números o nome de “algarismos”. Temos dez símbolos, contando com o zero, e conseguimos escrever números grandes através da combinação de uma quantidade relativamente pequena desses símbolos.

Forma gráfica original dos algarismos indo-arábicos

Nosso sistema atual de numeração foi inspirado no ábaco, sendo que em cada posição em que o número se encontra seu valor é diferente. Por exemplo, os números 1 e 2 resultam nos números 12 e 21. 

O ábaco, em sua forma geral, é uma moldura retangular com fileiras de arame, cada fileira representando uma classe decimal diferente nas quais correm pequenas bolas. Muito usado em civilizações orientais e ocidentais na Antiguidade.

O ábaco

Fontes:
http://www.escolakids.com/a-historia-dos-algarismos.htm
http://www.universidadedascriancas.org/perguntas/resposta.php?id=39
ograndecurioso.blogspot.com.br/2014/02/de-onde-surgiram-os-numeros.html
http://www.universidadedascriancas.org/perguntas/resposta.php?id=39

Profa. Lúcia Rocha

Imagens:
http://www.mundoeducacao.com/upload/conteudo_legenda/ec0966a0e373696f35a70997721898e5.jpg

http://www.interaula.com/matweb/fundam/101/mod10107.gif

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/aulas/1507/imagens/MA4.jpg

http://www.escolakids.com/public/upload/file/historia-numeros3_(1).jpg

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segunda-feira, 17 de agosto de 2015

A Delicadeza

O Outono

A delicadeza de tratamento entre as pessoas faz parte de uma boa educação. Inclusive, temos a responsabilidade do exemplo aos demais de qualquer geração.  Nada justifica a violência, seja por palavras, tom de voz, gestos ou ações.  A indelicadeza é sinal dos tempos. Como diz o psicólogo Augusto Cury, muitas pessoas são indelicadas porque sofrem, sem o saberem,  do mal do século: a Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA). Essa síndrome é gerada pela ansiedade. Como diz Cury, o mal do século não é a depressão, mas a SPA. 

“Não são apenas as drogas psicotrópicas que viciam, mas também o excesso de informação, de trabalho intelectual, de atividades, de preocupação, de uso do celular. Todos levam a mente humana ao mais penetrante de todos os vícios: o vício de pensar. Muitos dos melhores profissionais padecem desse mal; são ótimos para suas empresas, mas carrascos de si mesmos. “ (“Ansiedade”, Augusto Cury)

Como diz Cury, a maioria das pessoas vive estressada. Elas têm os nervos à flor da pele,  qualquer coisa as irrita, não têm paciência com nada. Então, vivem explodindo diante da menor contrariedade, pois, além do mais querem tudo rapidamente. Segundo o psicólogo,  muitos jovens de 18 a 50 anos  têm o desgaste emocional e mental dos velhos de 90,  são os  “moços velhos”. Estão envelhecendo aceleradamente e não sabem. Eles sofrem da Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA).   

Como diz ainda Cury,  se uma pessoa nos ofende, não devemos descer no nível dela com uma resposta “à altura”. Ao contrário,  cabe-nos perdoá-la, em silêncio, mas sem perder  a dignidade: humilhar-se sem se humilhar. É o que nos ensina também o Evangelho. Aliás, nos dias que correm, a gente não faz outra coisa senão perdoar.  Ter paciência. Fazer silêncio. Tudo em nome da harmonia.  

Cuidemos para não fazer guerra no convívio com as pessoas.  Para isso,  façamos de tudo para desacelerar, vivendo um dia de cada vez. Jesus disse: “A cada dia basta o seu mal.”  (Mateus, 6:34)       
Profa. Lúcia Rocha

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O Novo Código Civil e a Nova Mulher

“O novo Código Civil brasileiro, Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002, entrou em vigor em janeiro de 2003. Ele incorpora as modificações da Constituição Federal de 1988.

Sua estrutura básica é a mesma do Código de 1916. As matérias do Direito de Família são divididas em quatro Títulos: Do Direito Pessoal, Do Direito Patrimonial, Da União Estável, Da Tutela e Da Curatela. 

NOVA VISÃO DA FAMILIA

Abandona-se a visão patriarcalista que inspirou a elaboração do Código velho, quando o casamento era a única forma de constituição da família e nesta imperava a figura do marido, ficando a mulher em situação submissa e inferiorizada.

A visão atual é bem outra com a ampliação das formas de constituição da família e a consagração do princípio da igualdade de tratamento entre marido e mulher, assim como iguais são todos os filhos, hoje respeitados em sua dignidade de pessoa humana, independente de sua origem familiar. Portanto, não há mais filhos legítimos e ilegítimos, todos são filhos.

A grande virada se deu com a Constituição Federal de 1988, que introduziu relevantes mudanças no conceito de família  considerada a base da sociedade. Assim, no seu art. 226 e seguintes, lemos: “(...) c) igualdade de direitos e deveres do homem e da mulher na sociedade conjugal; (...)”

Em capítulo sobre a eficácia do casamento, o novo Código Civil dispõe que homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família.  

O  novo Código estabelece  que a direção da sociedade conjugal será exercida, em colaboração, pelo marido e pela mulher, sempre no interesse do casal e dos filhos.

O rol de deveres de ambos os cônjuges: fidelidade, vida em comum, assistência, criação dos filhos; e acrescenta mais um: respeito e consideração mútuos. Da mesma forma os deveres dos companheiros em união estável. O casamento deve objetivar a “comunhão de vida”, por isso o distanciamento por falta de diálogo, a frieza no trato pessoal e outras falhas de comunicação podem afetar a convivência, motivando a quebra de dever conjugal. 

