Expansão marítima
A Idade Moderna é um período da História Geral do ocidente situado entre a Idade Média e a Idade Contemporânea.
A divisão tradicional que se faz da história em períodos é algo que deve ser relativizado. A base para todos os períodos são os fatos ocorridos em relação ao continente Europeu, o que não leva em consideração a existência de grandiosas e organizadas civilizações em outros lugares do mundo antes do contato com os Europeus. Desta forma, a África e a América, por exemplo, parecem ser continentes inabitados até a chegada dos europeus, o que não representa a verdade. Por isso, hoje, a ideia é dividir a história por eixos temáticos, capazes de englobar a humanidade como um todo.
A Idade Moderna é tradicionalmente reconhecida pelos historiadores como iniciada em 1.453, em decorrência da tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos. Este evento abriria as portas para uma série de ocasiões inovadoras e típicas de um novo tempo, diverso do Medieval.
O fato é que a Idade Moderna representa um período de diversificação dos costumes e das tradições medievais. As relações humanas e as formas de interpretar o mundo se alteram. O novo período oferece novas reflexões e recupera a grandiosa cultura da Antiguidade.
A Idade Moderna é fruto de inovações que começaram a se desenvolver ainda durante a Idade Média. A fase final deste período viu crescer o comércio através das feiras, das Cruzadas e dos Burgos. O renascimento do comércio fez nascer uma nova classe social: a burguesia. Os burgueses seriam os homens que conduziriam as alterações sociais no novo período através do desenvolvimento do nascente capitalismo.
O extraordinário desenvolvimento do comércio a partir do século XV desencadeou a substituição do modo de produção feudal pelo modo de produção capitalista. Destacamos como características do período as Grandes Navegações, o Renascimento, a Reforma e a Contra-Reforma e o Absolutismo.
As Grandes Navegações ampliaram os horizontes comerciais da humanidade. Através delas, novos continentes entraram na rota do comércio, o qual teve seu eixo transferido do mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico.
O Renascimento proporcionou a retomada da cultura greco-romana, que passou a representar um momento de apogeu cultural da humanidade ofuscado pelo período medieval. A retomada da cultura fez o homem alterar seus conceitos de interpretação do mundo, germinando novos questionamentos.
A Reforma Protestante colocou em xeque a soberania religiosa da Igreja Católica, abrindo caminho para novas vias do cristianismo. Foi acompanhada pela Contra-Reforma como tentativa de dinamizar suas ações e garantir seu rebanho de fieis em meio a nova oferta religiosa.
O Absolutismo caracterizou a História Moderna como o período dos grandes reis. Foi o elemento constituinte dos Estados Nacionais Modernos que estabeleceram novos padrões políticos na humanidade com a unificação dos primeiros países. O Absolutismo concedia uma posição de grande importância social e política para os reis, que eram considerados representantes de Deus na Terra.
A Idade Moderna é um período de retomada de valores culturais e grande ampliação dos mesmos. É também a época do nascedouro do capitalismo, o que introduziu significativas mudanças na humanidade. A História Moderna termina com a Revolução Francesa, em 1.789, que inicia a Idade Contemporânea.
O Capitalismo
O Capitalismo é o sistema sócio-econômico em que os meios de produção (terras, fábricas, máquinas, edifícios) e o capital (dinheiro) são propriedade privada, ou seja, têm um dono.
Antes do capitalismo, o sistema predominante era o Feudalismo, cuja riqueza vinha da exploração de terras e também do trabalho dos servos. O progresso e as importantes mudanças na sociedade (novas técnicas agrícolas, urbanização, etc) fizeram com que o Feudalismo se rompesse. Estas mesmas mudanças que contribuíram para a decadência do Feudalismo cooperaram para o surgimento do capitalismo.
Os proprietários dos meios de produção (burgueses, os capitalistas) são a minoria da população e os não-proprietários (proletários ou trabalhadores) são a maioria e vivem dos salários pagos pelos capitalistas em troca de sua força de trabalho.
