segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Mulheres Inteligentes, Relações Saudáveis - 9

Art Nouveau, Mücha, 1899

Mulheres inteligentes, autoestima elevada

Os homens cometeram atrocidades contra as mulheres

Em quase toda a história da humanidade os homens cometeram atrocidades contra as mulheres. Elas foram caladas, tolhidas, pressionadas, dominadas. Queimadas pelas chamas e pelo preconceito machista, foram apedrejadas e sangraram diante das plateias, foram consideradas heréticas, prostitutas, bruxas, indignas de se expressar.

Em muitas épocas as mulheres foram consideradas o sexo frágil, objeto sexual, símbolo do prazer, mentes destituídas de uma intelectualidade complexa. Os homens, superficiais na compreensão do psiquismo humano, não entenderam ou não quiseram entender que as mulheres sempre foram seres humanos completos e, em muitas áreas complexas da inteligência, melhores do que eles.

Por todos esses erros gravíssimos, os homens têm uma dívida impagável com as mulheres, tanto as crianças e as jovens quanto as adultas. E nestes tempos modernos, quando parecia que os homens saldariam suas dívidas históricas com elas , eles só fizeram aumentá-las. As mulheres não recebem pedras físicas, mas pedras emocionais, elas sangram por dentro. Eles têm promovido contra elas o maior fenômeno de exclusão em massa da história, porém o fazem de maneira sutil, subliminar, sem que elas percebam a culpa deles. 

No século XX, os homens lhes deram liberdade para votar, estudar e trabalhar. Por terem um pensamento abstrato mais aguçado que o dos homens e um raciocínio multifocal mais penetrante, capaz de enxergar por múltiplos ângulos um mesmo problema, tiveram em média um desempenho intelectual melhor. 

Elas brilharam no palco da sala de aula e no teatro das empresas. Mas devido ao preconceito dos homens elas têm de trabalhar muito mais para provar sua eficiência. E infelizmente seus salários nem sempre são iguais aos dos homens quando ocupam as mesmas funções. 

Um sequestro emocional

Está em curso um tipo de exclusão não menos violento que o propalado pelo nazismo, embora muito mais sutil, que tem varrido como um tsunami a autoimagem e a autoestima das mulheres, debelando sua saúde psíquica, incluindo as crianças e as adolescentes. 

Hitler propagandeava o padrão estético superior da raça ariana: loiros, olhos azuis, altos, fortes, bem torneados. Do mesmo modo, o sistema social atual difunde o padrão superior de beleza, que representa a exceção genética, e que portanto só pertence a um pequeníssimo grupo de mulheres: curvas bem definidas e arredondadas, quadris arqueados, rosto e lábios bem torneados, cabelos lisos, corpos esquálidos e magérrimos e até desnutridos pelos padrões da medicina.

O autor não é contra as modelos, pois são também mulheres notáveis e passam por altos níveis de estresse. As modelos são mais sujeitas a depressão, anorexia e bulimia do que a média das mulheres, pois vivem debaixo da ditadura das cobranças. O autor é contra á exposição maciça da imagem delas, que bombardeia o inconsciente coletivo das mulheres e gera uma plataforma de janelas killer que, por sua vez, estabelece um padrão tirânico de beleza altamente exclusivista. É o maior fenômeno de exclusão em massa da história.

Neste exato momento há milhares de mulheres infligindo  punições a si mesmas e não poucas pensando em suicídio porque rejeitam seu corpo. Hitler não foi tão eficiente na exaltação da superioridade racial.

Mulheres inteligentes assombram positivamente seus homens

Mulheres inteligentes conhecem minimamente o funcionamento da mente e usam o fenômeno RAM (Registro Automático da Memória) a seu favor. Elas praticam as leis fundamentais das relações saudáveis para colocar combustível em sua autoimagem e sua autoestima e abalar seus parceiros. Sabem que jamais deveriam se intimidar diante deles. Ao contrário, libertam-se do padrão tirânico de beleza e se promovem solenemente.

Mulheres, jamais permitam diminuir-se, inferiorizar-se ou desprezar-se. Se não conseguirem se promover, é melhor silenciar. A sabedoria do silêncio traz mais frutos do que o som das velhas reclamações.  

Sem as mulheres, as manhãs emocionais dos homens não teriam orvalho, suas primaveras intelectuais não teriam flores, seus oceanos sociais não teriam ondas. Sem elas o céu da humanidade não teria estrelas. (FIM) 

Fonte: 
Mulheres inteligentes, relações saudáveis, Augusto Cury, 2011, 169 p. (Psicologia aplicada para leigos. Extrato do capítulo final nas palavras do autor.) 

Nota: Alphonse Mücha , artista tcheco da Art Nouveau  (“Arte Nova”  francesa, decorativa, inspirada em figuras naturais, plantas, flores e curvas. Século XIX.)

Profa. Lúcia Rocha

Imagem: http://uploads4.wikiart.org/images/alphonse-mucha/fruit-1897.jpg

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