quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Crianças de "Atitudes"

Jesus aos 12 anos no templo

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A Federação Espírita Brasileira (FEB) é a casa mater (mãe) do Espiritismo no Brasil. Ela é que divulga tudo o que tem de ser alterado no Espiritismo ou Doutrina Espírita, pois o Espiritismo no Brasil faz parte de uma confederação e ainda existem as organizações estaduais. Mas, desde que o Espiritismo foi divulgado à luz do mundo, em 1857, nada mudou quanto à doutrina.   

Assim, a FEB continua publicando em seu site estudos sobre O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec. Isso significa que não há outro livro espírita que suplante os esclarecimentos de filosofia (metafísica e moral) que ele contém. Nessa obra estão as revelações, as verdades sobre os seres e os mundos (metafísica), bem como as leis morais que o plano espiritual superior disponibiliza para nós. Se houvesse, atualmente, alguma nova obra que derrubasse, em parte ou no todo, os ensinamentos contidos em O Livro dos Espíritos, a Federação teria divulgado pelo seu site, que consulto sempre. 

O Livro dos Espíritos, publicado em Paris, em 1857, em nenhuma parte diz que nasceriam na Terra, um dia, espíritos “tão elevados” que desde a infância, nos seus 6 ou 7 anos, assumiriam “atitudes” independentes. 

Os estágios do desenvolvimento da inteligência humana ainda são os mesmos que o biólogo suíço Jean Piaget descobriu, no século XX, por uma pesquisa que fez com seus próprios filhos, desde o nascimento destes: estágio sensório-motor (0 aos 2 anos); estágio da inteligência pré-operatória (2 aos 7 anos); estágio das operações concretas (7 aos 11 anos); estágio das operações abstratas (dos 11 em diante, adolescência). Esse biólogo é estudado pela Psicologia e Pedagogia, virou psicólogo. 

Na Terra, a infância termina por volta dos 11 anos e a adolescência aos 18, como dizem a Psicologia e a Pedagogia. A lei brasileira também diz que aos 18 anos completos o cidadão atinge a maioridade, torna-se responsável pelos seus atos, teoricamente é adulto. 

Se nem O Livro dos Espíritos, nem a Psicologia, nem a lei civil alteraram o conceito de infância e de adolescência, então nada mudou a esse respeito.  

Assim, a criança e o adolescente continuam necessitados da orientação e educação dos pais até os 18 anos completos, prova de que, antes dessa idade, eles não têm condição de assumir “atitudes” próprias nem de se assumirem como seres humanos responsáveis. 

A Constituição Federal de 1988, em vigor, diz: 

“Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” 

Portanto, os pais não podem ter medo da criança que assume “atitudes” próprias, nem endeusá-la. Ao contrário, devem educá-la com amor, tirando-lhe as ervas daninhas assim que nascem para que não criem raízes difíceis de serem extirpadas. Educar com amor é dar castigos, mas só se a criança fizer algo muito grave.  Por exemplo, uma criança pequena (que não sabe entender diálogos) pode ficar sentada num canto por um momento, de castigo, para que registre no seu subconsciente que, a cada erro grave que ela comete, ela recebe um corretivo. Com a criança mais velha, é proibi-la de usar o videogame, o computador, o celular, etc., por um tempo; são castigos com amor, mas só se for erro grave.  

Isso porque o adulto pode deixar passar muitos erros da criança e do adolescente, pois eles erram o tempo todo. Eles têm o direito de errar, inclusive as lições da escola, tantas vezes quantas forem necessárias até que o seu aprendizado se concretize, afinal são aprendizes. Isso é educar com amor.

Estamos no século XXI, a criança não pode ser tratada como um adulto em miniatura, coisa que ocorreu até o final do século XIX quando ainda não existiam a Psicologia nem a Pedagogia, ciências que estudam a educação da criança e do adolescente. Os pais devem ser orientadores dos seus filhos menores de idade e não promotores de terrorismo doméstico, coisa que a lei brasileira pune com rigor.   

Criança com “atitudes” necessita de muita paciência dos pais para educá-la, pois ela não pode ser abandonada, inclusive sua inteligência (que funciona sobre um cérebro ainda mal desenvolvido) está longe de ter condições de fazer julgamentos sobre o mundo em que vivemos, de fazer opções entre o bem e o mal.   

Neste mundo, houve apenas uma criança extremamente precoce que, aos 12 anos, agia como adulto: Jesus. Nessa época, ele discutia religião no templo com os doutores da lei (lei religiosa), causando admiração a todos pela sua sabedoria. Mas, ele não foi uma encarnação humana, não teve corpo físico. Ele teve um corpo fluídico (materialização tangível: períspirito mais condensado que dava a ilusão de corpo carnal) como está explicado em “Os Quatro Evangelhos” de Jean Baptiste Roustaing, publicado ao tempo de Allan Kardec, que escreveu o prefácio dessa obra.        

O Livro dos Espíritos explica que os espíritos adiantados que nascem na Terra são crianças inteligentes, sim, mas antes de tudo dóceis, o que significa serem obedientes, de boa vontade, aos orientadores. Isso é diferente de crianças com “atitudes”.          

Meu blog Intermezzo está publicando (já na sétima postagem) um estudo resumido de O Livro dos Espíritos com o português facilitado. Os últimos capítulos publicados explicam a escala de evolução dos espíritos. Ou então podem ler no original, no próprio Livro dos Espíritos.  

Fonte: http://www.fumec.br/cerai/docs/constituicao_federal_de_1988.pdf

Profª Maria Lucia


Imagem: http://sombradoonipotente.blogspot.com.br/2013/10/jesus-e-os-doutores-no-templo.html

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