Características do Capitalismo
- Toda mercadoria é destinada para a venda e não para o uso pessoal
- O trabalhador recebe um salário em troca do seu trabalho
- Toda negociação é feita com dinheiro
- O capitalista pode admitir ou demitir trabalhadores, já que é dono de tudo: do capital e da propriedade
- Capitalismo Comercial ou mercantil: consolidou-se entre os séculos XV e XVIII. É o chamado Mercantilismo. As grandes potências da época (Portugal, Espanha, Holanda, Inglaterra e França) exploravam novas terras e comercializavam escravos, metais preciosos, etc, com a intenção de enriquecer.
A Idade Moderna termina com a Revolução Francesa, em 1.789.
A Revolução Francesa
A Revolução Francesa de 1.789 teve relevante papel nas bases da sociedade de uma época e foi um marco divisório da História dando início à Idade Contemporânea.
Seus ideais influenciaram vários movimentos ao redor do mundo, dentre eles, a nossa Inconfidência Mineira que ocorreu no mesmo ano.
Esse movimento teve a participação de vários grupos sociais: pobres, desempregados, pequenos comerciantes, camponeses (estes, tinham que pagar tributos à nobreza e ao clero).
Em 1789, a população da França era a maior do mundo, e era dividida em três estados: clero (1º estado), nobreza (2º estado) e povo (3º estado).
O clero e a nobreza tinham vários privilégios: não pagavam impostos, recebiam pensões do estado e podiam exercer cargos públicos.
O povo tinha que arcar com todas as despesas do 1º e 2º estado. Com o passar do tempo e influenciados pelos ideais do Iluminismo, o 3º estado começou a se revoltar e a lutar pela igualdade de todos perante a lei. Pretendiam combater, dentre outras coisas, o absolutismo monárquico e os privilégios da nobreza e do clero.
A economia francesa passava por uma crise; mais da metade da população trabalhava no campo, porém, vários fatores ( clima, secas e inundações), pioravam ainda mais a situação da agricultura fazendo com que os preços subissem, e nas cidades e no campo, a população sofria com a fome e a miséria.
Além da agricultura, a indústria têxtil também passava por dificuldades por causa da concorrência com os tecidos ingleses que chegavam do mercado interno francês. Como consequência, vários trabalhadores ficaram desempregados e a sociedade teve o seu número de famintos e marginalizados elevados.
Toda esta situação fazia com que a burguesia (ligada à manufatura e ao comércio) ficasse cada vez mais infeliz. A fim de contornar a crise, o Rei Luís XVI resolveu cobrar tributos ao povo (3º estado), em vez de fazer cobranças ao clero e à nobreza.
Sentindo que seus privilégios estavam ameaçados, o 1º e 2º estado se revoltaram e pressionaram o rei para convocar a Assembleia dos Estados Gerais que ajudaria a obrigar o povo a assumir os tributos.
Em maio de 1789, após a reunião da Assembléia no palácio de Versalhes, surgiu o conflito entre os privilegiados (clero e nobreza) e o povo.
A nobreza e o clero, perceberam que o povo tinha mais deputados que os dois primeiros estados juntos, então, queria de qualquer jeito fazer valer o voto por ordem social. O povo (que levava vantagem) queria que o voto fosse individual.
Para que isso acontecesse, seria necessário uma alteração na constituição, mas a nobreza e o clero não concordavam com tal atitude. Esse impasse fez com que o 3º estado se revoltasse e saísse dos Estados Gerais.
Fora dos Estados Gerais, eles se reuniram e formaram a Assembleia Nacional Constituinte.
O rei Luís XVI tentou reagir, mas o povo permanecia unido, tomando conta das ruas. O slogan dos revolucionários era “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.
Em 14 de julho de 1789 os parisienses invadiram e tomaram a Bastilha (prisão) que representava o poder absoluto do rei, já que era lá que ficavam os inimigos políticos dele. Esse episódio ficou conhecido como "A queda da Bastilha".
O rei já não tinha mais como controlar a fúria popular e tomou algumas precauções para acalmar o povo que invadia, matava e tomava os bens da nobreza: o regime feudal sobre os camponeses foi abolido e os privilégios tributários do clero e da nobreza acabaram.
