segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Meditação 42 – O Mandamento Maior

*

“E os fariseus, ouvindo que ele (Jesus) fizera emudecer os saduceus, reuniram-se no mesmo lugar. E um deles, doutor da lei, interrogou-o  para o experimentar, dizendo:

Mestre, qual é o grande mandamento da lei? 

E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento.

E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. 

Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” (Mateus, 22: 34-40)

*

“Amar o próximo como a si mesmo” é fazer pelos outros o que gostaríamos que os outros fizessem por nós. Isto é uma caridade, que destrói o egoísmo e permite aos homens ter fraternidade, justiça e paz.  

Considerações pessoais

Moisés e os profetas viveram antes de Cristo. Seus textos estão no Antigo Testamento da Bíblia. São os textos sagrados do Passado.    

O Evangelho de Jesus e todo o Novo Testamento representam os textos sagrados do Presente, para todo o sempre. 

Como disse Kardec, para Deus, não existe Passado nem Futuro. Para Deus,

“O Tempo é o Presente”.  
“Pois somente no Presente, 
esse tempo tão fugaz,
 é que se faz a caminhada,
é que acontece a vida,
 razão e sensibilidade.”

(Parte final da minha poesia “Meu Dia”) 

*

Fonte: 

O Evangelho segundo o Espiritismo; Kardec, Allan; FEB   

Profª Maria Lucia

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Êxodo 16 - Maná, o pão que caiu do céu

Maná, o pão que caiu do céu.

Está história é verídica. Está no livro Êxodo, de Moisés, um dos cinco livros (pentateuco) que ele escreveu e que estão no Antigo Testamento da Bíblia. Narra um fato que ocorreu durante 40 anos com Moisés conduzindo o seu povo pelo deserto, a caminho da Terra Prometida. No deserto não havia como plantar nem animais para abate. O povo precisava comer. Essa história é conhecida nos meios espíritas, que também estudam algumas partes do Antigo Testamento. 

O texto a seguir, adaptado do livro Êxodo (16: 16-21) de Moisés foi escrito por Clailton Luiz: 

“V: 16

Após a evaporação do orvalho formado durante a madrugada, apareceu no deserto onde o povo estava acampado uma coisa miúda, flocosa, como a geada, que lembrava pequenas pérolas.

Depois de dormir satisfeitos, de barriga cheia por ter comido tantas codornas os hebreus acordaram, e viram o deserto coberto por isso.

Então perguntaram uns aos outros:

_ Que negócio esquisito é esse?

_ Esse - respondeu Arão- é o Maná, o pão que Deus mandou do céu para matar a fome de vocês.

_ Maná? Pão do céu?

_ Isso mesmo, ontem foram as codornas, e a partir de hoje todos os dias teremos esse pão aí. Podem provar, tem um gostinho de pão de mel, é bom. A ordem de Deus é cada um de vocês deverá juntar o que for necessário para comer, de acordo com o número de pessoas que houver na família, dois litros por pessoa.

O maná era semelhante à semente de coentro branco, o sabor era como bolos de mel. Podia ser assado ou cozido, sendo transformado em bolos.

Em cinco dias da semana haveria o suficiente para cada um comer por um dia, mas se não fosse comido apodreceria durante a noite.

Na véspera do sábado haveria duas porções para cada um, e nada no sábado, mas a porção da véspera não apodreceria até a noite do sábado.

Sua qualidade nutritiva era perfeita, pois sustentou o povo pelos quarenta anos que passou pelo deserto.

V:17-19

E assim fizeram os israelitas. Uns pegaram mais, e outros, menos, mas cada um pegou exatamente o necessário para comer.

Enquanto colhiam, Moisés se lembrou de uma coisa:

_ Prestem atenção em algo importante que preciso lhes comunicar. Ninguém deverá guardar nada para o dia seguinte, até porque o Senhor proverá a porção de amanhã.

V:20

Mas o povo, zóio grande como nunca, nem ligou para o que Moisés disse.

Vai que era só naquele dia, e depois voltavam à miséria de antes? Então muitos estocaram bem mais do que precisavam.

Encheram seus balaios, esconderam em suas roupas e em suas tendas.

Mas na manhã seguinte, o que tinham armazenado estava fedorento e bichado.

Quando Moisés soube, quer dizer, sentiu o cheiro, ficou muito irritado com eles.

_ Ô povinho cabeça dura! Eu não avisei? Confiem em Deus, vai ter todo dia, não precisam guardar pro dia seguinte! Eu disse! Eu avisei!

V:21

Depois de aprendido a lição, todas as manhãs, bem cedinho, cada um pegava o necessário para comer naquele dia, pois o calor do sol derretia o que ficava no chão.

Deus tinha proporcionado aos israelitas, alimento pelo qual não tinham trabalhado, mas não queria que se tornassem preguiçosos. Por isso eles deviam recolher cada dia a fim de ter algo para comer. Aliás, deviam se levantar cedo porque o maná se derretia quando "o sol esquentava".

Ainda que não tivessem campos para arar nem colheitas para recolher, o fato de que deviam se levantar cedo para obter seu alimento mostra que Deus tinha planejado cada detalhe deste fenômeno para benefício e educação do povo.” 

*

Clailton Luiz finaliza esta postagem com um ditado popular: 

"A pobreza e a necessidade são o salário dos que dormem até tarde".


Sobre o Autor: 

Clailton Luiz - Empresário, Palestrante, Especialista em Gestão de Tempo e Produtividade, Escritor, Autor do Livro “Empreendedor Gourmet”, Professional e Self Coach, Leader Coach, Analista Comportamental pela Coaching Assessment. Líder de Jovens e adolescentes, pregador, professor e amante da Palavra de Deus! 

Nota: o autor não é espírita. A postagem dele é excelente. 

Fonte e imagens:  http://www.codigodabiblia.com/2010/07/exodo-1616-21.html

Profa. Maria Lucia

Espiritismo e Metafísica - 6

Estudo de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, em continuação. Para adultos e adolescentes, a partir da oitava série. “O Livro dos Espíritos é um estudo de Metafísica e de Moral.  Metafísica (“além das coisas físicas”) é o ramo da Filosofia que estuda a essência dos seres e dos mundos. As perguntas são de Allan Kardec e as respostas são dos Espíritos Superiores, autores de “O Livro dos Espíritos”. Português do século XXI, por mim.

Via Lactea

Dos Espíritos (Metafísica)

Capítulo I (continuação)

SEGUNDA ORDEM.

 — BONS ESPÍRITOS 

107. CARACTERES GERAIS. — Predominância do Espírito sobre a matéria; desejo do bem. Uns têm a ciência, outros a sabedoria e a bondade. Os mais adiantados reúnem o saber às qualidades morais. Não estão completamente desmaterializados, por isso não são Espíritos perfeitos.  São os chamados bons gênios, gênios protetores, Espíritos do bem. Podem ser divididos em quatro grupos principais:

108. Quinta classe. 

ESPÍRITOS BENÉVOLOS. — A bondade é neles a qualidade dominante. Gostam de ajudar e proteger os homens. Progrediram mais no sentido moral do que no sentido intelectual.

109. Quarta classe. 

ESPÍRITOS SÁBIOS.  — Distinguem-se pela amplitude de seus conhecimentos. Preocupam-se menos com as questões morais, do que com as de natureza científica, para as quais têm maior aptidão pela sua utilidade. 

110. Terceira classe.

ESPÍRITOS DE SABEDORIA. — O que os caracteriza são as qualidades morais da ordem mais elevada. Sem possuírem ilimitados conhecimentos, têm uma capacidade intelectual que lhes permite julgamento correto sobre os homens e as coisas. 

