segunda-feira, 13 de julho de 2015

Mulheres Inteligentes, Relações Saudáveis 4

Art Nouveau, Mücha,1899

Tipos de mulheres: mentes belas e complicadas - II

MULHERES HIPERPENSANTES/ANSIOSAS

Mulheres com mente hiperpensante são agitadas, inquietas, hiperpreocupadas. Sua ansiedade é intensa, não sabem relaxar, descansar, cuidar da sua qualidade de vida. São hiperpreocupadas, sofrem por antecipação e não poucas vezes ruminam o passado. São máquinas de atividades, vivem para trabalhar,  não trabalham para viver.

Aspectos positivos. Costumam ser as melhores profissionais do mercado. Portanto, são ótimas para suas empresas, embora sejam péssimas para si mesmas. Se são executivas ou profissionais liberais, são frequentemente proativas tomam iniciativas, são dinâmicas, criativas. Amam provocar a mente dos outros nas reuniões de trabalho, são grandes líderes, embora algumas vezes atropelem seus pares. Detestam o comodismo, são interessadas em aprender e se reciclar. Algumas gostam muito de ler e estudar. Têm elevado nível de comprometimento profissional. Não trabalham apenas por dinheiro, mas pela realização pessoal. 

Aspectos negativos. São escravas da ansiedade. Quando excessivamente hiperpensantes ninguém consegue acompanhá-las. Podem estabelecer elevado padrão de exigência, querer que seus liderados também sejam máquinas de trabalhar. Embora sejam mentes brilhantes frequentemente não suportam pessoas passivas ou conformistas. Detestam a rotina e a mesmice. Depois de dois ou três dias de férias, sua ansiedade não diminui, ao contrário, aumenta tanto que querem voltar ao trabalho, pois só se sentem vivas se tiverem problemas para resolver. Mulheres hiperpensantes têm a Síndrome do Pensamento Acelerado: acordam fatigadas, têm emoção flutuante (num momento estão tranquilas; em outro, irritadiças), são impacientes, têm baixo limiar às frustrações, possuem dores de cabeça, dores musculares, queda de cabelo, taquicardia e outros sintomas psicossomáticos. E um dos sintomas mais comuns é o esquecimento. Esse déficit de memória não é um problema, mas a ação do cérebro diante de um Eu que não desacelera a mente. Ele desliga algumas janelas da memória para que essas mulheres pensem menos e poupem mais energia.

O ideal

O ideal seria associar uma mente autônoma com a analítica, a contemplativa com uma mente proativa e moderadamente hiperpensante. Mas, não existem mulheres perfeitas, muito menos homens perfeitos. Mulheres inteligentes não desistem, se reconstroem; não se desanimam, se encorajam; não se inferiorizam, resgatam sua autoestima.

Para algumas mulheres, as lágrimas são apenas gotas expulsas de olhos intimidados, para outras mais nobres, são pérolas que se apresentam no palco do rosto e desenham um novo traçado em sua história.

Que você olhe no espelho da sua mente. E se olhar, não tenha medo de se enxergar. E, se enxergar, seja autônoma, reconheça seus defeitos. E, se reconhecer, seja analítica, não se puna nem se diminua. Esteja sempre pronta para recomeçar. E se recomeçar, seja contemplativa, faça muito do pouco. Desse modo, você se tornará autora da própria história. 

Para homens inteligentes. 

Homens inteligentes sabem que quem procura apenas o que o dinheiro pode comprar nunca será plenamente rico nem saudável. Embora ocupadíssimos, dão flores, fazem muito do pouco, gastam tempo com as coisas simples e anônimas no teatro social, como beijos, abraços, diminutos diálogos. 

Homens inteligentes sabem que ser pensante é construtivo, mas ser hiperpensante é autodestrutivo, é a melhor forma de produzir desgastes cerebrais. Por isso, aprendem  não apenas a dirigir bem um carro, mas também o veículo de sua mente. Sabem que quem não administrar sua ansiedade não terá saúde física nem psíquica. 

Os erros capitais de uma relação doente – I

A ditadura do ciúme

Muitas mulheres vivem debaixo da ditadura do ciúme, mesmo quando não foram traídas, rejeitadas, excluídas por seus homens. Por que? Por que ao longo do processo de formação da personalidade desenvolveram janelas traumáticas que contraíram a autoestima e geraram insegurança, complexo de inferioridade e a perda da autoconfiança. Cuidado, se você não acreditar em você, ninguém será confiável.

Grandes romances terminaram em grandes fracassos pela ditadura do ciúme. A relação passa da calmaria para a ansiedade, da ansiedade para o desrespeito e do desrespeito para a agressividade. A musicalidade das palavras afetivas passa para a tonalidade áspera dos atritos. 