AUSÊNCIA COMO CAUSA DO TÉRMINO DO CASAMENTO

A “ausência” é uma novidade.  Define-se a ausência como morte presumida para fins de sucessão definitiva. A primeira é o desaparecimento de uma pessoa quando for extremamente provável sua morte pela situação de perigo em que se encontrava; trata-se de situação de grave risco a exigir sentença judicial de reconhecimento do provável óbito. A outra situação é a de alguém desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, que não seja encontrado até dois anos após o término da guerra. Em todos esses casos, portanto, se dará o efeito dissolutório do casamento. 

NOME DO CONJUGE

A adoção do sobrenome do cônjuge passa a ser direito assegurado a ambos os nubentes. 

REGIME DE BENS NO CASAMENTO

Substanciais mudanças se observam na regulamentação do regime matrimonial de bens. A opção continua sujeita à celebração de pacto antenupcial, por escritura pública, salvo se escolhido o regime da comunhão parcial, em que bastará a redução a termo no processo de habilitação.

É permitida a alteração do regime de bens no curso do casamento, desde que autorizada judicialmente em pedido motivado de ambos os cônjuges, comprovando-se as razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros. 

Quatro são os regimes de bens. Ao lado dos regimes da comunhão universal, da comunhão parcial (que continua sendo o regime legal, na falta de convenção) e do regime da separação de bens, surge o regime da participação final nos aquestos. Trata-se, este último, de absoluta novidade inspirada na legislação de países europeus. Consiste numa forma híbrida de separação de bens, durante o casamento e de comunhão parcial ao dissolver-se a sociedade conjugal.

 No regime de participação final dos aquestos, cada cônjuge possui patrimônio próprio, formado pelos bens que possuía ao casar e os adquiridos, a qualquer título durante o casamento, sendo que, à época da dissolução da sociedade conjugal, faz-se a partilha do patrimônio adquirido onerosamente durante a vida em comum. Quanto ao regime da separação de bens, pode ser convencional (pacto antenupcial) ou obrigatório, em hipóteses assemelhadas ao sistema do Código de 1916. 

CONCLUSÃO

Embora constitua notável avanço, esta nova codificação de leis civis ainda comporta aperfeiçoamento em muitos pontos, especialmente no Direito de Família.

Resumo do texto original. Para saber mais:
http://www.familiaesucessoes.com.br/2002/10/casamento-separacao-e-divorcio-no-novo-codigo-civil-2/

Nota sobre o autor: Euclides Benedito de Oliveira, Advogado, OAB/SP 18.780.

Profa. Lúcia Rocha


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Pela Pátria

“A transição recomenda prudência. A Pátria do Cruzeiro, com a responsabilidade de representar a fraternidade na Terra, está diante dos olhos do mundo  que aproveitando a ocasião dos jogos redescobre o Brasil.(...) que a prudência nos conduza com equilíbrio aos processos das mudanças necessárias. (...) queremos pedir aos nossos companheiros o hábito da oração em favor da paz.” Federação Espírita Brasileira

Nota 1: mensagem por ocasião da Copa do Mundo, no entanto atual. 

Nota 2: o trabalho é uma permanente oração. Um pensamento a Deus também é uma oração.

Fonte:  https://www.facebook.com/FEBoficial/photos/a.724120247652949.1073741840.148943508503962/714998481898459/?type=1&theat

Profa. Lúcia Rocha

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Ética - As Virtudes

Madona da Romã, Boticelli

(Para sua reflexão)

Introdução

A Ética é uma divisão da Filosofia que estuda a Moral, ou seja, que faz uma reflexão sobre o sentido  das regras morais de uma sociedade.  A Moral é um conjunto de regras para bem viver numa sociedade. A Ética analisa as virtudes e os vícios, que fazem parte da moral de uma sociedade.

Como disse Aristóteles, na Antiguidade, “A virtude é uma boa qualidade moral”. Aristóteles também disse que a virtude implica a aquisição de um bom hábito moral que se adquire pela repetição através da educação. Ele analisou quatro virtudes: a prudência, a temperança, a justiça e a fortaleza (coragem). 

 Na atualidade, quem cuida da educação para os valores humanos é a família, a escola  e a religião. Mas, hoje somente a família e a religião se preocupam com a educação moral (os valores do “ser”), as virtudes.  As principais virtudes são a fé, a esperança e a caridade (ou amor ao próximo),  como disse Jesus e o apóstolo Paulo depois dele. 

As virtudes 

Atualmente, além da fé (a fé raciocinada, e não fé cega, como nos recomendou Kardec), a esperança e a caridade, podemos acrescentar as seguintes virtudes: a disciplina, a dedicação, a paciência, o respeito, a humildade, a simplicidade, a modéstia, a coragem, a temperança (evitar os excessos com o corpo e o espírito), o perdão, a reconciliação, a prudência, a tolerância, a perseverança, a honestidade, a fidelidade, a modéstia, o otimismo, a gratidão, o sentido do belo, etc. A virtude mais difícil de adquirir é a disciplina, depois a paciência, o perdão, o respeito e  a simplicidade. 

A paciência é das últimas virtudes que adquirimos por completo, por isso somos submetidos a muitos “testes” de paciência nas diversas reencarnações, que nos obrigam a aturar familiares indesejáveis (inclusive companheiros e filhos), colegas de trabalho insuportáveis, vizinhos difíceis, perdas materiais e morais, doenças graves. Um bom professor tem a paciência de repetir quantas vezes forem necessárias um ensinamento para os seus alunos. 