111. Segunda classe. 

ESPÍRITOS SUPERIORES. — Esses reúnem em si a ciência, a sabedoria e a bondade. Usam sempre linguagem de bondade,  digna, elevada e, muitas vezes, sublime. Podem nos dar noções exatas sobre as coisas do mundo incorpóreo, dentro dos limites do que é permitido ao homem saber. Comunicam-se com as pessoas que praticam o bem. Quando, por exceção, encarnam na Terra, é para cumprir missão de progresso e então nos oferecem o tipo da perfeição a que a Humanidade pode aspirar neste mundo.


PRIMEIRA ORDEM

 — ESPÍRITOS PUROS 

112. CARACTERES GERAIS.

 — Nenhuma influência da matéria. Superioridade intelectual e moral absoluta com relação aos Espíritos das outras ordens. 

113. Primeira classe. 

CLASSE ÚNICA. — Os Espíritos que a compõem percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria. Tendo alcançado a soma da perfeição de que é possível à criatura, não têm mais que sofrer provas, nem expiações. Não estando mais sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis, realizam a vida eterna junto de Deus. Gozam de inalterável felicidade, porque não se acham submetidos às necessidades, nem às dificuldades da vida material. Essa felicidade não é uma perpétua contemplação inútil. Eles são os mensageiros e os ministros de Deus, cujas ordens executam para a manutenção da harmonia universal. Comandam a todos os Espíritos que lhes são inferiores, auxiliam- nos na obra de seu aperfeiçoamento e lhes designam as suas missões. Assistir os homens em suas necessidades e aflições. São os chamados anjos, arcanjos ou serafins. Os homens comunicar-se com eles, mas eles não estão constantemente às ordens dos homens.


PROGRESSÃO DOS ESPÍRITOS

 114. Os Espíritos são bons ou maus por natureza, ou são eles mesmos que se melhoram? 

São os próprios Espíritos que se melhoram e passam de uma ordem inferior para outra mais elevada. 

115. Dos Espíritos, uns terão sido criados bons e outros maus? 

Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem conhecimento. A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade. Passando pelas provas que Deus lhes impõe é que os Espíritos adquirem aquele conhecimento. Uns aceitam submissos essas provas e chegam mais depressa à meta que lhes foi determinada. Outros, só a suportam murmurando e, por isso, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade. 

a) — Em sua origem, os Espíritos seriam como as crianças, ignorantes e inexperientes, só adquirindo pouco a pouco os conhecimentos de que precisam nas diferentes fases da vida? 

Sim, a comparação é boa. A criança rebelde se conserva ignorante e imperfeita. Seu aproveitamento depende da sua maior ou menor docilidade. Mas, a vida do homem tem fim, ao passo que a dos Espíritos se prolonga ao infinito.

 116. Haverá Espíritos que se conservem eternamente nas ordens inferiores? 

“Não; todos se tornarão perfeitos. Mudam de ordem, mas demoradamente. Mas, um pai justo e misericordioso não pode banir seus filhos para sempre. Por acaso, Deus, tão grande, tão bom, tão justo, seria pior do que vocês? 

117. Depende dos Espíritos progredirem mais ou menos rapidamente para a perfeição? 

Certamente. Eles a alcançam mais ou menos rápido, conforme o desejo que têm de alcançá-la e a submissão à vontade de Deus. Uma criança dócil não se instrui mais depressa do que outra teimosa?”

 118. Podem os Espíritos degenerar?

“Não. À medida que avançam, compreendem o que os distanciava da perfeição. Concluindo uma prova, o Espírito fica com o conhecimento que daí adquire e não o esquece. Pode permanecer estacionário, mas não retrograda.”

119. Não podia Deus tirar os Espíritos das provas que eles têm de sofrer para chegarem à primeira ordem? 

Se Deus os houvesse criado perfeitos, nenhum mérito teriam para gozar dos benefícios dessa perfeição. Onde estaria o merecimento sem a luta? Demais, a desigualdade entre eles existente é necessária às suas personalidades. As missões que desempenham nos diferentes graus da escala evolutiva contribui para a harmonia do Universo.

120. Todos os Espíritos passam pelo caminho do mal para chegar ao bem? 

Pelo caminho do mal, não; pelo caminho da ignorância. 

121. Por que é que alguns Espíritos seguiram o caminho do bem e outros o do mal?

 Porque eles têm o livre-arbítrio. Deus não os criou maus; criou-os simples e ignorantes, isto é, tendo tanta aptidão para o bem quanta para o mal. Os que são maus, assim se tornaram por vontade própria. 

122. Em sua origem, quando ainda não têm consciência de si mesmos, como podem os Espíritos usar a liberdade de escolha entre o bem e o mal? Há neles uma tendência que os encaminhe para um caminho de preferência a outro? 

O livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo. Já não haveria liberdade, desde que a escolha fosse determinada por uma causa independente da vontade do Espírito. A causa não está nele, está fora dele, nas influências que aceita pela sua livre vontade. 

a) — Donde vêm as influências que ocorrem sobre ele ? 

Dos Espíritos imperfeitos, que procuram apoderar-se dele, dominá-lo, e que se alegram por fazê-lo cair. Isso é o que simboliza a figura de Satanás. 

b) — Tal influência só se exerce sobre o Espírito em sua origem?

Acompanha-o na sua vida de Espírito até que consiga tamanho domínio sobre si mesmo, que os maus desistem de atormentá-lo. 

123. Por que Deus permitiu que os Espíritos tomassem o caminho do mal? 

A sabedoria de Deus está na liberdade de escolha que ele deixa a cada um, pois assim, cada um tem o mérito de suas obras. 

124. Pois que há Espíritos que desde o princípio seguem o caminho do bem absoluto e outros o do mal absoluto, deve haver, sem dúvida, gradações entre esses dois extremos.  

Sim, certamente, e os que se acham nos graus intermediários são a maioria. 

125. Os Espíritos que foram para o caminho do mal poderão chegar ao mesmo grau de superioridade que os outros? 

Sim; mas as eternidades lhes serão mais longas. 
Por estas palavras — as eternidades — se deve entender a ideia que os Espíritos inferiores fazem da eternidade de seus sofrimentos, cujo fim eles não podem ver, ideia que revivem todas as vezes que caem numa prova. 

O anjo de Tobias, Verrochio

126. Chegados ao grau supremo da perfeição, os Espíritos que andaram pelo caminho do mal têm, aos olhos de Deus, menos mérito do que os outros?

Deus olha de igual maneira para os que se transviaram e para os outros e a todos ama com o mesmo coração. Aqueles são chamados maus, porque sucumbiram. Antes, não eram mais que simples Espíritos.

127. Os Espíritos são criados iguais quanto às faculdades intelectuais? 

São criados iguais, porém, não sabendo donde vêm, eles seguem usando o livre-arbítrio. Eles progridem mais ou menos rapidamente em inteligência como em moralidade.

ANJOS E DEMÔNIOS 

128. Os seres a que chamamos anjos, arcanjos, serafins formam uma categoria especial, de natureza diferente da dos outros Espíritos? 

Não; são os Espíritos puros: os que se acham no mais alto grau da escala e reúnem todas as perfeições.

129. Os anjos percorreram todos os graus da escala? 

Percorreram todos os graus, mas do modo que dissemos: uns, aceitando sem murmurar suas missões, chegaram depressa; outros, gastaram mais ou menos tempo para chegar à perfeição.

130. Sendo errônea a opinião dos que admitem a existência de seres criados perfeitos e superiores a todas as outras criaturas, como se explica que essa crença esteja na tradição de quase todos os povos? 

O mundo de vocês não existe de toda a eternidade. Muito antes que ele existisse, já havia Espíritos que tinham atingido o grau supremo. Os homens acreditaram que eles eram assim desde todos os tempos. 

