segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Espiritismo e Metafísica - 6

Estudo de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, em continuação. Para adultos e adolescentes, a partir da oitava série. “O Livro dos Espíritos é um estudo de Metafísica e de Moral.  Metafísica (“além das coisas físicas”) é o ramo da Filosofia que estuda a essência dos seres e dos mundos. As perguntas são de Allan Kardec e as respostas são dos Espíritos Superiores, autores de “O Livro dos Espíritos”. Português do século XXI, por mim.

Via Lactea

Dos Espíritos (Metafísica)

Capítulo I (continuação)

SEGUNDA ORDEM.

 — BONS ESPÍRITOS 

107. CARACTERES GERAIS. — Predominância do Espírito sobre a matéria; desejo do bem. Uns têm a ciência, outros a sabedoria e a bondade. Os mais adiantados reúnem o saber às qualidades morais. Não estão completamente desmaterializados, por isso não são Espíritos perfeitos.  São os chamados bons gênios, gênios protetores, Espíritos do bem. Podem ser divididos em quatro grupos principais:

108. Quinta classe. 

ESPÍRITOS BENÉVOLOS. — A bondade é neles a qualidade dominante. Gostam de ajudar e proteger os homens. Progrediram mais no sentido moral do que no sentido intelectual.

109. Quarta classe. 

ESPÍRITOS SÁBIOS.  — Distinguem-se pela amplitude de seus conhecimentos. Preocupam-se menos com as questões morais, do que com as de natureza científica, para as quais têm maior aptidão pela sua utilidade. 

110. Terceira classe.

ESPÍRITOS DE SABEDORIA. — O que os caracteriza são as qualidades morais da ordem mais elevada. Sem possuírem ilimitados conhecimentos, têm uma capacidade intelectual que lhes permite julgamento correto sobre os homens e as coisas. 

111. Segunda classe. 

ESPÍRITOS SUPERIORES. — Esses reúnem em si a ciência, a sabedoria e a bondade. Usam sempre linguagem de bondade,  digna, elevada e, muitas vezes, sublime. Podem nos dar noções exatas sobre as coisas do mundo incorpóreo, dentro dos limites do que é permitido ao homem saber. Comunicam-se com as pessoas que praticam o bem. Quando, por exceção, encarnam na Terra, é para cumprir missão de progresso e então nos oferecem o tipo da perfeição a que a Humanidade pode aspirar neste mundo.


PRIMEIRA ORDEM

 — ESPÍRITOS PUROS 

112. CARACTERES GERAIS.

 — Nenhuma influência da matéria. Superioridade intelectual e moral absoluta com relação aos Espíritos das outras ordens. 

113. Primeira classe. 

CLASSE ÚNICA. — Os Espíritos que a compõem percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria. Tendo alcançado a soma da perfeição de que é possível à criatura, não têm mais que sofrer provas, nem expiações. Não estando mais sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis, realizam a vida eterna junto de Deus. Gozam de inalterável felicidade, porque não se acham submetidos às necessidades, nem às dificuldades da vida material. Essa felicidade não é uma perpétua contemplação inútil. Eles são os mensageiros e os ministros de Deus, cujas ordens executam para a manutenção da harmonia universal. Comandam a todos os Espíritos que lhes são inferiores, auxiliam- nos na obra de seu aperfeiçoamento e lhes designam as suas missões. Assistir os homens em suas necessidades e aflições. São os chamados anjos, arcanjos ou serafins. Os homens comunicar-se com eles, mas eles não estão constantemente às ordens dos homens.


PROGRESSÃO DOS ESPÍRITOS

 114. Os Espíritos são bons ou maus por natureza, ou são eles mesmos que se melhoram? 

São os próprios Espíritos que se melhoram e passam de uma ordem inferior para outra mais elevada. 

115. Dos Espíritos, uns terão sido criados bons e outros maus? 

Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem conhecimento. A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade. Passando pelas provas que Deus lhes impõe é que os Espíritos adquirem aquele conhecimento. Uns aceitam submissos essas provas e chegam mais depressa à meta que lhes foi determinada. Outros, só a suportam murmurando e, por isso, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade. 

a) — Em sua origem, os Espíritos seriam como as crianças, ignorantes e inexperientes, só adquirindo pouco a pouco os conhecimentos de que precisam nas diferentes fases da vida? 

Sim, a comparação é boa. A criança rebelde se conserva ignorante e imperfeita. Seu aproveitamento depende da sua maior ou menor docilidade. Mas, a vida do homem tem fim, ao passo que a dos Espíritos se prolonga ao infinito.

 116. Haverá Espíritos que se conservem eternamente nas ordens inferiores? 

“Não; todos se tornarão perfeitos. Mudam de ordem, mas demoradamente. Mas, um pai justo e misericordioso não pode banir seus filhos para sempre. Por acaso, Deus, tão grande, tão bom, tão justo, seria pior do que vocês? 

117. Depende dos Espíritos progredirem mais ou menos rapidamente para a perfeição? 

Certamente. Eles a alcançam mais ou menos rápido, conforme o desejo que têm de alcançá-la e a submissão à vontade de Deus. Uma criança dócil não se instrui mais depressa do que outra teimosa?”