Quem não tem a paciência bem desenvolvida irrita-se com tudo, não releva nem perdoa nada,  é “pavio curto”, explode por qualquer coisa que contrarie sua vontade de pessoa orgulhosa. Desenvolver a paciência é muito importante para não termos de renascer num contexto de famílias difíceis, colegas de trabalho insuportáveis, etc. Em primeiro lugar, a paciência exige ficar calado quando as coisas não estão do nosso gosto, por isso ela exige também o perdão constante. 

O perdão também é uma virtude difícil de adquirir. Quem não perdoa carrega o ódio no coração, de vez em quando sua consciência o atormenta pelo remorso. Quem não perdoa vive preso numa desavença do passado remoto ou recente. Tem uma mancha escura terrível no períspirito, cheia de ódio. Quantos homens passam a vida presos ao ódio do passado porque não conseguem perdoar alguém? Para perdoar não precisamos fazê-lo pessoalmente, basta perdoar de coração a pessoa que nos prejudicou, desejando tudo de bom a ela, apenas em pensamento e em oração a Deus. 

Só quando o perdão supera o ódio é que o  vínculo negativo é cortado e nos libertamos da pessoa indesejável para sempre e tudo cai no esquecimento. O perdão nos proporciona a oportunidade de reconciliação (“fazer as pazes”), mesmo na distância. Jesus nos recomendou fazer sempre a reconciliação através do perdão, enquanto estamos nesta vida, para não termos de levar esse desafeto para a próxima existência em condições ainda mais difíceis.    

A simplicidade é uma grande virtude, pois ela se refere à essência das coisas. A simplicidade completa é o minimalismo, ou seja, contentar-se, ser feliz com o essencial para viver e fazer tudo visando a essência das coisas. Por exemplo, uma boa professora universitária é simples em suas aulas e projetos. Ela se concentra na essência do que vai ensinar, por isso trabalha mais com a síntese. Na sala de aula,  faz inicialmente uma pequena análise do tema a estudar (dá uma certa quantidade de informações)  e depois se fixa na essência (resumo das informações ou síntese). A síntese focaliza a essência do tema, é a simplicidade com rendimento total. Essa professora não exige uma lista enorme de livros para a leitura semestral, concentra-se em poucos tópicos de alguns livros, o suficiente em nossos dias. Da mesma forma ela pede  trabalhos dissertativos e projetos suscintos, bem como posters, que já são uma síntese. Usando mais a síntese do que a análise,  ela obtém o máximo de foco, de  concentração em tudo o que ela faz, de rendimento. Assim, ela economiza energia mental, não fica desgastada, nervosa e não causa estresse nos seus alunos. E ainda atende ao atual padrão da economia do tempo imposto pelas novas tecnologias, todas baseadas na velocidade que, afinal,  sintetiza o tempo. Essa professora dá um bom exemplo e é amada por seus alunos, que apresentam excelente aprendizagem. Por isso, ela tem uma avaliação de alto conceito na diretoria da faculdade, faz uma excelente carreira.  

O contrário do homem simples é o homem complicado, o que torna sua vida uma parafernália porque acumula um emaranhado de tarefas. O homem complicado está sempre estressado, pois quer fazer diversas coisas ao mesmo tempo. Muitas vezes, o complicado assume uma quantidade excessiva de compromissos (muitos focos) ignorando que não vai  dar conta de fazer direito nenhum deles,  o que é um comportamento imaturo e irresponsável.    

A vida tem muitos caminhos, muitos deles tentadores. Mas, não se pode querer fazer tudo, isso é imaturo. Nós devemos nos concentrar exclusivamente em nossos deveres. Mesmo assim, nós devemos priorizar nossos deveres, fazer uma coisa de cada vez para não perdermos o foco e para fazermos tudo  bem feito, cumprindo prazos e metas, e sem estresse.  E pedir ajuda, se necessário, sem um tolo orgulho. Portanto, ser simples é uma grande responsabilidade, um grande passo para a vida adulta. A simplicidade exige muita disciplina, uma longa aprendizagem que também se dá seguindo  bons exemplos.    

O Espírito André Luiz, nos seus livros psicografados por Chico Xavier,  nos conta que, no Plano Espiritual Superior, os guias nos dão o bom exemplo: são focados num único objetivo de cada vez, com disciplina total. Inclusive lá a vida se resume na essência, na simplicidade, desde o cenário físico que é clean, sem excesso de adereços, o que é um padrão de beleza mais evoluído. Ser simples na Terra não significa ser ignorante e mal apresentado, mas sim não ter um apego excessivo aos bens materiais, resumindo-se ao essencial para viver bem neste mundo. Ser simples é também ser focado nos trabalhos intelectuais. 

A humildade também é outra virtude difícil de adquirir. Ela inclui a modéstia. Chico Xavier foi humilde, assim como Francisco de Assis. Mas esses homens mostraram-se possuidores de todas as virtudes, chegaram ao ápice da evolução neste mundo, são honrosas exceções, mas ótimos exemplos. Ser humilde não significa ser ignorante, mas sim uma pessoa confiante em suas qualidades e por isso não precisa exibir-se na hora errada para os outros insuflarem sua vaidade. O contrário da humildade é o vício do orgulho que se atrela à vaidade excessiva. Há pessoas com muitos títulos acadêmicos que são humildes, não precisam ser vaidosas, de nariz em pé, pois somente exibem seus conhecimentos em ocasiões adequadas e para viver bem neste mundo, realizar projetos, arranjar bons empregos; estão adiantadas na caminhada evolutiva, elas dão um bom exemplo. Há pessoas com pouco estudo que são orgulhosas, vaidosas, estão no início da caminhada evolutiva, elas dão um mau exemplo.