131. Há demônios, no sentido que se dá a esta palavra? 

Se houvesse demônios, seriam obra de Deus. Mas, porventura, Deus seria justo e bom se tivesse criado seres destinados eternamente ao mal, permanecendo eternamente desgraçados? 

Se há demônios, eles se encontram no mundo inferior em que habitais e em outros semelhantes. Demônios são os homens que fazem de um Deus justo um Deus mau e vingativo e que julgam agradá-lo por meio das coisas repulsivas que praticam. A palavra demônio não implica a ideia de Espírito mau, senão no seu significado moderno, porque a palavra grega daïmon significa gênio, inteligência e se aplicava a todos os seres incorpóreos, bons ou maus, indistintamente. (continua)

Fonte:
O Livro dos Espíritos, questões 107 a 131, Allan Kardec, FEB, 2009

Profa. Maria Lucia

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A História da Arte - 12

O arrojado desdém por uma regra elementar de pintura europeia exerceu grande efeito sobre os impressionistas. Quem mais desenvolveu estas possibilidades foi Edgar Degas (1834-1917). Ele era um pouco mais velho que Monet e Renoir. Ele era apaixonado pela arte do desenho e admirava Ingres. Em seus retratos procurava realçar a impressão de espaço e de formas sólidas, vistos dos ângulos mais inesperados. Por isso, gostava de buscar no balé os seus temas, em vez de cenas ao ar livre. Via as bailarinas dançando ou repousando. Ele pintava a pastel. Nos seus quadros não há história. O importante era o jogo de luz e sombra sobre a forma humana e o modo como podia sugerir movimento ou espaço.

Bailarina, Degas  

Bailarinas, Degas

O grande escultor francês Auguste Rodin (1840-1917) nasceu no mesmo ano de Monet. Ele estudou a estatuária de Migchelangelo. Tornou-se um mestre consagrado. Ele desprezava o aspecto externo de acabamento, o que irritava o público. 

O beijo, Rodin 

A mão de Deus, Rodin

O final do século XIX

Paulo Cèzanne (1839-1906) era dois anos mais velho que Renoir. E como era abastado, não dependia de clientes para comprar seus quadros. Assim, pode dedicar-se à sua arte. Ele queria fazer do impressionismo algo mais sólido e duradouro como a arte dos museus. Assim, fazia diversos experimentos. Fazia paisagens, retratos e naturezas mortas. Suas paisagens eram banhadas de luz e no entanto eram firmes e sólidas.

Mont Saint Victoire, Cèzanne  

Natureza-morta, Cèzanne

Gesorges Seurat (1859-91) usou como ponto de partida o método impressionista de pintura e passou a usar pequenas e regulares pinceladas de cor ininterrupta como um mosaico. Era a técnica do pontilhismo. 

Paisagem, Seurat

Vincent Van Gogh nasceu na Holanda, em 1853. Sua carreira não duraria mais de dez anos, pois ele pôs fim à vida. Suas pinceladas mostravam sua exaltação mental. Ele foi o primeiro pintor a descobrir a beleza do restolho, das cercas vivas e dos trigais, dos galhos descarnados das oliveiras. Pintou coisas caseiras, seus aposentos, o sol. Não fazia a reprodução fotográfica da natureza. 

Girassois, Van Gogh

Trigal com ciprestes, Van Gogh

Paul Gauguin (1848-1903) fez amizade com Van Gohg. Mas, logo essa amizade tornou-se um desastre pois, Van Gogh, num acesso de loucura, agrediu Gauguin, que fugiu para Paris. Dois anos depois, Gauguin abandonaria a Europa para residir nas ilhas dos Mares do Sul, Taiti, numa vida mais simples. Seus quadros se tornam estranhos e exóticos retratando os taitianos. Ali ele morreu por doenças e privações. 

Taitianas, Gauguin

Foi antes da virada do século que o talentoso seguidor de Degas, Henri de Toulouse-Lautrec (1864-1904) passou a pintar a nova arte do cartaz. A arte da ilustração ganhou, evoluiu com tais efeitos. Era a Art Nouveau  (Ar nuvô), nova arte. Tudo tinha o efeito decorativo.

Le Ambassadeur, Toulouse-Lautrec

(continua)

Fonte: A História da Arte, H. G. Gombrich, LTC, 2009

 Profª Maria Lucia

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Meditação XXXIX - Escritos


“As páginas da sabedoria hinduísta são escritos do ontem e a Boa Nova de Jesus Cristo são matéria do hoje, comparadas aos milênios vividos na jornada progressiva.” (No Mundo Maior, cap. 3, Espírito André Luiz; Xavier, F.C., FEB)

Profa. Maria Lucia

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A Luta Contra o Mal

Do livro Boa Nova. Conto pelo Espírito Humberto de Campos. Nas palavras de Jesus com seus discípulos.

*

“De todas as ocorrências da tarefa apostólica, os encontros do Mestre com os endemoninhados constituíam os fatos que mais impressionavam os discípulos. A palavra “diabo” era então compreendida no seu justo significado.  Segundo o sentido exato da expressão, era ele o adversário do bem, simbolizando a palavra, dessa forma, todos os maus sentimentos que dificultavam o acesso das almas à aceitação da Boa Nova e todos os homens de vida perversa, que contrariavam os propósitos da existência pura, que deveriam caracterizar as atividades dos adeptos do Evangelho. 

Dentre os companheiros do Messias, Tadeu era o que mais se deixava impressionar por aquelas cenas dolorosas. Despertavam-lhe a curiosidade de homem os gritos desesperados dos espíritos malfazejos, que se afastavam de suas vítimas sob a amorosa determinação do Mestre Divino.

Quando os pobres obsidiados deixavam escapar um suspiro de alívio, Tadeu volvia os olhos para Jesus, maravilhado de seus feitos. Certo dia em que o Senhor se retirara, com Tiago e João, para os lados de Cesaréia de Filipe, uma pobre demente lhe foi trazida, a fim de que ele, Tadeu, anulasse a atuação dos Espíritos perturbadores que a subjugavam. 

Entretanto, apesar de todos os esforços de sua boa-vontade, Tadeu não conseguiu modificar a situação. Somente no dia imediato, ao anoitecer, na presença confortadora do Messias, foi possível à infeliz dementada recuperar o senso de si mesma. 

Observando o fato, Tadeu caiu em sério e profundo pensamento. Por que razão o Mestre não lhes transmitia, automaticamente, o poder de expulsar os demônios malfazejos, para que pudessem dominar os adversários da causa divina? Se era tão fácil a Jesus a cura integral dos endemoninhados, por que motivo não provocava ele de vez a aproximação geral de todos os inimigos da luz, a fim de que, pela sua autoridade, fossem definitivamente convertidos ao reino de Deus? 

Com o cérebro torturado por graves pensamentos e sonhando possibilidades maravilhosas para que cessassem todos os combates entre os ensinamentos do Evangelho e os seus inimigos, o discípulo inquieto procurou avistar-se particularmente com o Senhor, de modo a expor-lhe com humildade suas ideias íntimas. 

*

Numa noite tranquila, depois de lhe escutar as ponderações, perguntou-lhe Jesus, em tom austero: Tadeu, qual o principal objetivo das atividades de tua vida? Como se recebesse uma centelha de inspiração superior, respondeu o discípulo com sinceridade: Mestre, estou procurando realizar o reino de Deus no coração. Se procuras semelhante realidade, por que a reclamas no adversário em primeiro lugar? Seria justo esqueceres as tuas próprias necessidades nesse sentido? 

Se buscamos atingir o infinito da sabedoria e do amor em Nosso Pai, indispensável se faz reconheçamos que todos somos irmãos no mesmo caminho!... 

