segunda-feira, 3 de agosto de 2015

O Ser e o Ter - 2

Madona Cowper, Raphael

FILOSOFIA – OS VALORES DO “SER” E DO “TER” II
(Para sua reflexão)

O corpo físico

Como ensinam as obras de André Luiz, na série romanceada que começa com a obra Nosso Lar, o espírito reencarnante recebe um veículo carnal  por empréstimo para manifestar-se neste mundo, cumprir a sua missão. O corpo físico é, pois,   o primeiro bem material que o espírito recebe ao nascer e que um dia voltará ao pó. Mas, somente a Divina Providência pode determinar o término da vida terrena de um espírito reencarnado. O corpo físico é o nosso maior valor do “ter” em cada existência, por isso devemos respeitá-lo e cuidar dele com responsabilidade. Esse é o nosso maior compromisso do “ser”. 

André Luiz explica também que, por não cuidarmos adequadamente do corpo físico ou por agredi-lo com maus hábitos e vícios, nós cometemos um tipo de suicídio inconsciente. Além disso, adquirimos uma ou mais doenças crônicas que nos fazem sofrer se não nesta, com certeza em outras existências. Uma doença crônica fica plasmada no períspirito (corpo espiritual) por muitas vidas. Por exemplo, se na Terra uma pessoa fica gravemente doente do fígado por vícios ou maus hábitos, a região do fígado fica destruída no seu períspirito. E assim também  com outros órgãos vitais como o cérebro, os pulmões, os rins, etc. Muitas vezes são necessárias diversas reencarnações até o espírito aprender a valorizar o corpo físico e assim merecer ter de volta o períspirito totalmente reconstruído, que vai servir de matriz para um futuro corpo perfeito.  

Portanto,  muitas doenças crônicas desta existência podem ser a continuação de doenças provocadas em vidas anteriores. O períspirito é a matriz a partir da qual o corpo de uma reencarnação futura é projetado em desenho por engenheiros siderais antes do nascimento. Antes de reencarnar, a pessoa é chamada para ver o desenho do corpo que vai merecer ou vai ter por acréscimo da misericórdia divina, inclusive com as doenças crônicas, os defeitos físicos e outras ocorrências, tudo com as datas previamente marcadas. Não existe acaso. Cada uma dessas ocorrências significa o pagamento de uma parcela da dívida moral que o espírito reencarnante adquiriu com o Plano Superior e assim ele aprende a valorizar o corpo físico caminhando na evolução.          

O espírito encarnado precisa do corpo bem cuidado para viver e fazer o esforço de aprimoramento espiritual. Estando com saúde fica mais fácil trabalhar, estudar e compreender  as  questões da moral cristã que estão no Evangelho para a evolução humana.

Um espírito reencarnado em primeiro lugar é carne humana, vestimenta frágil e provisória. Sem o corpo físico não há vida na Terra, por isso o suicídio consciente (planejado) e o suicídio inconsciente (destruição do corpo aos poucos sem consciência disso) são os maiores crimes do espírito reencarnado. O suicida consciente tira a própria vida por revolta, ódio, num ato impulsivo, impensado  ou premeditado.  O suicida inconsciente, como o nome diz, não tem consciência de que está se matando, acabando com a própria vida aos poucos pelos excessos ou descuido da saúde. Ambos os casos serão julgados pela Divina Providência com a aplicação de severos corretivos para as existências posteriores. Só Deus, através dos seus mentores espirituais, tem o direito de tirar a vida do homem.  

No estágio atual da evolução dos homens na Terra, o número de suicídios inconscientes é imenso por causa dos inúmeros vícios e maus hábitos da modernidade que destroem progressivamente o corpo físico. Alguns exemplos: entregar-se às drogas ou à prática de esportes radicais ou ao sexo desregrado,  seguir dietas radicais (alimentar-se mal), dormir pouco, trabalhar excessivamente e outros.

Cuidar bem do corpo físico, o maior valor do “ter”, é o primeiro compromisso moral do espírito reencarnado com “o ser”.  A paz do espírito nasce dos deveres retamente cumpridos. A paz de Deus é que mantém em equilíbrio a harmonia do Universo. 

Nota: Texto baseado nas obras do Espírito André Luiz da série Nosso Lar, psicografia de Francisco Cândido Xavier, Editora da Federação Espírita Brasileira, século XX. 

Imagem: Madona Cowper, 1505. Óleo sobre tela de Raphael  que mede 59,5 cm x 44 cm. Está exposta na National Gallery of Art, em Washington.  A perspectiva da obra está expressa no cenário  que nos dá uma ideia de profundidade. O artista utilizou cores quentes (o vermelho e o amarelo da roupa da madona) para destacar as figuras colocadas no centro. Os rostos têm uma expressão serena. Raphael foi um dos maiores  pintores italianos do Renascimento, formando uma trilogia de grandes mestres com Leonardo da Vinci (que o antecedeu) e Michelângelo Buonarroti (seu contemporâneo).  

Profa. Lucia Rocha

Imagem: http://c10.quickcachr.fotos.sapo.pt/i/Bc0061bc8/8684738_p2fsz.png

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