terça-feira, 17 de novembro de 2015

História Geral - Idade Contemporânea 1

A  Liberdade guiando o povo,  Delacroix,

Introdução

Compreendido entre a Revolução Francesa (1789) e os dias atuais, o período histórico conhecido como Idade Contemporânea é marcado por transformações profundas na organização da sociedade e também por conflitos de amplitude mundial.

Os ideais da   Revolução Francesa (“Liberdade, igualdade, fraternidade”) causaram impacto  em diversos locais do mundo. A Revolução Francesa iniciou também a configuração do poder político que seria característico da burguesia que estava em ascensão: republicano, constitucional, representativo, defensor da propriedade e com forças militares profissionalizadas.

A configuração do poder político burguês foi acompanhada também pelo desenvolvimento econômico capitalista que ao longo desse período histórico instaurou-se como forma de organização econômica para todos os continentes do mundo. 

Outra característica da Idade Contemporânea foi a formação dos Estados Nacionais e dos nacionalismos, que estariam na origem de inúmeras disputas territoriais na Europa e nas áreas coloniais. As próprias guerras mundiais que ocorreram no século XX tiveram no nacionalismo suas origens.

Em oposição ao capitalismo liberal surgiu ainda, no início do século XX, uma alternativa na organização social representada pela URSS, originada com a Revolução Russa. Essa experiência histórica, apesar de portadora do desejo de igualdade entre todos os seres humanos, acabou reproduzindo a exploração humana e a divisão social.

No campo científico, as inovações e transformações foram também profundas.As pesquisas em medicamentos e em práticas médicas proporcionaram um aumento significativo da expectativa e da qualidade de vida das populações.

As inovações em maquinários e técnicas de produção proporcionaram a base tecnológica para a expansão do capitalismo. Mas esse desenvolvimento tecnológico foi amplamente utilizado na área militar, resultando em armamentos cada vez mais letais, como as bombas atômicas.

As artes conheceram movimentos estéticos variados em seus diversos campos, resultando em produções artísticas geniais, como o surrealismo no início do século XX. 

Entretanto, essas mudanças não alcançaram toda a população do planeta. Hoje  ainda existe uma grande desigualdade social tanto no interior dos países como entre países de diversas localidades do globo.

Revolução Industrial

A Revolução Industrial começou na Inglaterra, em meados do século XVIII, com as  primeiras fábricas onde uma série de mudanças concebeu uma nova maneira de produzir bens manufaturados. A indústria acabou ampliando seu grau de influência em campos relacionados à política, cultura e cidades. 

Foi nesse momento que surgiram dois importantes sujeitos históricos vinculados a essa nova experiência tecnológica. De um lado o burguês, dono da indústria, ávido pela busca de lucros e preocupado com a redução de seus gastos de produção. Do outro o operário, muitas vezes vindo das zonas rurais, que tinha de se adaptar ao ritmo de vida de cidades abarrotadas onde a sobrevivência dependia de duras horas de trabalho gastas no ambiente fabril. 

Entre suas distintas situações, ambos representavam uma nova etapa em que a economia e a prosperidade material alcançaram patamares nunca antes observados na História.

A economia ganhava um ritmo que parecia fazer da internacionalização do comércio uma experiência irreversível. As nações industriais discutiam a exploração e controle de mercados econômicos cada vez mais distantes e as matérias-primas não mais dependiam das condições naturais da região ou país em que uma indústria se estabelecia. Chegamos a um ritmo de produção em que o planeta parecia pequeno demais para suportar o potencial produtivo dos empreendimentos industriais que se espalharam pela Europa, chegaram aos Estados Unidos e, hoje, aparecem em todo o mundo. 

Tanta riqueza, mas a Revolução Industrial não foi capaz de sanar a questão da miséria na sociedade. Os operários passavam anos a fio produzindo certos produtos que nem numa vida inteira de esforço ele seria capaz de adquirir. Mas, por quê? Essa é uma das questões contraditórias que incitou diversos pensadores, filósofos e estudiosos a criticar o chamado capitalismo industrial e a elaborar teorias que reformularam ou rompiam definitivamente com esse modo de vida. 

Esse período passou por diversas transformações ao longo de anos. Dessa maneira, para facilitarmos a compreensão dessa experiência de longa duração, devemos ver não como “a” revolução”, mas “as” revoluções industriais que se perfilaram ao longo do tempo. 