Senhor, os espíritos do mal são também nossos irmãos? inquiriu, admirado, o apóstolo. Toda a criação é de Deus. Os que vestem a túnica do mal envergarão um dia a da redenção pelo bem. Acaso, poderias duvidar disso? O discípulo do Evangelho não combate propriamente o seu irmão, como Deus nunca entra em luta com seus filhos; aquele apenas combate toda manifestação de ignorância, como o Pai que trabalha incessantemente pela vitória do seu amor, junto da humanidade inteira. 

Mas, não seria justo, ajuntou o discípulo com certa convicção, convocarmos todos os gênios malfazejos para que se convertessem à verdade dos céus? O Mestre, sem se surpreender com essa observação, disse: Por que motivo não procede Deus assim?... Porventura, teríamos nós uma substância de amor mais sublime e mais forte que a do seu coração paternal? Tadeu, jamais olvidemos o bom combate. Se alguém te convoca ao labor ingrato da má semente, não desdenhes a boa luta pela vitória do bem, encarando qualquer posição difícil como oportunidade sagrada para revelares a tua fidelidade a Deus. Abraça sempre o teu irmão. Se o adversário do reino te provoca ao esclarecimento de toda a verdade, não desprezes a hora de trabalhar pela vitória da luz; mas segue o teu caminho no mundo atento aos teus próprios deveres, pois não nos consta que Deus abandonasse as suas atividades divinas para impor a renovação moral dos filhos ingratos, que se rebelaram na sua casa. 

Se o mundo parece povoar-se de sombras, é preciso reconhecer que as leis de Deus são sempre as mesmas, em todas as latitudes da vida. É indispensável meditar na lição de Nosso Pai e não estacionar a meio do caminho que percorremos. Os inimigos do reino se empenham em batalhas sangrentas? 

Não olvides o teu próprio trabalho. Padecem no inferno das ambições desmedidas? Caminha para Deus. Lançam a perseguição contra a verdade? Tens contigo a verdade divina que o mundo não te poderá roubar, nunca. 

Os grandes patrimônios da vida não pertencem às forças da Terra, mas às do Céu. O homem, que dominasse o mundo inteiro com a sua força, teria de quebrar a sua espada sangrenta, ante os direitos inflexíveis da morte. E, além desta vida, ninguém te perguntará pelas obrigações que tocam a Deus, mas, unicamente, pelo mundo interior que te pertence a ti mesmo, sob as vistas amoráveis de Nosso Pai.

Que diríamos de um rei justo e sábio que perguntasse a um só de seus súditos pela justiça e pela sabedoria do reino inteiro? Entretanto, é natural que o súdito seja inquirido acerca dos trabalhos que lhe foram confiados, no plano geral, sendo também justo se lhe pergunte pelo que foi feito de seus pais, de sua companheira, de seus filhos e irmãos. Andas assim tão esquecido desses problemas fáceis e singelos? Aceita a luta, sempre que fores julgado digno dela e não te esqueças, em todas as circunstâncias, de que construir é sempre melhor. 

Tadeu contemplou o Mestre, tomado de profunda admiração. Seus esclarecimentos lhe caíam no espírito como gotas imensas de uma nova luz. Senhor, disse ele —, vossos raciocínios me iluminam o coração; mas, terei errado externando meus sentimentos de piedade pelos espíritos malfazejos? Não devemos, então, convocá-los ao bom caminho? Toda intenção excelente, redarguiu Jesus, será levada em justa conta no céu, mas precisamos compreender que não se deve tentar a Deus.

Tenho aceitado a luta como o Pai ma envia e tenho esclarecido que a cada dia basta o seu trabalho. Nunca reuni o colégio dos meus companheiros para provocar as manifestações dos que se comprazem na treva; reuni-os, em todas as circunstâncias e oportunidades, suplicando para o nosso esforço a inspiração sagrada do Todo-Poderoso. 

O adversário é sempre um necessitado que comparece ao banquete das nossas alegrias e, por isso, embora não o tenha convocado, convidando somente os aflitos, os simples e os de boa-vontade, nunca lhe fechei as portas do coração, encarando a sua vinda como uma oportunidade de trabalho, de que Deus nos julga dignos. O apóstolo humilde sorriu, saciado em sua fome de conhecimento, porém acrescentou, preocupado com a impossibilidade em  que se via de atender eficazmente à vítima que o procurara:

Senhor, vossas palavras são sempre sábias; entretanto, de que necessitarei para afastar as entidades da sombra, quando o seu império se estabeleça nas almas?!... 

Voltamos, assim, ao início das nossas explicações retrucou Jesus —, pois, para isso, necessitas da edificação do reino no âmago do teu espírito, sendo este o objetivo de tua vida. Só a luz do amor divino é bastante forte para converter uma alma à verdade. 

Já viste algum contendor da Terra convencer-se sinceramente tão-só pela força das palavras do mundo? As dissertações filosóficas não constituem toda a realização. Elas podem ser um recurso fácil da indiferença ou uma túnica brilhante, acobertando penosas necessidades. O reino de Deus, porém, é a edificação divina da luz. E a luz ilumina, dispensando os longos discursos. Capacita-te de que ninguém pode dar a outrem aquilo que ainda não possua no coração. Vai! Trabalha sem cessar pela tua grande vitória. Zela por ti e ama a teu próximo, sem olvidares que Deus cuida de todos. 

*

Tadeu guardou os esclarecimentos de Jesus, para retirar de sua substância o mais elevado proveito no futuro. No dia seguinte, desejando destacar, perante a comunidade dos seus seguidores, a necessidade de cada qual se atirar ao esforço silencioso pela sua própria edificação evangélica, o Mestre esclareceu aos seus apóstolos singelos, como se encontra dentro da narrativa de Lucas: “Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos, procurando, e não o achando diz: Voltarei para a casa donde saí; e, ao chegar, acha-a varrida e adornada. Depois, vai e leva mais sete Espíritos piores do que ele, que ali entram e habitam; e o último estado daquele homem fica sendo pior do que o primeiro.” 

Então, todos os ouvintes das pregações do lago compreenderam que não bastava ensinar o caminho da verdade e do bem aos Espíritos perturbados e malfazejos; que indispensável era edificasse cada um a fortaleza luminosa e sagrada do reino de Deus dentro de si mesmo.”

Fonte:

Boa Nova, Espírito Humberto de Campos; Xavier, F.C., FEB

(https://www.adde.com.br/imagem/Upload/K03MT10M7WG8D8K6P64NB_SPMNSTI_.pdf) 

Profa. Maria Lucia

Imagem: http://www.fotos-imagens.com/conteudo/jesuscristo/jesusopastor/

Vida e Posse

"Não é a vida mais que o alimento ?" – Jesus – (Mateus, 6:25.)

*

 “Aconselha-te com a prudência para que teu passo não ceda à loucura. Há milhares de pessoas que efetuam a romagem (caminhada) carnal, amontoando posses exteriores, à gana (na avidez) de ilusória evidência (destaque). Senhoreiam (tomam posse de) terras que não cultivam. Acumulam ouro sem proveito. Guardam larga cópia (abundância) de vestimenta sem qualquer utilidade. Retém grandes arcas de pão que os vermes devoram. Disputam remunerações e vantagens de que não necessitam. E imobilizam-se no medo ou no tédio, no capricho maligno ou nas doenças imaginárias, até que a morte lhes reclama a devolução do próprio corpo.  

Não olvides (esqueças), assim, a tua condição de usufrutuário do mundo, e aprende a conservar no próprio íntimo os valores da grande vida. Vale-te dos bens passageiros para estender o bem eterno. Aproveita os obstáculos para incorporar a riqueza da experiência. 

Não retenhas recursos externos de que não careças. Não desprezes lição alguma. Começa a luta de cada dia com o deslumbramento de quem observa a beleza pela primeira vez e agradece a paz da noite como quem se despede do mundo para transferir-se de residência. 