 118. Podem os Espíritos degenerar?

“Não. À medida que avançam, compreendem o que os distanciava da perfeição. Concluindo uma prova, o Espírito fica com o conhecimento que daí adquire e não o esquece. Pode permanecer estacionário, mas não retrograda.”

119. Não podia Deus tirar os Espíritos das provas que eles têm de sofrer para chegarem à primeira ordem? 

Se Deus os houvesse criado perfeitos, nenhum mérito teriam para gozar dos benefícios dessa perfeição. Onde estaria o merecimento sem a luta? Demais, a desigualdade entre eles existente é necessária às suas personalidades. As missões que desempenham nos diferentes graus da escala evolutiva contribui para a harmonia do Universo.

120. Todos os Espíritos passam pelo caminho do mal para chegar ao bem? 

Pelo caminho do mal, não; pelo caminho da ignorância. 

121. Por que é que alguns Espíritos seguiram o caminho do bem e outros o do mal?

 Porque eles têm o livre-arbítrio. Deus não os criou maus; criou-os simples e ignorantes, isto é, tendo tanta aptidão para o bem quanta para o mal. Os que são maus, assim se tornaram por vontade própria. 

122. Em sua origem, quando ainda não têm consciência de si mesmos, como podem os Espíritos usar a liberdade de escolha entre o bem e o mal? Há neles uma tendência que os encaminhe para um caminho de preferência a outro? 

O livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo. Já não haveria liberdade, desde que a escolha fosse determinada por uma causa independente da vontade do Espírito. A causa não está nele, está fora dele, nas influências que aceita pela sua livre vontade. 

a) — Donde vêm as influências que ocorrem sobre ele ? 

Dos Espíritos imperfeitos, que procuram apoderar-se dele, dominá-lo, e que se alegram por fazê-lo cair. Isso é o que simboliza a figura de Satanás. 

b) — Tal influência só se exerce sobre o Espírito em sua origem?

Acompanha-o na sua vida de Espírito até que consiga tamanho domínio sobre si mesmo, que os maus desistem de atormentá-lo. 

123. Por que Deus permitiu que os Espíritos tomassem o caminho do mal? 

A sabedoria de Deus está na liberdade de escolha que ele deixa a cada um, pois assim, cada um tem o mérito de suas obras. 

124. Pois que há Espíritos que desde o princípio seguem o caminho do bem absoluto e outros o do mal absoluto, deve haver, sem dúvida, gradações entre esses dois extremos.  

Sim, certamente, e os que se acham nos graus intermediários são a maioria. 

125. Os Espíritos que foram para o caminho do mal poderão chegar ao mesmo grau de superioridade que os outros? 

Sim; mas as eternidades lhes serão mais longas. 
Por estas palavras — as eternidades — se deve entender a ideia que os Espíritos inferiores fazem da eternidade de seus sofrimentos, cujo fim eles não podem ver, ideia que revivem todas as vezes que caem numa prova. 

O anjo de Tobias, Verrochio

126. Chegados ao grau supremo da perfeição, os Espíritos que andaram pelo caminho do mal têm, aos olhos de Deus, menos mérito do que os outros?

Deus olha de igual maneira para os que se transviaram e para os outros e a todos ama com o mesmo coração. Aqueles são chamados maus, porque sucumbiram. Antes, não eram mais que simples Espíritos.

127. Os Espíritos são criados iguais quanto às faculdades intelectuais? 

São criados iguais, porém, não sabendo donde vêm, eles seguem usando o livre-arbítrio. Eles progridem mais ou menos rapidamente em inteligência como em moralidade.

ANJOS E DEMÔNIOS 

128. Os seres a que chamamos anjos, arcanjos, serafins formam uma categoria especial, de natureza diferente da dos outros Espíritos? 

Não; são os Espíritos puros: os que se acham no mais alto grau da escala e reúnem todas as perfeições.

129. Os anjos percorreram todos os graus da escala? 

Percorreram todos os graus, mas do modo que dissemos: uns, aceitando sem murmurar suas missões, chegaram depressa; outros, gastaram mais ou menos tempo para chegar à perfeição.

130. Sendo errônea a opinião dos que admitem a existência de seres criados perfeitos e superiores a todas as outras criaturas, como se explica que essa crença esteja na tradição de quase todos os povos? 

O mundo de vocês não existe de toda a eternidade. Muito antes que ele existisse, já havia Espíritos que tinham atingido o grau supremo. Os homens acreditaram que eles eram assim desde todos os tempos. 

131. Há demônios, no sentido que se dá a esta palavra? 

Se houvesse demônios, seriam obra de Deus. Mas, porventura, Deus seria justo e bom se tivesse criado seres destinados eternamente ao mal, permanecendo eternamente desgraçados? 

Se há demônios, eles se encontram no mundo inferior em que habitais e em outros semelhantes. Demônios são os homens que fazem de um Deus justo um Deus mau e vingativo e que julgam agradá-lo por meio das coisas repulsivas que praticam. A palavra demônio não implica a ideia de Espírito mau, senão no seu significado moderno, porque a palavra grega daïmon significa gênio, inteligência e se aplicava a todos os seres incorpóreos, bons ou maus, indistintamente. (continua)

Fonte:
O Livro dos Espíritos, questões 107 a 131, Allan Kardec, FEB, 2009

Profa. Maria Lucia

Imagens:

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