segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Nossos corpos

Espírito André Luiz

Introdução

“O Livro dos Espíritos”, publicado por Allan Kardec em Paris, em meados do século XIX, estudou apenas três partes do ser humano encarnado: a alma ou espírito, o corpo físico e o períspirito. Portanto, essa obra estudou apenas dois corpos do homem encarnado, pois não estudou o duplo etéreo.  Mas, no Brasil, a partir dos anos de 1930,  o duplo etéreo  foi analisado detalhadamente  pelo espírito André Luiz, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, a partir da obra “Nosso Lar”.

Assim, atualmente  temos, nas obras de André Luiz, o estudo das quatro partes do homem encarnado: o espírito ou alma, o perispírito, o duplo etéreo e o corpo físico. Dessa forma, o ser humano encarnado é constituído de um espírito e três corpos.   

O Espírito encarnado ou  alma

Pergunta 141  de “O Livro dos Espíritos”: “ Há qualquer coisa de certo na opinião dos que pensam que a alma é externa e envolve o corpo?

 “A alma não está encerrada no corpo como o pássaro numa gaiola. Ela irradia e se manifesta no exterior como a luz através de um globo de vidro ou como o som em redor de um centro sonoro. É por isso que se pode dizer que ela é externa, mas não como um envoltório do corpo. A alma tem dois envoltórios: um, sutil e leve, o primeiro, que chamas perispírito; o outro, grosseiro, material e pesado, que é o corpo. “(“O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec).

O Perispírito 

“O fluido universal (ou fluido cósmico universal) é o fluido primitivo ou elementar, sendo o agente de que o espírito se utiliza; sem esse fluido, a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá.” (O Livro dos Espíritos, pergunta 27)

O períspirito  é tirado do fluido cósmico universal de cada globo, razão por que não é idêntico em todos os mundos. O períspirito é a quintessência do fluido cósmico universal, uma substância assaz vaporosa que serve de envoltório para o espírito. Passando de um mundo a outro mundo, o espírito muda de envoltório como mudamos de roupa. Foram os espíritos superiores encarregados da revelação do Espiritismo que trouxeram para nós a palavra “períspirito”, registrando-a primeiramente em “O Livro dos Espíritos”, em 1857. 

Na obra “Nosso Lar”, André Luiz usou as palavras “períspirito” e “corpo espiritual”. No livro “Nos domínios da Mediunidade”, André Luiz  usou mais dois sinônimos para períspirito: “corpo astral” e “psicossoma” (“soma”, do grego “corpo”). 

No início da nossa era, o apóstolo Paulo já havia registrado em suas epístolas (Novo Testamento) a expressão “corpo espiritual” através do qual ele subia conscientemente ao céu para contemplar as belezas da criação divina e depois voltava para a Terra. Esse fenômeno é chamado  “desdobramento”: o espírito com seu perispírito se desprende por um curto período do corpo denso, mas a este permanece ligado pelo cordão fluídico prateado que se localiza na base da coluna no períspirito. O cordão prateado se rompe apenas por ocasião do desencarne. 

Em “O Livro dos Espíritos”, temos duas perguntas:

“150. A alma após a morte conserva a sua individualidade? “Sim; jamais a perde. Que seria ela, se não a conservasse?”

a) – Como comprova a alma a sua individualidade, uma vez que não tem mais corpo material?

“Continua a ter  um fluido que lhe é próprio, haurido na atmosfera do seu planeta e que guarda a aparência de sua última encarnação: seu perispírito.” (Nota: esse fluido é tirado do fluido cósmico universal). 

“186. Haverá mundos onde o Espírito deixando de revestir corpos materiais, só tenha por envoltório o perispírito?

“Há e mesmo esse envoltório  se torna tão etéreo que para vós é como se não existisse. Esse o estado dos Espíritos puros.”

Portanto, o espírito conserva eternamente o seu períspirito mesmo tornando-se espírito puro. 

 Os centros de força ou chacras estão localizados no períspirito. A palavra “chacra” vem do sânscrito e significa “roda de luz”. Como André Luiz nos ensina, em “’Nosso Lar” e obras seguintes, os chacras são centros de força, fulcros energéticos ou vórtices de luz (todos esses sinônimos) que ficam localizados ao longo da coluna vertebral no períspirito. 

Eles vibram incessantemente  em movimento giratório,  cada um tem uma cor do arco-iris; cada cor luminosa emite uma vibração. São 7 chacras de cima para baixo: chacra coronário (no alto da cabeça), chacra frontal (no centro da testa), chacra laríngeo (na garganta), chacra cardíaco (no coração), chacra solar (no estômago), chacra sacro (mais abaixo) e chacra genésico ou básico (na região genital). Os chacras são interdependentes, vibram em alinhamento. 

Quando uma pessoa fica gravemente doente seus chacras se desalinham. Os remédios da Terra tratam apenas do corpo físico, por isso, para realinhar os chacras, é preciso fazer um tratamento com passes de cura num centro espírita. O períspirito só está equilibrado quando os seus chacras estão alinhados. 