No dia 26 de agosto de 1789 a Assembleia Nacional Constituinte proclamou A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, cujos principais pontos eram:
- O respeito pela dignidade das pessoas
- Liberdade e igualdade dos cidadãos perante a lei
- Direito à propriedade individual
- Direito de resistência à opressão política
- Liberdade de pensamento e opinião
Em 1791, foi concluída a Constituição elaborada pelos membros da Assembleia Constituinte.
O rei Luís XVI não aceitou a perda do poder e passou a conspirar contra a revolução. Para isso contatava nobres emigrados e monarcas da Áustria e Prússia (que também se sentiam ameaçados). O objetivo dos contra-revolucionários era organizar um exército que invadisse a França e restabelecesse a monarquia absolutista.
Em 1791, Luís XVI quis se unir aos contra-revolucionários e fugiu da França, mas foi reconhecido, capturado, preso e mantido sob vigilância.
Em 1792, o exército austro-prussiano invadiu a França, mas foi derrotado pelas tropas francesas na Batalha de Valmy. Essa vitória deu nova força aos revolucionários franceses e tal fato levou os líderes da burguesia decidir proclamar a República (22 de setembro de 1792).
Com a proclamação, a Assembleia Constituinte foi substituída pela Convenção Nacional que tinha como missão elaborar uma nova constituição para a França.
A nova constituição estabelecia a continuidade do regime republicano que seria controlado pelo Diretório (1795 - 1799). Neste período houve várias tentativas para controlar o descontentamento popular e afirmar o controle político da burguesia sobre o país.
Durante este período, a França voltou a receber ameaças das nações absolutistas vizinhas agravando a situação.
Nessa época, Napoleão Bonaparte ganhou prestígio como militar e com o apoio da burguesia e do exército, provocou um golpe.
Napoleão Bonaparte
Em 10/11/1799, Napoleão dissolveu o diretório e estabeleceu um novo governo chamado Consulado. Esse episódio ficou conhecido como18 Brumário.
Com isso, ele consolidava as conquistas da burguesia pondo fim à revolução.
No poder, ele promove a reorganização do país, abalado por anos de revolução, instituindo reforma fiscal, administrativa, financeira, além de sua mais notável obra, o Código Civil Napoleônico, utilizado até hoje, e que veio unificar as várias leis regionais que existiam no país até então, além de promover a separação entre a Igreja e o Estado.
No ano de 1804, Napoleão é coroado imperador. Com o poder total nas mãos, ele estabeleceu uma nova forma de governo e também novas leis. Ao vencer a Áustria, a Rússia e a Prússia, torna-se senhor de um extenso império, comparável em tamanho somente ao antigo Império Romano, extinto há mais de mil anos. Seu poderio só entra em decadência ao tentar rivalizar com a força marítima da Inglaterra, e de seu maior representante, o almirante Nelson, que na Batalha de Trafalgar (assim como no passado, no Egito) dá início à queda do imperador Napoleão.
Napoleão é mandado para o exílio na ilha de Elba, na Itália, mas no ano seguinte consegue escapar para a França, e com consentimento do povo retoma o poder no chamado Governo dos 100 Dias.
As nações europeias decidem combatê-lo novamente, e depois de quase cem dias, na batalha de Waterloo, na Bélgica, o imperador dos franceses é derrotado definitivamente, sendo mandado ao exílio na ilha atlântica de Santa Helena, onde morreria alguns anos depois. (continua)
Antonio Gasparetto Junior
Emerson Santiago
Fontes:
http://www.infoescola.com/historia/historia-moderna/
http://www.infoescola.com/historia/capitalismo/
http://www.infoescola.com/historia/revolucao-francesa/
http://www.infoescola.com/biografias/napoleao-bonaparte/
Profa. Lúcia Rocha
Imagens:
http://www.alunosonline.com.br/historia/idade-moderna.html
http://www.alunosonline.com.br/upload/conteudo_legenda/0ae27b0cce02609b09154b728d0e9af0.jpg
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