Ama pela glória de amar. Serve sem prender-te. Lembra-te de que amanhã (quando morreres) restituirás à vida o que a vida te emprestou, em nome de DEUS, e que os tesouros de teu espírito serão apenas aqueles que houveres amealhado (juntado) em ti próprio no campo da educação e das boas obras.” 

(Emmanuel). 

Fonte: 

Palavras de Vida Eterna, Espírito Emmanuel; Xavier, F.C., FEB

Profa. Maria Lucia

Imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXIdUHu8P7a1rY34WSO8-1MD6TMtCNQFbltwhPCbryt0eiMwBjvtg_DO2tSeXFEqtk_wHyVPNQhDaW83kZSq9xsjunk4sSLLIjio9-MVcfhNZH-jv9qKiAw7Rfhi-Ly6-XWFNuqtcHxDc/s1600/Emmanuel2.jpg

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Nesta Rua tem Um Bosque

Maestro Antônio Carlos Gomes

“Nesta rua, nesta rua tem um bosque
Que se chama que se chama solidão.
Dentro dele dentro dele mora um anjo
que roubou, que roubou meu coração.

Se eu roubei, seu roubei teu coração,
Tu também, tu também roubaste o meu.
Se eu roubei, seu roubei teu coração
É porque, é porque te quero bem.”

(Canção; autor anônimo)

Nota 1: Aprendi esta canção na escola nos anos de 1950. Ela tem uma variante com uma letra que fala em “pedrinhas brilhantes”. Eu prefiro esta versão, pois a letra é uma poesia mais romântica, que combina melhor com a melodia.

Nota 2: Esta canção nada tem de popular, embora hoje seja do domínio público.  Obviamente, foi composta por alguém que conhecia música muito bem e sabia fazer canções, pois a letra é uma bela poesia, perfeitamente adequada à melodia. O autor preferiu o anonimato. Uma bela composição, que faz vibrar nossos mais ternos sentimentos, por isso tem resistido ao tempo.

Certamente, quando renascermos, nós todos teremos a alegria de reencontrá-la, aqui mesmo, no Brasil.      

 Esta melodia nos remete às encantadoras modinhas do grande Maestro Antônio Carlos Gomes, campineiro que viveu em meados do século XIX.

Minha singela homenagem a ele.

Profª Maria Lucia

Imagem: http://oglobo.globo.com/fotos/2011/09/02/02_MVG_cult_carlosgomes.jpg

História Geral - Idade Contemporânea 2


A Segunda Guerra Mundial

O fim da Primeira Guerra Mundial no ano de 1918 estabeleceu uma série de situações que nos revelou o desenrolar de um novo conflito que não só iria  envolver as grandes potências da época, mas também traria consequências bem mais desastrosas. De fato, entre os anos de 1939 e 1945, a Segunda Guerra Mundial revelaria ao planeta que as antigas disputas imperialistas que permeavam o sistema capitalista desde o século XIX ainda não tinham sido resolvidas.

Iniciada em 1939, a Segunda Guerra Mundial foi um conflito marcado pelo desenvolvimento de uma tecnologia de destruição nunca antes vista em toda a História. Metralhadoras, aviões, bombas e granadas foram aperfeiçoadas com o objetivo de destruir milhares de vidas com um único golpe. Não por acaso, esse terrível conflito acabou tendo a utilização da bomba atômica como seu último golpe, atingindo em cheio os valores e certezas de toda uma época.

Após o término da Segunda Guerra, os EUA eram o país mais rico do mundo, porém eles teriam que enfrentar um rival, ou seja, o segundo país mais rico do mundo: a URSS. 

Tanto os EUA (capitalista) como a URSS (socialista), tinham ideias contrárias para a reconstrução do equilíbrio mundial, foi então que começou uma grande rivalidade entre esses dois países. Quem era melhor? Esse conflito de interesses que assustou o mundo ficou conhecido como Guerra Fria. Tanto os EUA criticavam o socialismo quanto a URSS criticava capitalismo.

A Guerra Fria polarizou o planeta entre Estados Unidos e União Soviética

A Europa Ocidental, o Canadá e o Japão se aliaram aos EUA enquanto que a Tchecoslováquia, a Polônia, a Hungria, a Iugoslávia, a Romênia , a Bulgária, a Albânia, parte da Alemanha e a China se uniram com a URSS.

Na década de 50 e 60 houve a chamada corrida armamentista. Quem seria capaz de produzir tecnologias bélicas mais modernas, EUA ou URSS? Mesmo assim, esses dois países jamais se enfrentaram com armas durante a Guerra Fria, embora apoiassem guerras entre países menores (cada superpotência apoiando um dos lados rivais), como por exemplo, na Guerra da Coréia entre 1950 e 1953.

Na tentativa de provar que o seu sistema era melhor do que o outro, cada lado fez as suas investidas, a URSS enviou um homem(Yuri Gagarin)  ao espaço, enquanto os EUA enviaram  Neil Armstrong à Lua. 

Estas disputas continuavam para ver quem era o melhor, atingindo inclusive a área dos esportes. Nas Olimpíadas, por exemplo, os dois países lutavam para ver quem ganhava mais medalhas de ouro.

No final da Segunda Guerra, a Alemanha foi invadida por todos os lados, além de ter sido separada da Áustria, ficando assim dividida em dois países:

  • Alemanha Ocidental  (ou República Federal da Alemanha – RFA) – capitalista


  • Alemanha Oriental  (ou República Democrática Alemã – RDA) - governada pelos comunistas.


A antiga capital, Berlim, que se localizava no interior da Alemanha Oriental, também ficou dividida em dois blocos:

  • Berlim Oriental (tornou-se a capital da RDA)


  • Berlim Ocidental (tornou-se uma ilha capitalista cercada de socialismo).


A briga continuava. Os EUA resolveram ajudar Berlim Ocidental a se reerguer e para isso investiram milhões de dólares na reconstrução da cidade. Porém enquanto Berlim Ocidental se reerguia rapidamente, Berlim Oriental não apresentava o mesmo progresso.

Berlim Ocidental (organizada e em processo de reconstrução) representava o capitalismo dentro de uma Alemanha socialista.

Foi então que em 1948,Stalin,  dirigente da URSS ordenou que as comunicações entre a República Federal da Alemanha e Berlim ocidental fossem cortadas. Ele achava que o isolamento facilitaria a entrada das tropas soviéticas na outra parte de Berlim. Porém, tal iniciativa não deu certo, pois uma operação com centenas de aviões levando mantimentos da RFA para Berlim Ocidental garantiu que uma continuasse ligada a outra. O Governo não teve outra escolha a não ser aceitar a situação.

Assim, Berlim Ocidental continuou a crescer e as pessoas começaram a comparar Berlim Ocidental e Berlim Oriental e viram que o capitalismo era melhor que o socialismo. Como consequência houve uma emigração de pessoas muito qualificadas para Berlim Ocidental e com isso Berlim Oriental ficava abandonada. Claro que o Governo da RDA se irritou e em 1961 ordenou a construção de um muro isolando Berlim Ocidental do restante da Alemanha. Era o Muro de Berlim, que é considerado um dos maiores símbolos da Guerra Fria.

Na conferência de Yalta, realizada logo após o fim da Segunda Guerra ficou estabelecida a divisão do mundo em áreas de influência, ou seja, cada parte do planeta ficaria sob o controle de uma das superpotências e uma não deveria interferir na zona de influência da outra.

As décadas de 50 e 60 foram marcadas por momentos de tensão e intolerância, pois os dois sistemas (capitalista e socialista) eram vistos da forma mais negativa possível. Os dois países possuíam armas nucleares; porém, os dois lados estavam cientes que uma guerra naquele momento poderia destruir o mundo. Por esta razão, tentavam influenciar a humanidade tomando o máximo de cuidado para não provocar uma Guerra Nuclear Internacional; com isso, a tensão diminuiu.