O respeito pelas pessoas e instituições é indispensável na vida em sociedade. O Art. 5º da Constituição se refere “ao direito à privacidade”, o que significa respeito à privacidade das pessoas e também das instituições, etc. O respeito começa com o modo de tratar as pessoas e aos seus pertences, sejam de que idade forem. É preciso ter respeito aos animais domésticos, à flora e à fauna. 

 É preciso ter respeito pelos símbolos nacionais como  a bandeira (o mais importante deles), o hino, o brasão e o selo. É preciso ter respeito pelo patrimônio público e privado, tais como os prédios de instituições públicas e privadas com suas instalações, mobiliário, aparelhos, etc., a exemplo das escolas, universidade, hospitais, teatros, cinemas, estádios. O respeito exige limites, o que se deve impor como disciplina indispensável às crianças e aos adolescentes, desde cedo, para que se tornem adultos respeitadores, que vivem dentro dos seus próprios limites. Os limites de cada um terminam aonde começam os limites do outro.         

A disciplina é a virtude mais importante, uma das mais difíceis de adquirir. Ela é adquirida pela prática de bons hábitos. Como o nome diz, a disciplina é o cumprimento de um dever que a pessoa deve obedecer em seu comportamento consigo mesma e com os outros na vida social. Ter disciplina é ser rigoroso consigo no cuidado com o corpo e com o espírito. Ter disciplina é ter organização e planejamento para cumprir um dever ou atingir uma meta. Ter disciplina é respeitar regras, regulamentos, normas e leis. Quem aprende a ter disciplina consigo mesmo e com o próximo está no caminho de adquirir as demais virtudes, pois só se adquire uma virtude com hábitos disciplinados. Uma pessoa disciplinada não pratica vícios de nenhum tipo, pois ela aprendeu o auto-domínio sobre a sua vontade. Uma pessoa disciplinada só direciona a sua  vontade  para a prática do bem e assim ela tem a tão desejada paz de espírito.  

O trabalho assalariado, por exemplo,  exige como parte  da sua disciplina, o respeito aos horários da entrada, do almoço e da saída, bem como ter pontualidade e assiduidade, não ficar de conversa inútil durante as tarefas, ter vestuário e aparência discretos, etc. André Luiz afirma que devemos chegar nos compromissos com dez minutos de antecedência; deixar tudo para a última hora, viver correndo e em atropelos é indisciplina de pessoas emocionalmente imaturas, mesmo sendo adultas, o que, além disso, causa estresse, complica a vida.  

Uma casa de família é funcional se seus donos têm uma disciplina pelo menos básica cumprindo os deveres de conservação dos alimentos, objetos, aparelhos, organizando uma infraestrutura, etc. A disciplina com o corpo exige cuidados e respeito aos horários da alimentação, higiene,  medicação, exercícios físicos se possível, horário para dormir e para acordar, etc. A disciplina com o espírito exige evitar os excessos de atividade e ainda ter lazer, férias que respeitem o corpo e o espírito. A disciplina com o espírito se prende também ao estudo dedicado nas várias etapas da escolaridade.  

Sem disciplina diária nossa vida se tornaria um caos. A disciplina exige a retomada diária de certos comportamentos fundamentais, telefonemas, conversas, mensagens, tudo  para “não deixar a peteca cair”, para não perder compromissos nem amizades. A disciplina humana funciona pela repetição de um bom comportamento que se transforma num bom hábito. A disciplina do adulto baseia-se na autoeducação e se prende a deveres a cumprir diariamente, sempre, já que vivemos numa civilização. O contrário da disciplina é a indisciplina, a falta de limites, cada um agir como criança desrespeitosa  fazendo o que bem entende, querendo instaurar o regime da “terra de ninguém”, o completo caos, o que não se admite na nossa civilização.

As leis existem para impor disciplina à sociedade para que haja justiça, ou o país seria um caos. Nossa bandeira tem um dístico que é um convite à disciplina: “Ordem e Progresso”.   

Chico Xavier, aos 17 anos, foi orientado pelo seu mentor espiritual Emmanuel ao receber sua missão como médium psicógrafo do Espiritismo. Então Chico, perguntou-lhe o que era preciso fazer para desincumbir-se com responsabilidade da honrosa missão de psicografar muitos livros para complementar a Doutrina Espírita. Um trabalho de uma existência inteira. Emmanuel respondeu-lhe que eram necessárias três coisas: ”Disciplina, disciplina, disciplina.” Chico respeitou o seu mentor espiritual, cumpriu religiosamente essa exigência até o final dos seus dias, aos 93 anos de idade, num exemplo maravilhoso de espírito encarnado que nos deu. É o que está narrado em “Lindos casos de Chico Xavier”, de Ramiro Gama, uma biografia do Chico. 