As doutrinas socialistas

As precárias condições de trabalho nas indústrias, os baixos salários, o penoso e extensivo ritmo de trabalho imposto ao trabalhador contribuíram para o despertar da classe operária e, consequentemente, para o desenvolvimento das doutrinas socialistas na Inglaterra e na França. Essas doutrinas estenderam-se por toda a Europa. 

O proletariado industrial começou a mediar ativamente na política, dando lugar ao aparecimento de um movimento indiscutivelmente revolucionário, baseado na doutrina de uma fatal luta de classes, cujos teorizadores foram Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895). 

A partir dessa teoria, Marx e Engels constituíram a fronteira entre o socialismo utópico (idealizador de uma sociedade igualitária, mas que não apontava meios para o desenvolvimento do processo) e o socialismo científico teorizado por eles. 

Marx, judeu alemão, publicou juntamente com Engels, em 1848, o célebre Manifesto Comunista, que abordava o programa da Associação dos comunistas fundada em Paris. Em Londres, onde viveu quase toda sua vida, publicou, em 1867, sua principal obra, “O Capital”, cujos dois últimos volumes foram publicados por Engels.

Em sua tese, Marx defendia as seguintes doutrinas fundamentais:

• A interpretação econômica da história. Todos os grandes movimentos políticos, sociais e intelectuais da História foram determinados pelo meio econômico de onde surgiram.

• A luta de classes afirma que os indivíduos pertencem a grupos tanto sociais quanto econômicos, e agem movidos por ideias e interesses que entram em conflito com outros grupos. 

• A luta entre as classes faz parte da História:

Idade Antiga, a luta entre senhores e escravos.

Idade Média, o conflito entre os mestres das corporações e os trabalhadores e entre os senhores feudais e os vassalos.

Idade Moderna, a classe capitalista e os proletários.

A Primeira Guerra Mundial

A Primeira Guerra Mundial foi uma experiência histórica que promoveu uma grande reviravolta na visão estabelecida em relação à Europa. O Velho Continente era considerado o “berço da civilização” e o modelo de desenvolvimento e progresso a ser seguido pelas demais nações do mundo. 

No entanto, essa visão romantizada da Europa escondia as “selvagerias” das disputas econômicas desenvolvidas ao longo do século XIX. 

Novos conflitos militares deram origem à formação dos estados alemão e italiano, que logo buscaram se inserir nas disputas do sistema capitalista. A Alemanha teve grande destaque nesse processo ao formar o seu Segundo Reich (Segundo Império) que, em pouco tempo, conseguiu fazer frente às grandes potências europeias. Nessa época, a economia capitalista alcançou o auge da livre concorrência causando uma superprodução responsável pela crise no final do século XIX. 

A alternativa buscada pelas nações seria a retomada do processo de colonização dos continentes africano e asiático. Iniciou-se o chamado imperialismo, que no período era visto como a salvaguarda capaz de alavancar a economia das grandes potências capitalistas da Europa. A Alemanha, que se unificou tardiamente, não teve o mesmo sucesso na obtenção de colônias de exploração. Dessa forma, teríamos uma primeira tensão promotora das disputas da Primeira Guerra Mundial.  Essa guerra durou de 1.914 a 1.918.

Fascismo é a denominação que se dá ao regime político que surgiu na Europa na entre 1919 e 1945, portanto, no intercurso das duas grandes guerras mundiais. Suas características básicas são: o totalitarismo, o nacionalismo, o idealismo e o militarismo.

Benito Mussolini

De modo geral o fascismo é identificado como o regime implantado por Benito Mussolini na Itália no período do após a primeira guerra. Contudo, ainda que a Itália seja o berço dessa ideologia, a Europa viveu sob ameaça de expansão deste regime durante toda a década de 1930. O fenômeno fascista estendeu-se para outros países europeus como Espanha (Francisco Franco), Portugal (Salazar), entre outros.

O fascismo só se torna conhecido em 1922 quando Mussolini chega ao poder. Um mês depois de assumir o comando do estado italiano, o Parlamento lhe concederia plenos poderes enquanto governo. Benito Mussolini baseou o Estado fascista no corporativismo, no intervencionismo econômico por parte do Estado e também no expansionismo militarista. Mussolini permaneceu no poder até 1943. Foram, portanto, 21 anos de governo sob o regime fascista, resumido por Benito Mussolini da seguinte forma: “Tudo para o Estado, nada contra o Estado, nada fora do Estado”.

 Na Alemanha o movimento fascista foi chamado de nazismo.