Nos anos 60, EUA e URSS viveram a época da coexistência pacífica, ou seja, fizeram a política da boa vizinhança. Na década seguinte, Nixon e o dirigente soviético Brejnev, iniciaram uma distensão mundial assinando acordos para diminuir a corrida armamentista e selaram esse acordo com um encontro simbólico no espaço entre as naves americanas e soviéticas (1975).

Já nos anos 80 essa cordialidade foi abandonada. Com a eleição de Ronald Reagan em 1981, iniciou-se novamente o acirramento entre as potências.

Os americanos investiram alto no setor bélico deflagrando a chamada “Guerra nas Estrelas”.

.Com o colapso da União Soviética  e seus satélites no Leste Europeu, o muro começa finalmente a ser derrubado em 9 de novembro de 1989, acabando com um dos símbolos máximos da opressão dos regimes socialistas. Seu desmanche é também símbolo do fim da Guerra Fria e o marco zero da unificação da Alemanha numa única nação. 

Conflitos e tensões no mundo atual

Diferentes momentos de conflitos ocorridos na atualidade

Se o século XX deu origem à era da guerra total, como afirmou o historiador inglês Eric Hobsbawm, o século XXI inaugura a era da insegurança e da eminência mundial de uma nova onda de guerras. Esse receio diante da possibilidade de novos conflitos tem início com a simbólica data de 11 de Setembro de 2001, com o atentado terrorista de Osama Bin laden às torres gêmeas do World Trade Center. Dessa forma, o primeiro ano do terceiro milênio começou com uma grande catástrofe, em que o medo trouxe instabilidade na defesa da paz mundial.

As relações entre os Estados tornaram-se mais complexas a partir do atentado nos Estados Unidos, e a tensão militar adquiriu força nos últimos anos. Essa instabilidade entre as nações é exemplificada, por exemplo, na política nuclear do Irã, que descumprindo medidas de seguranças investe pesado na produção de armas nucleares, com a justificativa de que essa produção será exclusivamente utilizada para fins pacíficos. Todavia, existe uma insegurança entre vários países, principalmente do Ocidente, de que essa narrativa iraniana seja coberta de interesses para uma suposta guerra nuclear.

Nessa era da insegurança, destaca-se recentemente o atentado à capital da Noruega, Oslo, realizado por um empresário nacionalista que motivado por ideologias xenofóbicas causou a morte de pelo menos 76 pessoas. Anders Behring Breivik, autor dessa violência, adotou um discurso fundamentalista em seu julgamento, apoiando-se em ideias que vão contra a diversidade cultural e religiosa em seu país, principalmente em relação aos cidadãos muçulmanos.

Outras tensões vêm acontecendo na atualidade, como os conflitos entre os países árabes que representam historicamente as divergências políticas e religiosas. A divisão do mundo islâmico em duas perspectivas – sunitas e xiitas – pode ser entendida como uma dessas divergências que contribui para o distanciamento entre governo e população. Um exemplo dessas diferenças de cunho religioso são as manifestações na Síria contra o governo de Bashar al-Assad, que, sendo ele um membro xiita, realiza perseguições contra os muçulmanos sunitas.

Conflitos civis no Norte da África também ganharam força nos últimos anos. A história nos mostra que grande parte do continente africano tem sua identidade construída através do sofrimento e das práticas coloniais que impediram o crescimento da região. O resultado dessa herança colonial é caótico para a população civil que, através de reivindicações, tenta suprimir a ausência de liberdade e democracia, como a resistência civil na Líbia, que derrubou o ditador Muammar Gaddafi, no poder desde 1969. (FIM do estudo de História Geral. Para saber mais, acesse os links abaixo e os demais links desde “História Geral – A Antiguidade”).

Fontes:

http://www.mundoeducacao.com/historiageral/idade-contemporanea.htm

http://www.mundoeducacao.com/historiageral/revolucao-industrial-2.htm

http://www.mundoeducacao.com/historiageral/as-doutrinas-socialistas.htm

http://www.mundoeducacao.com/historiageral/conflitos-tensoes-no-mundo-atual.htm

http://www.mundoeducacao.com/historiageral/primeira-guerra-mundial.htm

http://www.infoescola.com/historia/fascismo/

http://www.infoescola.com/historia/nazismo/

http://www.mundoeducacao.com/historiageral/segunda-guerra-mundial.htm

http://www.infoescola.com/historia/guerra-fria/

http://www.infoescola.com/historia/muro-de-berlim/

http://www.mundoeducacao.com/historiageral/conflitos-tensoes-no-mundo-atual.htm

Profª Maria Lucia

Imagens:

http://www.jornallivre.com.br/images_enviadas/a-globalizacao-no-mundo-atualg.jpg

http://www.infoescola.com/historia/guerra-fria/

http://www.mundoeducacao.com/historiageral/conflitos-tensoes-no-mundo-atual.htm

A História da Arte - 11

Revolução permanente

A grande Revolução Francesa, em 1789, mudou inevitavelmente toda a situação em que viviam e trabalhavam os artistas.

As academias e exposições, os críticos e entendedores tinham-se esforçado para introduzir uma distinção entre Arte com a maiúsculo e o mero exercício de um ofício, fosse o de um pintor ou de construtor. A Revolução Industrial começou a destruir as próprias tradições do sólido artesanato, o trabalho manual cedeu lugar à produção mecânica, a oficina cedeu lugar à fábrica.

Os resultados mais imediatos desta mudança eram visíveis na arquitetura. A quantidade de construção realizada no século XIX foi provavelmente maior do que a soma de todos os períodos anteriores. A vasta expansão de cidades na Inglaterra e nos Estados Unidos, nessa época, converteu enormes extensões de campo em “áreas construídas”. Mas, não havia um estilo próprio. O arquiteto se contentava em acrescentar à fachada um estilo gótico ou arremedo de castelo normando ou mesquita oriental. As igrejas tinham o estilo gótico na chamada Era da Fé. Para teatros e casas de ópera usava-se o estilo barroco e os palácios e ministérios tinham formas da Renascença italiana. 

Paris tornara-se a capital artística da Europa no século XIX. Na primeira metade do século, destacamos Jean-Auguste-Dominique Ingres (1780-1867). 

Tinha sido discípulo de David e, como ele, admirava a arte heroica da antiguidade clássica. Ele pintava nus e retratos com perfeição, por isso os seus adversários o achavam insuportável.

O banho turco, Ingres

A Revolução Francesa, Delacroix

O grande revolucionário foi Eugène Delacroix (1798-1863), paisagista que  não aceitava os padrões da Academia. Fazia desenhos corretos e imitava estátuas clássicas. Achava que a cor era mais importante que o desenho e a imaginação mais do que o saber. Ele preferia Rubens e os venezianos. Foi para o norte da África a fim de estudar as cores resplandecentes e as roupagens românticas do mundo árabe. Ele talvez tivesse mais afinidade com o inglês William Turner.  

Camille Corot (1796-1875), paisagista, concentrou-se menos nos detalhes do que na forma e tons gerais para transmitir o calor e a quietude de um dia de verão no Sul.

Ponte de Nantes, Corot

Jean-François Millet (1814-1875) pintava cenas da vida camponesa, homens e mulheres trabalhando no campo. “As respigadeiras” é sua mais famosa tela. 

As respigadeiras, Millet

Gustave Courbet (1819-1877) não queria formosura, queria realidade, verdade. Por isso rejeitava a tradição de Rafael e o estilo grandiloquente. Queria que seus quadros fossem um protesto às convenções do seu tempo; então  retratava a si mesmo em mangas de camisa junto com outras pessoas bem vestidas, como em Boujour, Monsieur Courbet (Bom dia, Senhor Courbet). 

