segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Volta às Aulas - Manifesto pela Gramática Normativa Brasileira


A língua é a criação social mais importante de um povo. Ela é o valor cultural mais alto de um ethos (do grego, “morada”; e por extensão, “nação, “país”, “pátria”). A comunicação linguística realiza-se através da expressão oral e da expressão escrita. 

Tanto a linguagem oral (a fala) quanto a linguagem escrita (a escrita) têm três níveis distintos: o culto, o popular e o coloquial (entre familiares e amigos). 

Observando-se a realidade indubitável dos fatos, podemos compreender que a norma culta da língua portuguesa é a que a educação valoriza em todos os níveis da escolaridade, desde o ensino fundamental até a universidade. A norma culta da língua também é encontrada nas conversas entre intelectuais da elite, bem como nos documentos oficiais (como a Constituição Federal e demais leis), nas pesquisas e outras produções acadêmicas, nos livros didáticos, paradidáticos, nas certidões cartoriais e outros documentos e obras importantes. 

O que é a gramática normativa? A gramática normativa é um conjunto de regras para o uso correto da norma culta da língua, o nível mais alto da língua bem escrita e bem falada. 

No Brasil, diversos autores escreveram a gramática normativa da língua portuguesa. Mas, a nossa gramática normativa é uma só com as mesmas regras para o bom uso da norma culta da nossa língua.

O ensino da gramática normativa é indispensável na escola. Sem o ensino gradativo da gramática normativa, os alunos jamais saberão que existe uma norma culta da língua e não apenas os falares (dialetos) que eles usam diariamente no convívio familiar e social, inclusive na internet.  

A escola precisa valorizar o estudo da gramática normativa até a universidade. Imagine-se os adolescentes sem o estudo da gramática normativa? Imagine-se futuros professores de português, entre pedagogos e especialistas, que não conhecem a fundo a gramática normativa?  

O pedagogo é o primeiro professor de português. É ele que ensina a alfabetização e depois, gradativamente, a redação até o final da 5ª série do ensino fundamental. Quando esse aluno chega na 6ª série, o professor de português especialista o recebe já com a redação pronta: um texto muito bom, comunicação perfeita! Ao professor especialista cabe, pois, continuar zelando pela redação que o pedagogo cuidou. Sugiro também aos professores das demais disciplinas que façam o mesmo até o final do ensino médio. 

Por outro lado, o Brasil faz parte da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), cujos fundadores, em 1996, foram:  Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, e Timor Leste. (Pasquale & Ulisses, Gramática da Língua Portuguesa; Scipione; SP, 2004).

O principal objetivo da CPLP é “a promoção e a difusão da língua portuguesa.” Portanto, o nosso país tem o dever de promover a língua portuguesa, isto é, dignificá-la, exaltá-la, honrando o legado que recebeu de Portugal, com todo o amor, no descobrimento, em 1500. 

Viva Portugal que nos legou a língua portuguesa que tanto amamos!  A pátria amada é, antes de tudo, o nosso belíssimo português.           


Fontes:

Cegalla, Domingos Paschoal; Novíssima Gramática da Língua Portuguesa; Editora Nacional; 1997. 

Pasquale & Ulisses, Gramática da Língua Portuguesa; Scipione; SP, 2004.

*
Profª Lúcia Rocha

Imagem: http://azu1.facilisimo.com/ima/i/2/6/f9/gr_265792_3742259_545362.jpg

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seus comentários são o combustível de todo estes trabalhos... Obrigada