 “Questão 893. Qual a mais meritória de todas as virtudes? Todas as virtudes têm seu mérito, porque todas são sinais de progresso no caminho do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores. Mas a sublimidade da virtude consiste no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem segundas intenções. A mais meritória é a que se baseia na mais desinteressada caridade. ( Kardec, Allan. “O livro dos espíritos”. ) 

 “A humildade e o orgulho são os dois polos do coração humano: um atrai todo o bem; o outro, todo o mal; um tem calma; o outro, tempestade; a consciência é a bússola que indica a rota conducente a cada um deles.” [...] (Kardec, Allan. Revista Espírita: Jornal de Estudos Psicológicos, vol. 16.) Fonte: http://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2013/01/Mod-3-Rot-8-As-virtudes-segundo-o-Espiritismo.pdf

Como dizia Aristóteles, lá na Antiguidade, as virtudes são adquiridas pela educação que se firma através de bons hábitos. Os bons hábitos se formam pela repetição constante, o que é desejável para a educação das crianças e dos adolescentes. A auto-educação dos adultos implica uma reforma interior conforme nos ensina O Evangelho Segundo o Espiritismo.

Conclusão 

Tudo o que fazemos de bom ou de ruim fica registrado na nossa memória maior, o nosso grande arquivo que está na mente do períspirito. Cada nova reencarnação é uma nova oportunidade, um recomeço do aprendizado das virtudes e o abandono dos vícios para mais um passo na caminhada evolutiva.               

Não deixemos para amanhã o que pudermos fazer hoje. Mas também não façamos esforços físicos ou intelectuais excessivos no dia de hoje, se pudermos deixar um pouco para amanhã. É preciso ter equilíbrio, o que só se consegue com disciplina. 

O Espírito Bezerra de Menezes disse: “O que é fundamental basta”. Jesus disse: “A cada dia basta o seu mal.” (Mateus, 6:34). São ensinamentos da sabedoria antiga para uma vivência de disciplina evitando-se assim o estresse - o mal do século - e para se ter um corpo saudável e  paz de espírito.

O maior objetivo do espírito, seja encarnado ou desencarnado, é a conquista da paz, sem a qual ele vive num verdadeiro inferno. Mas, a paz só se alcança com a consciência tranquila  pelo bom cumprimento dos deveres do “ter” (materiais) e do “ser” (morais). Jesus, o Nosso Senhor, foi o exemplo de virtude. Ele disse: “A minha paz vos deixo, a minha paz vos dou.” (João,14: 27-31). 

Fontes: “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec. E as obras da série “Nosso Lar” e os livros “Estude e viva” e “Sinal Verde”, estes dois últimos sobre boa conduta,  todos do Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, Editora da Federação Espírita Brasileira. 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Arist%C3%B3teles

Imagem: Madonna della Melagrana  (Madona da Romã), 1497. Esta obra de Sandro Boticelli é uma têmpera sobre madeira, um tondo (moldura redonda) que mede 143,5 cm de diâmetro. O lírio é símbolo da inocência; as rosas  simbolizam a Virgem ; e a romã é aqui usada como símbolo do sangue derramado em cada estação da Paixão de Cristo. Na belíssima obra, o olhar tranquilo dos personagens retratados nos passa uma mensagem de paz. Está exposta na Galleria degli Uffizi, Florença, Itália. O italiano Sandro Boticelli foi um grande pintor retratista do início do Renascimento, século XV. Ele vem antes de Raphael Sanzio (século XVI).

Profa. Lúcia Rocha

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A Natureza do Corpo de Jesus

Jesus, Vicente Caruso

Uma dúvida que pode surgir em nossa mente. Qual era a natureza do corpo de Jesus?  Jesus teria sido um ser humano de corpo físico como o nosso?

A Doutrina Espírita não estudou essa questão. A resposta a esta questão está na obra “Os Quatro Evangelhos ou  Revelação da Revelação” do advogado francês Jean Baptiste Roustaing (lê-se Rustâ) . Este recebeu dos espíritos superiores a incumbência de organizar e publicar tal obra que foi psicografada por Madame Emilie Collignon (lê-se Colinhon) e publicada  em Paris, em 1866. 

Roustaing foi contemporêneo de Allan Kardec a quem submeteu a obra para apreciação antes de publicá-la, inclusive convidando Kardec para fazer o Prefácio, o que foi feito. Kardec não só a considerou muito extensa quanto colocou em dúvida o seu conteúdo deixando ao tempo a confirmação ou não

A primeira revelação que a obra de Roustaing  faz é sobre a natureza do corpo de Jesus. Assim, ela diz que Jesus foi uma materialização tangível, um corpo fluídico adaptado, um agênere.  Jesus esteve neste mundo por pouco tempo, do nascimento até os 12 anos, quando “sumiu” de casa, tendo voltado aos 33 anos para completar em alguns meses sua missão. 

A obra explica, por exemplo,  que Jesus, ao  fazer as refeições com a família ou com os discípulos, sua comida se desmaterializava ao se aproximar da sua boca. E assim outros fenômenos dando uma visão ilusória às pessoas que conviviam com ele, a fim de não chocá-las com a revelação da  verdadeira natureza do seu corpo físico. Sua mãe Maria teve uma gravidez e um parto ilusórios. Uma prova de que o corpo de Jesus era fluídico foi que ele desapareceu da tumba após sua morte. 

 Entre outros estudos abordados pela referida obra, está a questão dos mundos ad-hoc (anexos) ao planeta Terra onde os encarnados são homens no início do desenvolvimento do espírito e do corpo físico. Estes homens  parecem ovoides com braços e pernas mal desenvolvidos o que lhes possibilita apenas o rastejar pelo solo em  busca da sobrevivência.

