segunda-feira, 8 de junho de 2015

Proteja sua Emoção 1


“Emoção saudável" 

Embora a emoção deva ser administrada, é impossível dominá-la completamente. Ela pode gerar a mais rica liberdade ou a mais drástica prisão: o cárcere da emoção. Muitos vivem nesse cárcere.

É impossível alguém ser rigidamente equilibrado. A emoção se transforma num processo contínuo. A alegria se alterna com a ansiedade, que se alterna com a tranquilidade, que se alterna com a apreensão.

Todavia, flutuações bruscas revelam uma emoção doentia. Quem está tranquilo num momento e explosivo em outro não tem uma emoção saudável.A emoção é mais difícil de ser governada do que os pensamentos. Ela é ilógica. E por isso é tão bela.

Uma mãe nunca desiste de um filho por mais que ele a decepcione. Um professor pode investir num aluno rebelde e relapso e sonhar que um dia ele vai brilhar.

Por ser ilógica, a emoção traz ganhos enormes, mas também grandes problemas. Uma ofensa pode estragar uma semana. Uma crítica pode gerar noites de insônia. Uma perda pode destruir uma vida. Um fracasso pode gerar um trauma gigante. 

Quem quer viver dias felizes e ter uma mente saudável deve aprender a gerenciar a emoção para ser calmo, tranquilo, cobrar menos, doar-se mais. Não é à toa que há muitos milionários que são miseráveis e muitos paupérrimos que são ricos em se encantar com a vida. Não é sem razão também que há muitos intelectuais com baixo limiar (capacidade) para suportar frustrações, contrariedades, perdas, crises. (p.14-15)

Relacionamentos: uma fontes de atritos

Relacionamentos cheios de atritos podem se converter numa das mais poderosas e destrutivas drogas. Depois de instaladas a crítica compulsiva e a necessidade ansiosa de mudar o outro, ocorre sério risco de falência emocional e relacional.

Você tem vivido essa falência?

Não são poucos aqueles que dão as costas para a tranquilidade por mais uma dose de atrito. São especialistas em brigar, discutir, punir, apontar falhas. São escravos produzindo escravos.

Muitos casais têm uma emoção doentiamente flutuante. Num momento, são serenos, noutro são intensamente ansiosos. Num período são lúcidos, inteligentes, coerentes; noutro, são completamente ilógicos e irracionais. Embora haja alternância em cada ser humano. Uma alternância intensa e paradoxal é reflexo da dimensão dos conflitos intrapsíquicos e da falta de proteção e de gerenciamento da emoção.

 Uma emoção saudável tem estabilidade e previsibilidade, tem mais períodos prolongados de prazer e tranquilidade do que de tristeza e ansiedade. (p.16-17)



O amor inteligente protege a emoção 

Nada tira tanto o ser humano do controle como a paixão. E nada irriga tanto a saúde emocional como aprender a amar com amor inteligente.

A paixão controla, o amor inteligente liberta. A paixão arde em ciúmes, o amor inteligente promove quem ama. A paixão nutre a ansiedade, o amor inteligente nutre a saúde psíquica, amplia os horizontes intelectuais, liberta o imaginário, promove a arte de se interiorizar, refina a capacidade de observar.

(...)

Os que são destituídos de amor inteligente perdoam pouco, mas julgam muito; são frágeis para abraçar, mas fortes para excluir; são lentos em se doar, mas velozes em dar as costas. São, portanto, ótimos para conviver com máquinas, mas péssimos para se relacionar com seres humanos. 

(...)

Quem não protege a emoção da paixão doentia, que anula a liberdade e cobra excessivamente, não prepara seu Eu para ser gestor de sua mente. E isso o leva a ter medo de assumir sua insensatez e de reconhecer suas dificuldades. Assim, nega que está doente, nega sua fragilidade, nega que é um ser humano. Pune-se quando erra, pois tem a necessidade neurótica de estar sempre certo. Os títulos acadêmicos podem estar afixados na parede, mas faltam-lhe títulos da maturidade no fascinante território da emoção. (p.17-19)

Lições para a vida

O modelo educacional das sociedades modernas está falido, pois desconhece essa ferramenta fundamental da qualidade de vida. Os jovens são ensinados durante anos a resolver problemas de matemática, mas não a matemática da emoção onde dividir é aumentar, perder pode ser ganhar.

São ensinados a enfrentar as provas escolares, mas não as provas existenciais: frustrações, rejeições, angústias, dificuldades. São ensinados a conhecer as peculiaridades dos átomos, mas não seu Eu como gestor psíquico. Conhecem o mundo em que estão, mas pouquíssimo o mundo que são.

Deveríamos ter aprendido desde a infância que devemos e podemos administrar a emoção e filtrar estímulos estressantes para contemplar o belo, libertar a criatividade, fomentar a generosidade, debelar o medo, dissipar a insegurança, controlar o instinto de agressividade. Muitos  são marionetes do seu mau humor e estresse.

Administrar a emoção é nosso direito – direito de ter uma mente livre, feliz,  saudável, de navegar com segurança nas turbulentas águas das relações sociais.

Você exerce esse direito?

Muitos procuram o direito de se expressar, de ganhar dinheiro, de ter status social, o que é bom, mas não procuram o direito de ser gestores da própria mente, o que é excelente. Procuram o trivial, mas erram no essencial! E você?(p. 23-24) (continua)

(Proteja sua emoção. Aprenda a ter a mente livre e saudável), 61 p, 2014, Coleção Augusto Cury, psicanalista) . Obs. Livro de bolso para leigos.

Profa. Lúcia Rocha

Imagem: http://25.media.tumblr.com/tumblr_m3jfhlMRbH1qjevn5o4_1280.jpg

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