 Mulheres inteligentes sabem que o amor não é um produto acabado. A frase “ou se ama ou não se ama” é psiquiátrica e psicologicamente superficial. O amor se cultiva, o amor se lapida, o amor se estimula. O amor morre, mesmo sendo real. E ainda renasce, mesmo estando morto. O amor não é genético, não se nasce sabendo amar, você aprende a amar.

Mulheres inteligentes sabem que tentar dominar o comportamento do marido ou namorado é a melhor maneira de matar o amor. Controlar passos produz servos e não pessoas livres. Sem a espontaneidade, gera-se na relação qualquer sentimento, exceto o amor. 

Mulheres inteligentes também devem saber que o ciúme jamais garante a posse do outro, mas garante a perda de si mesmo. Entendem que a insegurança sepulta a autoestima, mas a confiança aflora a beleza. São ousadas em perguntar: “Sou autoconfiante? Gravito na órbita do meu parceiro? Dou liberdade a quem amo para ser o que é? Cobro demais? Mulheres que não fazem um diagnóstico da sua relação correm o sério risco de ter uma relação doente sem o saber. E, infelizmente, não são muitas que adotam essa prática.

Mulheres inteligentes têm ainda a  consciência de que é possível ser um escravo em sociedade livre. Descobrem que o verdadeiro amor floresce não quando duas pessoas se anulam, mas quando dois amantes se complementam. 

Um câncer entre os casais

Quem não tem autocontrole na frente dos outros leva à falência seu romance. Dentre todas as chagas de uma relação, nada é tão grave quanto perder a admiração pelo outro, e nada é mais perturbador do que ofendê-lo diante dos outros. Um casal inteligente e saudável deveria sempre corrigir um ao outro em particular e se elogiar em público e nunca o contrário. Do mesmo modo com os filhos e os alunos, corrija sempre em particular e elogie diante dos outros. Caso contrário, plataformas killer serão construídas no centro da memória, na preciosa MUC, gerando desentendimentos quase irreparáveis. 

Para homens inteligentes

Homens inteligentes sabem lidar com os focos de tensão. Nos atritos, fazem a oração dos sábios, o silêncio proativo: primeiro esperam as labaredas da ansiedade passar para depois opinar. São fortes por fora, mas frágeis por dentro.

Homens inteligentes entendem que as diferenças com uma mulher, se bem trabalhadas, ao invés de destruir a relação, podem temperá-la, mas se mal trabalhadas podem produzir um sabor insuportável.

Os erros capitais de uma relação doente – II

A ditadura do excesso de trabalho e da insensibilidade

O sucesso é mais difícil de ser trabalhado que o fracasso. O risco do sucesso é se tornar uma máquina de trabalhar, uma máquina de atividades. Uma mente brilhante, uma pessoa bem-sucedida como profissional liberal no mundo das empresas, universidades e  política não se enreda nas tramas dessa armadilha.

A ditadura do excesso de trabalho esmaga a sensibilidade e a tolerância. Pequenos atritos, grandes discórdias. Pequenas dificuldades, grandes problemas. Diminutos desentendimentos, grandes distanciamentos. Num casal estressado, tudo começa pequeno e termina gigantesco. Até a temperatura do ar condicionado do carro é motivo para atrito.

A linguagem do amor

Casais que não se conhecem e que desconhecem a biografia dos seus filhos tornam-se um grupo de estranhos vivendo na mesma casa. Mas, uma família que antes era um grupo de estranhos pode descobrir que as flores não surgem nas primaveras, mas no rigor do inverno. Nas primaveras apenas se manifestam. A natureza é sábia. E a natureza psíquica? Também. Dê oportunidade para ela. Não tenha medo dos invernos. É o tempo das flores.

Para homens inteligentes 

Homens inteligentes sabem que ninguém é digno de um grande amor se não usar suas dificuldades para alcançá-lo. Homens inteligentes tornam perdas em ganhos, crises em oportunidades para crescer, lágrimas em brilhantes aprendizados. Têm a coragem de dizer “onde errei e não percebi?”, sensibilidade para falar “eu preciso de você” e maturidade para confessar “eu te amo”.

Homens inteligentes não são autoritários. Não impõem suas ideias, mas as expõem gentilmente, ainda que não sejam aceitas. Jamais  usam um tom agressivo, a força física ou o dinheiro para conquistar uma mulher ou seus filhos, pois sabem que o amor nasce no terreno da espontaneidade e cresce no solo da liberdade. Sua verdadeira força está em sua generosidade. (continua)

(Mulheres inteligentes, relações saudáveis, Augusto Cury, 2011) (Psicologia aplicada para leigos.) 

Imagem:  Alphonse Mücha (1860-1939), tcheco, artista da Art Nouveau (Arte Nova francesa, decorativa,  inspirada em figuras naturais, plantas, flores e curvas).

Profa. Lúcia Rocha

Imagem: http://cfile240.uf.daum.net/image/246B6B3A53340AF04562F0

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