A obra de Roustaing não pertence à Doutrina Espírita, mas é uma obra complementar ao Espiritismo, pois contém revelações do plano espiritual importantes, ou Bezerra de Menezes não a teria estudado e divulgado na sua vida terrena. Inclusive, o espírito de Bezerra de Menezes mais tarde manifestou-se favoravelmente a ela em orientação à Casa de Recuperação e Benefícios Bezerra de Menezes, no Rio de Janeiro, no século XX. Eu estava lá.  

História

Uma coleção de Os Quatro Evangelhos de Roustaing chegou no Brasil em 1866 pelas mãos de Olímpio Teles de Menezes, o fundador do primeiro centro espírita brasileiro, em Salvador, Bahia, em 1865. Essa obra  foi estudada  no original em francês por muitos anos. Mais tarde, foi traduzida por Guillon Ribeiro e editada  pela  Federação Espírita Brasileira, que assim aceitava a obra.

Naquele tempo. Atualmente, a Federação está dividida entre os que aceitam e os que não aceitam Roustaing. Mas como o estudo de  Roustaing é causa pétrea (imutável) do estatuto da casa, a questão está em andamento na justiça. Os que não aceitam Roustaing alegam que a obra foi psicografada por uma única médium e não por diversos médiuns como foram as obras de Allan Kardec, o que contraria a recomendação deste sobre a  universalidade dos ensinos dos espíritos comunicantes.

Adolpho Bezerra de Menezes 

Um fato importante. Adolpho Bezerra de Menezes (também conhecido como Dr.Bezerra), quando esteve encarnado, foi presidente da Federação Espírita Brasileira, no Rio de Janeiro, por diversas vezes, no final do século XIX e começo do XX. Nesse tempo, ele fazia palestras públicas com explicações dos Evangelhos de Roustaing  em palavras simples que era para o povo todo entender, desde o intelectual até a lavadeira. Era o que ele recomendava aos companheiros da casa espírita. Isso está explicado na obra “Lindos casos de Bezerra de Menezes”, de Ramiro Gama, que faz uma breve explicação sobre os Quatro Evangelhos de Roustaing.

De nossa parte, dizemos que Bezerra de Menezes, como presidente da FEB por diversas vezes,  certamente era orientado pelos espíritos superiores quanto à necessidade da divulgação da obra de  Roustaing. Ou Bezerra a teria rejeitado. É o que está também em “Lindos casos de Bezerra de Menezes”.

Quem não ler o livro “Lindos casos de Bezerra de Menezes”, não ficará sabendo que o próprio Bezerra aprovava  a obra de Roustaing e a divulgava em vida.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Quatro_Evangelhos_ou_Revela%C3%A7%C3%A3o_da_Revela%C3%A7%C3%A3o

Imagem: “Jesus”, óleo sobre tela do pintor brasileiro retratista Vicente Caruso, meados do século XX. O retrato original é um pouco mais largo e mais longo que a imagem da internet, é um busto. Eu o conheço desde meados dos anos de 1950, minha adolescência, quando meu saudoso pai Olavo me falava do pintor. Atualmente, este retrato é um pôster das Edições Paulinas, com sede em Campinas, SP.  

Profa. Lúcia Rocha

Imagens:

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Mulheres Inteligentes, Relações Saudáveis - 9

Art Nouveau, Mücha, 1899

Mulheres inteligentes, autoestima elevada

Os homens cometeram atrocidades contra as mulheres

Em quase toda a história da humanidade os homens cometeram atrocidades contra as mulheres. Elas foram caladas, tolhidas, pressionadas, dominadas. Queimadas pelas chamas e pelo preconceito machista, foram apedrejadas e sangraram diante das plateias, foram consideradas heréticas, prostitutas, bruxas, indignas de se expressar.

Em muitas épocas as mulheres foram consideradas o sexo frágil, objeto sexual, símbolo do prazer, mentes destituídas de uma intelectualidade complexa. Os homens, superficiais na compreensão do psiquismo humano, não entenderam ou não quiseram entender que as mulheres sempre foram seres humanos completos e, em muitas áreas complexas da inteligência, melhores do que eles.

Por todos esses erros gravíssimos, os homens têm uma dívida impagável com as mulheres, tanto as crianças e as jovens quanto as adultas. E nestes tempos modernos, quando parecia que os homens saldariam suas dívidas históricas com elas , eles só fizeram aumentá-las. As mulheres não recebem pedras físicas, mas pedras emocionais, elas sangram por dentro. Eles têm promovido contra elas o maior fenômeno de exclusão em massa da história, porém o fazem de maneira sutil, subliminar, sem que elas percebam a culpa deles. 

No século XX, os homens lhes deram liberdade para votar, estudar e trabalhar. Por terem um pensamento abstrato mais aguçado que o dos homens e um raciocínio multifocal mais penetrante, capaz de enxergar por múltiplos ângulos um mesmo problema, tiveram em média um desempenho intelectual melhor. 

Elas brilharam no palco da sala de aula e no teatro das empresas. Mas devido ao preconceito dos homens elas têm de trabalhar muito mais para provar sua eficiência. E infelizmente seus salários nem sempre são iguais aos dos homens quando ocupam as mesmas funções. 

Um sequestro emocional

Está em curso um tipo de exclusão não menos violento que o propalado pelo nazismo, embora muito mais sutil, que tem varrido como um tsunami a autoimagem e a autoestima das mulheres, debelando sua saúde psíquica, incluindo as crianças e as adolescentes. 