Enquanto não for feito o realinhamento dos chacras, uma pessoa doente sara da doença no corpo, mas continua sentindo desconfortos  físicos e mentais. O períspirito tem de estar sempre equilibrado  para que os órgãos do corpo físico  funcionem equilibradamente.   

Fontes: “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec;  “Nosso Lar”, André Luiz, Francisco Cândido Xavier.

O Corpo Físico

O corpo físico é entregue ao espírito reencarnante desde as primeiras horas da concepção no útero materno. Ele segue as leis da genética humana, mas os corpos dos espíritos mais evoluídos não seguem estritamente essa genética, que é manipulada pelos espíritos superiores antes da concepção. Por exemplo, se o espírito reencarnante não merece ter uma doença hereditária,  essa alteração é feita a seu favor antes da concepção. (André Luiz, “Nosso Lar”)

O cuidado com o corpo físico da criança e do adolescente é da responsabilidade dos pais ou de quem os cria. Na vida adulta (com a maioridade aos 18 anos), o espírito encarnado passa a ser o responsável pelos cuidados com o próprio corpo a fim de alimentá-lo (comida e sono),  higienizá-lo, não cometer excessos físicos nem mentais nem sexuais,  tratar das doenças, tudo para ter um corpo saudável para bem cumprir a missão. Quem cuida do corpo com primor vai desencarnar somente na hora certa, tornando-se por isso um “completista”, o que é raro em nossos dias em que a maioria comete suicídio inconsciente. O contrário do completista é o suicida consciente (o que se mata num  ato premeditado ou impensado)  e o suicida inconsciente (o que morre antes da hora por excessos ou falta de autocuidados). (André Luiz, em “Nosso Lar”).

O Duplo Etéreo  

O duplo etéreo não foi estudado pelo “Livro dos Espíritos”. Foi André Luiz que nos trouxe esse estudo a partir da obra “Nosso Lar”. O duplo etéreo (ou “duplo etérico” ou  “corpo vital” são os três nomes que  André Luiz usa em “Nosso Lar”)  é um corpo fluídico mais grosseiro que o perispírito e tem formato ovoide, amorfo; ele envolve o corpo físico.  O espírito reencarnante o recebe juntamente com o corpo físico.

Ele não tem vida própria, tanto que se desintegra em até 14 dias da morte do corpo físico.  Ele é o intermediário entre o corpo físico e o perispírito. Ele concentra energias vitais absorvidas do ambiente bem como de emanações da alimentação humana. O espírito encarnado precisa das energias do duplo etéreo para ter energia vital e assim atuar neste mundo físico. 

Cada pessoa tem maior ou menor concentração da energia vital proveniente do seu duplo etéreo. Com a idade, essa energia  vital vai diminuindo. Quando essa energia se esgota,  dá-se a morte natural do corpo físico, mesmo sem doenças. Por isso, nós temos de nos alimentar bem (em quantidade e número suficiente de refeições diárias) bem como dormir bem, a fim de não esgotar precocemente a  energia vital do duplo etéreo. Quem se alimenta mal, dorme pouco,  faz excessos físicos (inclusive sexuais), tem maus hábitos, vai desgastando precocemente o duplo etéreo, morre antes da hora, é considerado suicida inconsciente; após o desencarne, fica um determinado tempo vivendo no Umbral até reequilibrar o perispírito. (André Luiz, “Nosso Lar”).  

Segundo André Luiz , “existe uma relação muito estreita do duplo etérico e o corpo físico; uma deficiência energética de um repercute no outro com nítida queda de vitalidade.” (“Evolução em Dois Mundos”, André Luiz, Francisco Cândido Xavier, FEB)

“Fácil entender que todo desregramento de natureza física ou moral faz-se refletir, de imediato, por reações mentais consequentes, sobre as províncias celulares, determinando situações favoráveis ou desfavoráveis ao equilíbrio orgânico.  

O pensamento é a força que, devidamente orientada, no sentido de garantir o nível das entidades celulares no reino fisiológico, lhes facilita a migração ou lhes acelera a mobilidade para certos efeitos de preservação ou defensiva, seja na improvisação de elementos combativos e imunológicos ou na impugnação aos processos patogênicos, com a intervenção da consciência profunda.” (André Luiz, “Mecanismos da Mediunidade”, Francisco Cândido Xavier, FEB, p. 139)

Conclusão

“Quando o ato é de iniciativa do Espírito, pode-se dizer que o Espírito quer, o períspirito transmite e o corpo executa.” (Obras Póstumas, Allan Kardec, p.45)

Para viver na Terra, um mundo físico, o espírito encarnado precisa de três corpos: o períspirito, o duplo etéreo e o corpo físico.  André Luiz estudou esses três corpos humanos. 

“Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.” Paulo (I Coríntios, 6:20)

Fontes: 

“O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec, FEB 

“Nosso Lar”; “Evolução em dois mundos” e “Mecanismos da Mediunidade”,  por 

André Luiz, Francisco Cândido Xavier, FEB. 

www.espiritoimortal.com.br/espirito_imortal/mecanismos-da-mediunidade.pdf

http://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2013/05/Roteiro-14-Perispirito.pdf

Profa. Lúcia Rocha

Imagem:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Andr%C3%A9_Luiz_(esp%C3%ADrito)

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