segunda-feira, 14 de março de 2016

Poesia - Canção do Exílio

António Gonçalves Dias

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá,
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;

Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.”

*

Nota de Lúcia Rocha:

António Gonçalves Dias (1823-1864), natural de Caxias, MA, foi poeta da primeira fase do Romantismo brasileiro. Ao lado do escritor José de Alencar, desenvolveu o Indianismo.  O poema acima (in “Primeiros Cantos”) é uma alusão à pátria distante porque o autor o escreveu, em Coimbra, Portugal, aos vinte anos.  Nesse poema, ele cita os versos “Nossos bosques têm mais vida,  Nossa vida mais amores”, do Hino Nacional Brasileiro. 

*

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gon%C3%A7alves_Dias
http://www.brasilescola.com/historiab/hinonacionaldobrasil.htm

Profª Lúcia Rocha

Imagem: https://ultimaflordolacio.files.wordpress.com/2014/08/gonc3a7alves_dias.jpg

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