segunda-feira, 9 de maio de 2016

A Carta

Peça teatral em um Único Ato. Versão inverossímil dos fatos.

Personagens

Fidalgo português, capitão da armada

Escrivão da armada

Mesinha com papel de carta, tinteiro e uma pena para escrever. Uma cadeira para a mesinha. Sentado à mesinha, o escrivão a quem os mosquitos incomodam. Em trajes informais e sem prestar atenção no escrivão, o fidalgo anda de um lado para o outro enquanto diz: 

Hom’essa! O sol se esconde na marinha!

 A carta, escrivão! Que pasmaceira!

 E nada de garranchos, que canseira!

Ao belo pôr do sol desta tardinha,

Escrevo por mandar notícias minhas

Por este dedicado escrivão.

A água me parece um bom negócio,

E os bugres lá se banham, só no ócio,

A água, este bem no calorão.

Se temos já de graça o aguaceiro

É pô-lo em garrafas, com certeza,

Enchemos d’água pura o mundo inteiro

E os cofres da coroa portuguesa.

A carta, escrivão! Que passa a hora!

Que foi que escreveste? Que demora!

O que?! Nenhum rabisco até agora?

Paspalho! Energúmeno! Cretino!

Ó céus! Valei-me Deus, Nossa Senhora!..

Um dia ‘inda cometo um desatino!

FIM 

*

(Autores: Mano e Mano)

Profa. Lúcia Rocha

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