Bonjour, Monsieur Courbet; Courbet

A terceira onda de revolução na França foi representada por Edouard Manet (1832-1883) com seu jogo de luz e sombra; mas as cabeças das figuras não estão modeladas à maneira tradicional como Leonardo da Vinci ou Rubens.    

O balcão, Manet

Claude Monet (1840-1926) insistiu com seus amigos para que abandonassem o ateliê para pintar diante do “motivo”. Ele tinha um pequeno bote que era um estúdio para a exploração do cenário fluvial. 

Monet trabalhando em seu barco; Monet

A esse grupo de pintores impressionistas pertence Pierre Auguste Renoir (1841-1919). Renoir queria realçar as cores brilhantes em combinação com o efeito da luz do sol sobre as figuras, por isso suas telas parecem “esboçadas” e inacabadas. Somente as cabeças do primeiro plano são apresentadas com detalhes, mas de maneira não convencional. O vaporoso vestido é pintado em largas pinceladas, mais soltas. Se ele tivesse pintado todos os detalhes o quadro pareceria enfadonho, sem vida. Os impressionistas usaram as cores escuras nas sombras através do sfumato (esfumaçado) inventado por Leonardo da Vinci, no século XV.

Levou um tempo para o público descobrir que, para apreciar um quadro impressionista, era preciso recuar alguns metros e desfrutar o milagre de ver essas manchas intrigantes se transformarem em beleza. (continua)

Baile no Moulin de la Galette, Renoir

Rosa e azul, Renoir

Retrato, Renoir

Fonte:

A História da Arte, E.H. Gombrich, LTC, RJ, 2009 

Profª Maria Lucia

Imagens:

http://virusdaarte.net/ingres-o-banho-turco/

http://www.artfixdaily.com/images/fl/Feb10_delacroix581500x1174.jpg

http://www.impressionism.ru/images/Corot/bridge_nantes.jpg

http://movimentodaspalavrasarmadas.blogspot.com.br/2009/06/millet.html

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/93/Gustave_Courbet_-_Bonjour_Monsieur_Courbet_-_Mus%C3%A9e_Fabre.jpg

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzx8wITSTl6H_jF7lg4zH9eBPT8AL5lCB1T8eCpAubrAVTOgTYn2zaLEd8hZPmVqCQLOQWfqjYwE72WRDnbQ3skjDvRVWmnNbR3OOHXKTYR_lMH474gSDiniNmsgGfSeDDWchgDBriL_lS/s400/varanda1%5B1%5D.jpg

http://math.univ-lyon1.fr/~alachal/images_page_web/Edouard_Manet_Monet_dans_son_bateau_atelier.jpg

https://lingolunch.files.wordpress.com/2012/09/web_art_academy_au-moulin-de-la-galette_pierre-auguste-renoir1.jpeg

http://www.billerantik.de/gallery2/main.php/d/87738-1/45_Die-Demoiselle-Cahen-d-Anvers_30x50.jpg

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0b/Pierre-Auguste_Renoir_120.jpg

Espiritualidade e Metafísica - 5


Estudo de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, em continuação. Para adultos e adolescentes, a partir da oitava série. “O Livro dos Espíritos é um estudo de Metafísica e de Moral.  Metafísica (“além das coisas físicas”) é o ramo da Filosofia que estuda a essência dos seres e dos mundos. As perguntas são de Allan Kardec e as respostas são dos Espíritos Superiores, autores de “O Livro dos Espíritos”.  Português do século XXI, por mim.

PARTE SEGUNDA (Metafísica)

Do Mundo dos Espíritos 

CAPÍTULO I 

Dos Espíritos 

• Origem e natureza dos Espíritos • Mundo normal primitivo • Forma e ubiquidade dos Espíritos • Perispírito • Diferentes ordens de Espíritos • Escala espírita:  Terceira ordem. – Espíritos imperfeitos; Segunda ordem. – Bons Espíritos; Primeira ordem. – Espíritos puros • Progressão dos Espírito• Anjos e demônios 

ORIGEM E NATUREZA DOS ESPÍRITOS 

76. Que definição se pode dar dos Espíritos? 

Os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Povoam o Universo, fora do mundo material. Nota — A palavra Espírito é empregada aqui para designar as individualidades dos seres extracorpóreos e não mais o elemento inteligente do Universo. 

Espírito

77. Os Espíritos são seres distintos da Divindade, ou serão simples emanações ou porções desta e, por isto, denominados filhos de Deus?

Somos filhos de Deus, pois somos obra sua. 

78. Os Espíritos tiveram princípio, ou existem, como Deus, de toda a eternidade?

Se não tivessem tido princípio, seriam iguais a Deus. São criação sua e se acham submetidos à sua vontade. Deus existe de toda a eternidade, é incontestável.  Como e quando nos criou é um mistério. Não tivemos princípio, pois Deus, sendo eterno, há de ter sempre criado ininterruptamente.  

79. Pois que há dois elementos gerais no Universo: o elemento inteligente e o elemento material, pode-se dizer que os Espíritos são formados do elemento inteligente, como os corpos inertes o são do elemento material?

Sim. Os Espíritos são a individualização do princípio inteligente, como os corpos são a individualização do princípio material.  

80. A criação dos Espíritos é permanente, ou só se deu na origem dos tempos? 

É permanente. Deus jamais deixou de criar.

81. Os Espíritos se formam espontaneamente, ou procedem uns dos outros? 

Deus os cria, como a todas as outras criaturas, pela sua vontade. Mas, a origem deles é um mistério.

82. Será certo dizer-se que os Espíritos são imateriais? 

É mais exato dizer que são incorpóreos. Eles são uma matéria quintessenciada, tão etérea que escapa inteiramente aos vossos sentidos.

83.  Os Espíritos têm fim? 

A existência dos Espíritos não tem fim. É tudo o que podemos, por ora, dizer.

MUNDO NORMAL PRIMITIVO

 84. Os Espíritos constituem um mundo à parte, fora daquele que vemos?

Sim, os Espíritos constituem o mundo dos Espíritos ou das inteligências incorpóreas.

85. Qual dos dois, o mundo espírita ou o mundo corpóreo, é o principal? 

O mundo espírita é o principal, pois preexiste e sobrevive a tudo.

86. O mundo corporal poderia deixar de existir, ou nunca ter existido, sem que isso alterasse a essência do mundo espírita? 

Sim. Eles são independentes. Mas, eles têm uma relação constante.

87. Ocupam os Espíritos uma região determinada e circunscrita no espaço? 

Estão por toda parte, povoam os espaços infinitos. Muitos estão ao vosso lado, observando-os e sobre vocês atuando, sem que vocês percebam, pois os Espíritos são uma das potências da natureza e Deus se serve deles para a execução da sua vontade. Mas, há regiões proibidas aos menos adiantados.

FORMA E UBIQUIDADE DOS ESPÍRITOS

88. Os Espíritos têm forma determinada, limitada e constante? 

Para vocês, não; para nós, sim. O Espírito é uma chama, um clarão ou uma centelha etérea. 

a) — Essa chama ou centelha tem cor? 

Tem uma coloração que, para vós, vai do colorido escuro e opaco a uma cor brilhante, qual a do rubi, conforme o Espírito é mais ou menos puro. Representam-se os gênios com uma chama ou estrela na fronte pois aí está a sede da inteligência. 

 89. Os Espíritos gastam algum tempo para percorrer o espaço? 

Sim, mas fazem-no com a rapidez do pensamento.

a) — O pensamento não é a própria alma que se transporta? 

Quando o pensamento está em alguma parte, a alma também aí está, pois que é a alma quem pensa. O pensamento é um atributo da alma. 

