Persistência da Memória, Salvador Dali
Aos rubores da Aurora
o Sol me oferece
o meu dia,
folha em branco
pra eu desenhar minhas vivências.
No escoar das horas,
riscos e rabiscos,
riso, choro, ilusões,
arrependimento, boas ações,
comemoração, cismas,
um mar de emoções.
Linhas tortas
minhas e dos outros,
passo a borracha pra que virem coisas mortas.
Projeto ruas, pontes, passarelas,
ergo muros, abro portas,
deixo a luz do amor entrar pelas janelas.
Meu trabalho tem valor,
meu destino eu que traço,
liberdade e suor,
paciência e persistência,
gosto do que eu faço,
a voz do lamento eu calo
com metas e sucesso
e firmo o pensamento.
Eu invento e reinvento,
me dou uma nova chance de ser feliz,
sou a pá e a mão na massa,
só me omito pra evitar conflito,
gosto de dizer “ainda bem que eu fiz...”
Meu dia, meu Presente, meu hoje,
meu inexorável agora,
momento exato em que penso e existo
pra aprender a lição,
o Futuro será mera consequência,
do Passado trago as boas sementes,
base das novas etapas da minha existência.
Cada Sol, cada manhã,
admirável mundo novo em minhas mãos,
tempo Presente
que eu ganho
e que no entanto
se esvai minuto a minuto
ainda que eu lamente.
Pois somente no Presente,
esse tempo tão fugaz,
é que acontece a caminhada,
é que acontece a vida,
razão e sensibilidade.
(Poesia de Lucia Rocha, 2013)
Nota: O espanhol Salvador Dali (1904-1989) foi um importante pintor do Surrealismo. O trabalho de Dalí chama a atenção pela incrível combinação de imagens bizarras, oníricas com uma excelente qualidade plástica. Dalí foi influenciado pelos mestres do Classicismo. O seu trabalho mais conhecido é A Persistência da Memória, 1931.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Salvador_Dal%C3%AD
Profa. Lúcia Rocha
Imagem: http://voxukraine.org/wp-content/uploads/2015/01/surrealism_salvador_dal_1.jpg
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