Samba, Carybé
(Poesia na versão 2015.)
PALAVRA!
Palavra!
Palavra que não fui eu!
Não fui eu, não fui eu,
não fui eu nem eu,
eu sei lá quem foi.
Sou cara do morro,
sou cara malandro,
não caio em roubada,
desguio, “tô” fora...
Ele fala!
Ele fala demais e aumenta!
Ele mente de tanto que inventa,
de fato ele zurra feito jumento,
disque tem, disque tem,
disque tem, tem, tem.
Palavra!
Palavra, que confusão!
Olha o “berro” na esquina, na curva, no morro,
olha o “trêis oitão” lá na contramão,
olha a peste, olha a guerra,
olha o álcool, olha a droga,
olha a morte, João!
Palavra!
Na igreja e no terreiro,
na praça e no salão,
janeiro a janeiro
pregando união,
olha o céu, olha a terra,
olha a fé, meu irmão!
Palavra,
palavra e não berreiro,
uma que seja quebrando o silêncio,
lançando a ponte,
o arrependimento,
estende a mão, ó João!
Palavra que o céu atinge,
palavra que faz a força,
que junta, reúne,
que acende, que anima,
que faz a justiça,
que muda a vida.
Palavra que faz beleza,
palavra de cantoria,
alegria, alegria,
quanta euforia!
Alegria, alegria,
quanta harmonia!
Vê a palavra que tu “põe” na boca!
Sentido!
Sentido! Sentido! Sentido!
Negro, mestiço, índio, europeu,
que país é esse?
É o Brasil, meu irmão,
país tropical abençoado por Deus,
a palavra é a língua viva,
viva o português!
Poesia da Profª Maria Lucia, 2010-2015
Imagem: http://mlb-s2-p.mlstatic.com/carybe-serigrafia-tema-samba-assinada-numerada-209701-MLB20416374518_092015-F.jpg
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