Hitler propagandeava o padrão estético superior da raça ariana: loiros, olhos azuis, altos, fortes, bem torneados. Do mesmo modo, o sistema social atual difunde o padrão superior de beleza, que representa a exceção genética, e que portanto só pertence a um pequeníssimo grupo de mulheres: curvas bem definidas e arredondadas, quadris arqueados, rosto e lábios bem torneados, cabelos lisos, corpos esquálidos e magérrimos e até desnutridos pelos padrões da medicina.

O autor não é contra as modelos, pois são também mulheres notáveis e passam por altos níveis de estresse. As modelos são mais sujeitas a depressão, anorexia e bulimia do que a média das mulheres, pois vivem debaixo da ditadura das cobranças. O autor é contra á exposição maciça da imagem delas, que bombardeia o inconsciente coletivo das mulheres e gera uma plataforma de janelas killer que, por sua vez, estabelece um padrão tirânico de beleza altamente exclusivista. É o maior fenômeno de exclusão em massa da história.

Neste exato momento há milhares de mulheres infligindo  punições a si mesmas e não poucas pensando em suicídio porque rejeitam seu corpo. Hitler não foi tão eficiente na exaltação da superioridade racial.

Mulheres inteligentes assombram positivamente seus homens

Mulheres inteligentes conhecem minimamente o funcionamento da mente e usam o fenômeno RAM (Registro Automático da Memória) a seu favor. Elas praticam as leis fundamentais das relações saudáveis para colocar combustível em sua autoimagem e sua autoestima e abalar seus parceiros. Sabem que jamais deveriam se intimidar diante deles. Ao contrário, libertam-se do padrão tirânico de beleza e se promovem solenemente.

Mulheres, jamais permitam diminuir-se, inferiorizar-se ou desprezar-se. Se não conseguirem se promover, é melhor silenciar. A sabedoria do silêncio traz mais frutos do que o som das velhas reclamações.  

Sem as mulheres, as manhãs emocionais dos homens não teriam orvalho, suas primaveras intelectuais não teriam flores, seus oceanos sociais não teriam ondas. Sem elas o céu da humanidade não teria estrelas. (FIM) 

Fonte: 
Mulheres inteligentes, relações saudáveis, Augusto Cury, 2011, 169 p. (Psicologia aplicada para leigos. Extrato do capítulo final nas palavras do autor.) 

Nota: Alphonse Mücha , artista tcheco da Art Nouveau  (“Arte Nova”  francesa, decorativa, inspirada em figuras naturais, plantas, flores e curvas. Século XIX.)

Profa. Lúcia Rocha

Imagem: http://uploads4.wikiart.org/images/alphonse-mucha/fruit-1897.jpg

Agrotóxicos e Câncer: Irresponsabilidade Explicita

Abaixo, transcrevo na íntegra o artigo de Inês Castilho.

“Finalmente o assunto recebeu a divulgação que merece. No Dia Mundial da Saúde, 8 de abril, o veneno que está em nossa mesa foi apontado pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer) como causador de vários tipos de câncer – e a informação, sempre abafada, chegou aos telejornais. Relatório sobre o uso de agrotóxicos nas lavouras alerta para a gravidade do problema para a natureza, os trabalhadores e toda a população. O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo: mais de um milhão de toneladas por ano, ou 5,2 kg por habitante.

Cerca de 280 estudos sobre a relação entre câncer e pesticidas vêm sendo publicados anualmente em revistas científicas internacionais – ressaltou o pesquisador do Inca Luiz Felipe Ribeiro Pinto, no lançamento do documento – quatro vezes mais que vinte anos atrás. O Inca recomenda criar políticas de controle e combate desses produtos, cujos fabricantes são isentos de impostos! Para proteger a saúde da população. Apoia o consumo de alimentos orgânicos, livres de agrotóxicos, e reivindica políticas públicas que apoiem a agroecologia com mais recursos – hoje, muito menores que os carreados para o agronegócio. Recorda que o país isenta de impostos a indústria produtora de agrotóxicos. Alerta que o Brasil permite o uso de agrotóxicos proibidos em outros países.

“No Brasil, a venda de agrotóxicos saltou de US$ 2 bilhões para mais de US$7 bilhões entre 2001 e 2008, alcançando valores recordes de US$ 8,5 bilhões em 2011. Assim, já em 2009, alcançamos a indesejável posição de maior consumidor mundial de agrotóxicos, ultrapassando a marca de 1 milhão de toneladas, o que equivale a um consumo médio de 5,2 kg de veneno agrícola por habitante”, informa o Inca.

Contudo, são venenos para nós e o ambiente. Para quem trabalha em contato direto com eles, o risco é de intoxicação aguda, caracterizada por irritação da pele e olhos, coceiras, dificuldades respiratórias, convulsões e até a morte. Landa Rodrigues, 40 anos, desde criança trabalhadora com agrotóxicos na lavoura em Teresópolis (RJ), conta que aos 20 anos começou a sentir os olhos arderem e incharem. Nunca mais voltariam ao normal, e hoje enxerga pouco. 

Há muitas outras vítimas na sua região, conta. “Câncer aqui é igual epidemia de dengue no Rio. Não falta caso para contar.” Seu pai, tio e avô morreram de câncer, assim como vizinhos. 

Já quem ingere – os 99% da população brasileira – pode ter intoxicação crônica, que demora vários anos para aparecer, resultando em infertilidade, impotência, cólicas, vômitos, diarreias, espasmos, dificuldades respiratórias, abortos, malformações, neurotoxicidade, desregulação hormonal, efeitos sobre o sistema imunológico e câncer. Que tal? Quantas doenças de hoje, muitas femininas, não teriam a ver com esses venenos que ingerimos como alimentação? Lembremos  aqui o leite materno contaminado de Lucas do Rio Verde.

