segunda-feira, 17 de agosto de 2015

A Natureza do Corpo de Jesus

Jesus, Vicente Caruso

Uma dúvida que pode surgir em nossa mente. Qual era a natureza do corpo de Jesus?  Jesus teria sido um ser humano de corpo físico como o nosso?

A Doutrina Espírita não estudou essa questão. A resposta a esta questão está na obra “Os Quatro Evangelhos ou  Revelação da Revelação” do advogado francês Jean Baptiste Roustaing (lê-se Rustâ) . Este recebeu dos espíritos superiores a incumbência de organizar e publicar tal obra que foi psicografada por Madame Emilie Collignon (lê-se Colinhon) e publicada  em Paris, em 1866. 

Roustaing foi contemporêneo de Allan Kardec a quem submeteu a obra para apreciação antes de publicá-la, inclusive convidando Kardec para fazer o Prefácio, o que foi feito. Kardec não só a considerou muito extensa quanto colocou em dúvida o seu conteúdo deixando ao tempo a confirmação ou não

A primeira revelação que a obra de Roustaing  faz é sobre a natureza do corpo de Jesus. Assim, ela diz que Jesus foi uma materialização tangível, um corpo fluídico adaptado, um agênere.  Jesus esteve neste mundo por pouco tempo, do nascimento até os 12 anos, quando “sumiu” de casa, tendo voltado aos 33 anos para completar em alguns meses sua missão. 

A obra explica, por exemplo,  que Jesus, ao  fazer as refeições com a família ou com os discípulos, sua comida se desmaterializava ao se aproximar da sua boca. E assim outros fenômenos dando uma visão ilusória às pessoas que conviviam com ele, a fim de não chocá-las com a revelação da  verdadeira natureza do seu corpo físico. Sua mãe Maria teve uma gravidez e um parto ilusórios. Uma prova de que o corpo de Jesus era fluídico foi que ele desapareceu da tumba após sua morte. 

 Entre outros estudos abordados pela referida obra, está a questão dos mundos ad-hoc (anexos) ao planeta Terra onde os encarnados são homens no início do desenvolvimento do espírito e do corpo físico. Estes homens  parecem ovoides com braços e pernas mal desenvolvidos o que lhes possibilita apenas o rastejar pelo solo em  busca da sobrevivência.

A obra de Roustaing não pertence à Doutrina Espírita, mas é uma obra complementar ao Espiritismo, pois contém revelações do plano espiritual importantes, ou Bezerra de Menezes não a teria estudado e divulgado na sua vida terrena. Inclusive, o espírito de Bezerra de Menezes mais tarde manifestou-se favoravelmente a ela em orientação à Casa de Recuperação e Benefícios Bezerra de Menezes, no Rio de Janeiro, no século XX. Eu estava lá.  

História

Uma coleção de Os Quatro Evangelhos de Roustaing chegou no Brasil em 1866 pelas mãos de Olímpio Teles de Menezes, o fundador do primeiro centro espírita brasileiro, em Salvador, Bahia, em 1865. Essa obra  foi estudada  no original em francês por muitos anos. Mais tarde, foi traduzida por Guillon Ribeiro e editada  pela  Federação Espírita Brasileira, que assim aceitava a obra.

Naquele tempo. Atualmente, a Federação está dividida entre os que aceitam e os que não aceitam Roustaing. Mas como o estudo de  Roustaing é causa pétrea (imutável) do estatuto da casa, a questão está em andamento na justiça. Os que não aceitam Roustaing alegam que a obra foi psicografada por uma única médium e não por diversos médiuns como foram as obras de Allan Kardec, o que contraria a recomendação deste sobre a  universalidade dos ensinos dos espíritos comunicantes.

Adolpho Bezerra de Menezes 

Um fato importante. Adolpho Bezerra de Menezes (também conhecido como Dr.Bezerra), quando esteve encarnado, foi presidente da Federação Espírita Brasileira, no Rio de Janeiro, por diversas vezes, no final do século XIX e começo do XX. Nesse tempo, ele fazia palestras públicas com explicações dos Evangelhos de Roustaing  em palavras simples que era para o povo todo entender, desde o intelectual até a lavadeira. Era o que ele recomendava aos companheiros da casa espírita. Isso está explicado na obra “Lindos casos de Bezerra de Menezes”, de Ramiro Gama, que faz uma breve explicação sobre os Quatro Evangelhos de Roustaing.

De nossa parte, dizemos que Bezerra de Menezes, como presidente da FEB por diversas vezes,  certamente era orientado pelos espíritos superiores quanto à necessidade da divulgação da obra de  Roustaing. Ou Bezerra a teria rejeitado. É o que está também em “Lindos casos de Bezerra de Menezes”.

Quem não ler o livro “Lindos casos de Bezerra de Menezes”, não ficará sabendo que o próprio Bezerra aprovava  a obra de Roustaing e a divulgava em vida.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Quatro_Evangelhos_ou_Revela%C3%A7%C3%A3o_da_Revela%C3%A7%C3%A3o

Imagem: “Jesus”, óleo sobre tela do pintor brasileiro retratista Vicente Caruso, meados do século XX. O retrato original é um pouco mais largo e mais longo que a imagem da internet, é um busto. Eu o conheço desde meados dos anos de 1950, minha adolescência, quando meu saudoso pai Olavo me falava do pintor. Atualmente, este retrato é um pôster das Edições Paulinas, com sede em Campinas, SP.  

Profa. Lúcia Rocha

Imagens:

http://www.adorazioneeucaristica.it/preghieregesu10.jpg

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