A suástica era o símbolo Nazista

Após a Primeira Grande Guerra, a Alemanha passou por uma crise. Além da derrota, os alemães tiveram que pagar uma dívida de guerra aos ingleses e franceses e a crise econômica de 1.929 prejudicou ainda mais a situação, levando milhares de alemães ao desemprego e ao desespero. Tudo isso contribuiu para fortalecer ainda mais os movimentos radicais, sobretudo o nazismo.

O sentimento de vingança crescia cada vez mais entre os alemães. O partido nazista, chefiado por Adolf Hitler  ganhava muitos votos. Eles acusavam comunistas, liberais e judeus da desordem e prometiam restaurar o orgulho de ser alemão. Os nazistas diziam que os alemães pertenciam a uma raça superior, a ariana.

Em um país que vivia na miséria, os nazistas ofereciam a chance de melhoria e a esperança de um país melhor. Formavam grupos de jovens que iam às ruas perseguir seus inimigos. As propagandas enganosas ajudaram Hitler a ser transformado no “Salvador da Alemanha”.

Hitler nasceu na Áustria em abril de 1889 e se alistou no exército alemão aos 25 anos de idade. Em 1919, ingressou no Partido Operário Alemão (grupo de esquerda) do qual foi presidente. Mais tarde este partido foi rebatizado com o nome de Partido Operário Nacional-Socialista Alemão.

Em 1921, Hitler criou suas próprias forças de ataque, as SA (Sturmabteilung).O enfraquecimento dos demais partidos políticos e um golpe de estado contribuíram muito para que os nazistas tomassem o poder.

Porém, antes de consegui-lo, Hitler havia tentado um outro golpe de estado em 1923; isso o levou para a prisão, onde escreveu “Mein Kampf” (Minha Luta), obra em que registrou suas ideias a respeito das raças do mundo.

Quando saiu da prisão, criou uma espécie de polícia militar. Com todos os problemas que a Alemanha passava (inflação, desemprego),  o partido nazista ganhava adeptos e votos devido a uma propaganda política competente.

Em 1923, empresas capitalistas  passaram a apoiá-lo financeiramente.

O presidente Hindenburg encarregou o chefe do Partido Nacional Popular de formar o governo, e este pediu apoio aos nazistas. Hitler concordou com uma condição: queria o posto de chanceler (chefia do governo). Cargo que conseguiu em janeiro de 1933.

Dotado de poder, mandou incendiar o edifício do Reichstag (Parlamento) para jogar a culpa nos comunistas; extinguiu os partidos políticos (menos o nazista) e os sindicatos por 3 anos, diminuiu os direitos dos estados em favor do poder central e tomou medidas anti-semitas.

Todos os opositores de Hitler foram assassinados e um desses massacres ficou conhecido como “Noite dos Longos Punhais”, em junho de 1934. Para tanto, utilizou a violência da SS. No mesmo ano, com a morte de Hindenburg, Hitler assumiu a presidência e as Forças Armadas deveriam prestar-lhe juramento de fidelidade.

Muitos opositores (juntamente com comunistas e judeus) foram levados para os campos de concentração.

Já no final da Segunda Guerra, quando as tropas aliadas entraram na capital alemã, Hitler (que estava em seu esconderijo) cometeu suicídio.

Racismo, totalitarismo e nacionalismo  foram alguns ideais seguidos pelos nazistas. O nazismo levou milhares de pessoas (judeus, homossexuais, ciganos) à morte. Muitos, inclusive, foram usados em terríveis experiências médicas.

Até hoje, a humanidade relembra e sofre ao recordar este lamentável episódio da nossa história universal, que ficou conhecido como Holocausto. (continua) 

Por Tales dos Santos Pinto

Lilian Maria Martins de Aguiar

Fabrício Barroso dos Santos

Rainer Souza (Mestre em História)

Fontes:

 http://www.mundoeducacao.com/historiageral/idade-contemporanea.htm

http://www.mundoeducacao.com/historiageral/revolucao-industrial-2.htm

http://www.mundoeducacao.com/historiageral/as-doutrinas-socialistas.htm

http://www.mundoeducacao.com/historiageral/primeira-guerra-mundial.htm

http://www.infoescola.com/historia/fascismo/

http://www.infoescola.com/historia/nazismo/


Profª Maria Lucia

Imagens:

http://www.mundoeducacao.com/historiageral/idade-contemporanea.htm

http://www.infoescola.com/historia/fascismo/

http://www.infoescola.com/historia/nazismo/

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