“Mês passado, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc) publicou relatório no qual classificou cinco agrotóxicos como ‘provavelmente’ ou ‘possivelmente’ cancerígenos, dos quais três são permitidos no Brasil pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). Diante da publicação, o órgão afirmou que reavaliará a segurança dos produtos. No Brasil, além disso, pelo menos outras dez substâncias usadas na lavoura estão proibidas em países como Estados Unidos e os da União Europeia. E mesmo proibidos ou não, as evidências científicas não garantem a segurança dos agrotóxicos, critica o Inca.”

Mais impactante, o aumento do consumo se deu com a liberação e expansão das lavouras de transgênicos. “É importante destacar que a liberação do uso de sementes transgênicas no Brasil foi uma das responsáveis por colocar o país no primeiro lugar do ranking de consumo de agrotóxicos, uma vez que o cultivo dessas sementes geneticamente modificadas exigem o uso de grandes quantidades destes produtos.” – afirma o relatório. Ironicamente, um dos argumentos favoráveis a sua liberação era de que reduziriam o uso de agrotóxicos, visto que a semente geneticamente modificada vinha justamente combater as pragas de cada lavoura.

O Brasil é hoje – recorde alarmante – o segundo maior produtor mundial de transgênicos, com mais de 42 milhões de hectares plantados com sementes geneticamente modificadas: 65% do algodão, 93% da soja, 82% do milho que consumimos são transgênicos. Assim, podemos estar ingerindo transgênicos + veneno não apenas nos alimentos in natura, mas também em muitos produtos industrializados, tais como biscoitos, salgadinhos, pães, cereais matinais, lasanhas, pizzas e outros que tenham como ingredientes o milho e a soja, por exemplo. Assim, olho vivo nos rótulos de supermercados: veremos que as milharinas da vida, outrora inocentes farinhas de milho do mingau, contêm aquele T da transgenia (que por sinal tem projeto de lei para tentar esconder).

O Inca não poderia ter sido mais contundente em seu alerta à população e ao governo. “Ainda podem estar presentes nas carnes e leites de animais que se alimentam de ração com traços de agrotóxicos, devido ao processo de bioacumulação. Portanto, a preocupação com os agrotóxicos não pode significar a redução do consumo de frutas, legumes e verduras, que são alimentos fundamentais em uma alimentação saudável e de grande importância na prevenção do câncer. O foco essencial está no combate ao uso dos agrotóxicos, que contamina todas as fontes de recursos vitais, incluindo alimentos, solos, águas, leite materno e ar. Ademais, modos de cultivo livres do uso de agrotóxicos produzem frutas, legumes, verduras e leguminosas, como os feijões, com maior potencial anticancerígeno” – afirma o Inca.

Não há fiscalização de fato para o uso do veneno. Os últimos resultados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos (PARA) da Anvisa revelaram amostras com resíduos de agrotóxicos em quantidades acima do limite máximo permitido e com a presença de substâncias químicas não autorizadas para o alimento pesquisado. Constataram também a existência de agrotóxicos em processo de banimento pela Anvisa ou que nunca tiveram registro no Brasil.

Outras questões merecem destaque, recorda o Inca. Uma delas é o fato de o Brasil ainda realizar pulverizações aéreas de agrotóxicos, que ocasionam dispersão destas substâncias pelo ambiente, contaminando amplas áreas e atingindo populações. A outra é a isenção de impostos que o país continua a conceder à indústria, um grande incentivo ao seu fortalecimento, na contramão das medidas recomendadas. E ainda, o fato de o Brasil permitir o uso de agrotóxicos já proibidos em outros países.

Na grande mídia, o Ministério da Agricultura declarou que os agrotóxicos são “extremamente relevantes no modelo de desenvolvimento da agricultura no país” e que “a legislação para o setor agrícola é a mais rigorosa do mundo e adota padrões reconhecidos pela comunidade científica internacional”, inclusive para os transgênicos.  Na contramão de todas as evidências, a indústria de agrotóxicos e transgênicos limitou-se a negar as evidências apontadas pelo Inca, e a CTNbio acaba de aprovar o plantio de eucalipto transgênico.

Ao longo dos últimos anos, o Inca tem apoiado e participado de diferentes movimentos e ações de enfrentamento aos agrotóxicos, tais como a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, o Fórum Estadual de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos do Estado do Rio de Janeiro, o Dossiê da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) “Um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde”, a Mesa de Controvérsias sobre Agrotóxicos do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – Consea e os documentários “O Veneno Está na Mesa 1 e 2”, de Silvio Tendler.

Além dos efeitos tóxicos evidentes descritos na literatura científica nacional e internacional, as ações para o enfrentamento do uso dos agrotóxicos têm como base o Direito Humano à Alimentação Adequada – DHAA (previsto nos artigos 6º e 227º da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988), a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Decreto nº7.272, de 25/08/2010), a Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e da Floresta – PNSIPCF (Portaria nº 2.866 de 02/12/2011), a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da trabalhadora (Portaria nº 1.823, de 23/08/2012) e a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica – PNAPO (Decreto nº 7.794, de 20/08/2012). “

Nota: Artigo publicado na internet por Inês Castilho, em 14.04.15.  Colaboração gentilmente enviada por Mario Nakano Neto, engenheiro agrônomo, meu genro. 

Fonte e imagens: http://outraspalavras.net/blog/2015/04/14/agrotoxicos-e-cancer-tudo-a-ver/

Profa, Lúcia Rocha