90. O Espírito que se transporta de um lugar a outro tem consciência da distância que percorre e dos espaços que atravessa, ou é subitamente transportado ao lugar onde quer ir? 

Dá-se uma e outra coisa, dependendo do seu adiantamento.  

91. A matéria é obstáculo aos Espíritos? 

Não. Eles passam através de tudo. O ar, a terra, as águas e o fogo lhes são acessíveis.

92. Têm os Espíritos o dom da ubiquidade? Por outras palavras: um Espírito pode dividir-se, ou existir em muitos pontos ao mesmo tempo?

Não pode haver divisão de um mesmo Espírito; cada um é um centro que irradia para diversos lados. Isso é que faz parecer estar um Espírito em muitos lugares ao mesmo tempo. Vês o Sol? Ele não se divide, mas irradia em todos os sentidos e leva muito longe os seus raios

 a) — Todos os Espíritos irradiam com igual força? 

Não. Essa força depende do grau de pureza de cada um.

Cada Espírito é uma unidade indivisível, mas pode lançar seus pensamentos para diversos lados. Esse é o dom da ubiquidade (estar em vários lugares ao mesmo tempo), assim como  uma centelha projeta longe a sua claridade e pode ser percebida de todos os pontos do horizonte; ou, ainda, o que se dá com um homem que, sem mudar de lugar e sem se fracionar, transmite ordens, sinais e movimento a diferentes pontos.

PERISPÍRITO

93. O Espírito está envolto numa substância qualquer? 

Envolve-o uma substância, vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós; assaz vaporosa, entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira. Envolvendo o gérmen de um fruto, há o perisperma; do mesmo modo, por comparação, uma substância chamada perispírito serve de envoltório ao Espírito propriamente dito.

Perispírito

94. De onde tira o Espírito o seu invólucro semi-material? 

Do fluido universal de cada globo, por isso não é idêntico em todos os mundos. Passando de um mundo a outro, o Espírito muda de envoltório, como mudais de roupa.

a) — Assim, quando os Espíritos que habitam mundos superiores vêm ao nosso meio, tomam um perispírito mais grosseiro? 

Sim, é necessário que se revistam da vossa matéria.

95. O invólucro semimaterial do Espírito tem formas determinadas e pode ser perceptível?

O invólucro (períspirito) tem a forma que o Espírito queira. É assim que ele aparece algumas vezes, quer em sonho, quer no estado de vigília, e que pode tomar forma visível, mesmo palpável.

DIFERENTES ORDENS DE ESPÍRITOS

96. São iguais os Espíritos ou há entre eles qualquer hierarquia? 

São de diferentes ordens conforme o grau de perfeição alcançado.

97. As ordens ou graus de perfeição dos Espíritos são em número determinado?

São ilimitadas em número, pois as divisões podem ser multiplicadas ou restringidas livremente. Mas, elas podem reduzir-se a três principais.

Na primeira, colocar-se-ão os que atingiram a perfeição máxima: os puros Espíritos. Formam a segunda os que chegaram ao meio da escala: o desejo do bem é o que neles predomina. Pertencerão à terceira os que ainda se acham na parte inferior da escala: os Espíritos imperfeitos. O que os caracteriza é a ignorância, o desejo do mal e todas as paixões más que lhes retardam o progresso.

Anunciação,  Boticelli

Espíritos puros 

 98. Os Espíritos da segunda ordem, para os quais o bem constitui a preocupação dominante, têm o poder de praticá-lo? 

Cada um deles dispõe desse poder, de acordo com o grau de perfeição a que chegou. Assim, uns possuem a ciência, outros a sabedoria e a bondade. Todos, porém, ainda têm que sofrer provas. 



99. Os da terceira categoria são todos essencialmente maus?

Não; há os que não fazem nem o mal nem o bem; outros se comprazem no mal. Os levianos ou estouvados são mais perturbadores do que malignos; eles se divertem com a malícia e têm prazer em mistificar e causar pequenas contrariedades. 

ESCALA ESPÍRITA

TERCEIRA ORDEM. – ESPÍRITOS IMPERFEITOS 

101. CARACTERES GERAIS. — Predominância da matéria sobre o espírito. Propensão para o mal. Ignorância, orgulho, egoísmo e todas as paixões (vícios) que lhes são consequentes. Têm a intuição de Deus, mas não o compreendem. Nem todos são essencialmente maus. Em alguns há mais leviandade, irreflexão e malícia do que verdadeira maldade. Uns não fazem o bem nem o mal; mas, pelo simples fato de não fazerem o bem, já mostram a sua inferioridade. 

Conseguintemente, todo mau pensamento que nos é sugerido vem de um Espírito desta categoria. Eles vêm a felicidade dos bons e isso é para eles um incessante tormento porque sentem inveja e ciúme. Esses espíritos formam cinco classes principais. 

102. Décima classe. 

ESPÍRITOS IMPUROS. — São inclinados ao mal de que se ocupam. Como Espíritos, dão conselhos pérfidos, sopram a discórdia e a desconfiança e se mascaram de todas as maneiras para melhor enganar. Ligam-se aos homens de caráter bastante fraco a fim de induzi-los à perdição, satisfeitos por atrasar seu adiantamento, fazendo-os falhar nas provas por que passam. Nas comunicações mediúnicas mostram-se pela linguagem: a trivialidade e a grosseria das expressões, nos Espíritos, como nos homens, é sempre sinal de inferioridade moral, senão também intelectual. Suas comunicações mediúnicas exprimem a baixeza de suas tendências.

Alguns povos os imaginaram como divindades maléficas; outros os chamam de demônios, maus gênios, espíritos do mal. Quando encarnados, são inclinados a vícios e geram paixões vis e degradantes: sensualidade, crueldade, traição, hipocrisia, maus desejos, avareza sórdida. Fazem o mal por prazer e sem motivo, e, por ódio ao bem; quase sempre escolhem suas vítimas entre as pessoas honestas. São calamidades da Humanidade, pouco importando a classe social a que pertençam, pois nem mesmo o verniz da educação os livra da vergonha e da desonra. 

103. Nona classe. 

ESPÍRITOS LEVIANOS. — São ignorantes, maliciosos, irrefletidos e zombeteiros. Gostam de causar pequenos desgostos e ligeiras alegrias, de intrigar, de induzir maldosamente em erro, por meio de mistificações e de espertezas. São popularmente conhecidos como duendes, gnomos, diabretes. Obedecem os Espíritos superiores, que muitas vezes os usam como servidores.  Aproveitam-se das esquisitices e dos ridículos humanos sarcasmo e deboche. Se passam por nomes conhecidos mais por malicia do que por maldade.

104. Oitava classe. 

ESPÍRITOS PSEUDO-SÁBIOS. — Dispõem de conhecimentos bastante amplos, porém pensam que sabem mais do que realmente sabem. A linguagem deles aparenta seriedade para iludir.  É uma mistura de algumas verdades com erros graves como a presunção, o orgulho, o ciúme e a teimosia. 

105. Sétima classe.

 ESPÍRITOS NEUTROS. — Nem bastante bons para fazerem o bem, nem bastante maus para fazerem o mal. Apegam-se às coisas deste mundo, de cujas grosseiras alegrias sentem saudades. 

106. Sexta classe.

 ESPÍRITOS BATEDORES E PERTURBADORES. — Estes Espíritos podem caber em todas as classes da terceira ordem. Manifestam sua presença por efeitos físicos, como pancadas, movimento e deslocamento anormal de corpos sólidos, agitação do ar, etc. Mostram-se presos à matéria. Parecem ser os principais causadores das calamidades do globo, atuando sobre o ar, a água, o fogo, os corpos duros, quanto nas entranhas da terra. (continua)

Fonte:

O Livro dos Espíritos, questões 76 a 106, Allan Kardec, FEB, 2009

Profª Maria Lucia

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